Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

.:30 REVISTA DO ENSINO r.ular um determinado plano de trabalho; reviver pela mode– lagem cm argilla, pelo desenho, pela dramatização, os usos e costumes de nossos antepassados, etc. _ 2.º) - Combater, durante os trabalhos escolares, a dis– .tracção e a passivida_de. Para satisfazer, na pratica, este segundo principio, deve -o professor não se esquecer de que a alavanca do ensino é o interesse. O interesse, fonte da attenção, desperta a activida– de intellectual dos meninos, obrigando-os a raciocina r sobre o assumpto em questão. Dest'arte, o aprendizado se effectua na ordem psychologica, isto é, operar-se-á de dentro para fó– ra, pois o menino, em vez de accumular passivamente os co– nhecimentos impostos de fóra para dentro, r eagirá pelo .tra– balho de sua intelligencia, assimilando á luz ela r azão. 3. 0 ) - Deve o professor favorecer a espontaneidade das creanças e respeitar a sua originalidade. São de grande imporlancia, para a pratica da escola acti– va, as idéas contidas neste principio. A escola de hoj e collo– ·ca-se em polo opposto á escola de hontem. Para a escola tra– dicional, ou melhor, a escola de ouvir e repetir, a creança, se– gundo a theoria corrente, nada mais era do que um adulto em miniatura, sem personalidade infantil, sem interesses, sem necessidades proprias, que em seu devido tempo chegaria a -ser homem completo. Dessa supposição absurda, desse erro da velha pedagogia, nasceu aquelle ambiente academico, li– v:e~co, autoritario, inflexível, onde imperava o celebre ma– _gister dixit, ambiente esse tão impro-prio á vida das creanças, como improprio á vida das plantas são os terrenos aridos e arenosos ... A escola de hoje, - esta escola para a qual nós todos concorremos, embora modestamente, com nossos esfor– ços, ?ºs~as dedicações e enthusiasmo civico, patriotico e hu– mamtar10, - segue um caminho verdadeiramente diversos do •daquella. Aqui, ao contrario do que lá se pensava, - a theo– ria corrente é a de que a creança é um ser em formação, com ·suas necessidades proprias, com o espírito repleto de curiosi– dades e desejos de fazer, de trabalhar. Preciso é, pois, que o ambiente dessa escola represente o reflexo da vida, para que o menino, palmilhando as mesmas pégadas outr'ora seguidas pela humanidade, venha a ser o collaborador de sua proprfa educação. Dahi, a necessidade de se favorecer a espontanei– •dade _da ~reança, creando-lhe um meio proprio, onde el~a P?S– sa agir livremente, moyida tão sómente pelo interesse rntrm– seco, que não dispensa o esforço, mas que o suaviza. .,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0