Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

48 REVISTA DO ENSINO A falta do interesse faz com que os meninos que p assam pe– lo curso iprimar io desapr endam o uso da leitura - Inter essantes estatisticas têm comprovado que gr an de numero de pessoas alpha– betizadas se analphabelizam pelo desuso - E' necessario que a escola ensine e habitue antes de tudo os alumnos a se servi– rem d .1 leilura como instrumento para a acquis ição de experien– cias - As duas ou lres primei ras semanas de escolari dade devem ser preench idas com exercícios e actividades tendentes a con– vencerem aos alumnos da neces– sidade de aprenderem a lêr - Além de S:!ntirem essa necessida– de, devem os alumnos ter verda– <leiro inter esse em lêr, o que se d~sperta através de muitos expe, dientes recommen dados pelos tratadistas - Finalmente, de ac– cordo _com o pri ncipio de psy– cbo1og1a que uma habilidade ;pa– r a ser bem ens inada deve sei-o n aturalmente, como se faz n a vi– da pratica, - assim na escola deve ~er f~ito largo ' uso da lei– l~ra s1len~10sa, que é a que na vida pr atica se emprega commu– mente -:- O melhodo global, co– mo esta demons trado scientifi– camente, _é superior ao phonetico - Expenencias levadas a efeito por allemães e norte-americanos d_!!mon s lraram que as cr eanças ~m lll!la percepção syncr etica as coisas - E' cer to que o pro– ce~so .Phonetico dará n os lres p rimeiros rnezes r esultado appa– rentemenle superior ao "lobal mas na verdade inferior, ctmo s~ tem seguramente ve rificado -'– ~ a necessidade de variar o mnte– r1~l de leitura de accordo com as dtfferenças indivi duaes - Ha uma sé_rie interessante de jogos p ara leitura, nos quaes não entra 0 elemento competição que c r eanlças menores de sete' annos ger admente não sentem e qu~ pro uz más ! c r ean a consequencias com D ç s de certos mflios sociaes da 1e\1[t~ate J 0 do o ensinamento centuar ' eve a pr ofessor a ac– a sua utilida de e ueces- s idade, p1·omovendo situações em que as creanças sintam verdadei– ro interesse p or ella - Assim, notic ias escriptas n o "Jor nal do dia", convites no "quad ro de: avi– so", instrucções no "quadt o ne– gro" , etc., são expedientes postos em ,pr atica para que :t~ cr eaa ças s intam inter e:;se e ans:a em lê·r o escripto. 3.• aula A p rofessor a estudou, então, o ensino da leitura pelo methodo global. Expoz a vantagem deste sobre outros methodos, e deta– lhou a tcchnica a seguir para pra– ticai-o. Assignalou não só a alti– tude que cabe á professora na sua execução, como tambem as varias étapas do seu desenvolvi– men to. Fl'izou, a seguir, a neces– sidade de se escolherem compen– d ios que fac ilitem a dramatiza– ção das lições, de manei r a que as cr eanças tomflm conhecimento do seu conteu do, ouvin do-as ler por inteiro, pedindo expliaações, narrando as suas in fo rmações e cxperiencias suggeridas pelo en– trecho, e, afinal, drama tizando. Assim, tomar ão as cr eanças co– nhecimento pleno do conteudo desses compeudios, ·antes JUl•s1uo de começada a leitura. A historia será escripta, em se– guida, n a cartolina, procedendo.– se depois ao desrlobramento em fichas de p alavr as, que, poi:- sua vez, serão desdobra das em fich as de syllabas, desde que as crean– ças conheçam de 50 a 60 pala– vr as. A professora explicou a n atu– r eza e o mechanismo dos jogos, por intermedio dos quaes as cre– anças descen. da sentença á pala– vr a, e o material que p ermitte es– sa oper ação . Recommendou o ensi no da escri'pta ,pàrallelo ao da leitura e insistiu sobre os pro– cessos de estender a per cep ção dos alumnos por fó rrna que elles leiam r apidamente, ligan do hem o symbolo á coisa. Deu realce, notarlar,1c1,t~, av.; seguint_es. pon– tos: Os jogos deve,1 cons1st11· em

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