Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

.28 R EVI S TA D O ENSlNO Na escola tradicional, o menino era obrigado a manter– se immovel, porque o •professor, deslocando, pa r a si, o centro de ,toda a actividade escolar, - fazia de seu a lumno um sim– ples armazenador dos conhecimentos, que lhe transmittia do- . gmaticamente. O menino, impassível em seu banco, n ão par– ticipa".ª directamente da lição . O professor lh 'a fornecia compl etamente preparada . Ao menino cumpria, s~mente, guardal-a de memoria, embora, ás vezes, com gr andes sacrifí– cios e, quasi sempre, sem tel-a compreh endido. Esse gr ande erro da escola tradicional está, hoj e, f elizmen te, completa– mente abolido, graças a os conhecimentos da psychologia in– fantil; que veiu r estabelecer, depois de tantos seculos olvida– do, o principio da a ctividade estabelecido por Comenio . Dewey, o fundador da pedagogia gene tica, um dos maiores collaboradores da escola activa, diz : deve ser satis– feita, sempre, na pratica escolar , a n ecessidade d e activi– -0.ade. E', pois, impellido por essa n ecessidade de fazer uso de sua a'Ctividade, que a creança j oga . Montaigne chegou a considerar o jogo como sendo a propria na tureza falando . A influencia do jogo, sob o ponto de vista educativo, é grande, pois "permitte plena manif estação da liberda de e, r e– vestindo formas variadas e diversas, excita a emulação e faz a gir todos os musculos, fortificando-os e desenvol vendo-os . Descança o espirito, esta bel ece o equilíbrio entre o systema muscular e o systema ,ner voso; desenvol ve o espirita de obser– vação; for talece a memoria ; estimula a imaginação, provoca invenções engenhosas. finalmente, -activa o traba lho m en ta l, e -obriga o menino a manifestar suas qualidades e seus defeitos, movendo-se segundo seu caracter brando ou violento, paci en– te ou ,tyr annico, activo ou indolente." Desse a.cervo de r esultados . obtidos com o jogo, . fica bem evidente a sua util e n ecessaria participação nos labores da vida escola r, como aliás, já o h~via demons tra do Frreb el , applicando-o no Kindergarlen, como ins trumento valiosíssimo de educação. . E' facto·conhecido em biologia que a larva de um cer to lep1doptero possue tal sensibilidade p ela luz, ao sahir do ovo, qu~ sente nece~sidade de se dirigir immedia tamente para ~s ultimas extremidades dos r amos, facto este providencial, polS só .ahi poderá encontrar , no brotinho das folh as, o alimento de que precisa pa ra o seu crescimento.

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