Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

O ENSINO NO DISTRICTO FEDERAL III A escola "Rodrigues Alves" exercitou-se com carinho na applicação de tests individuà.es de intelligencia . Destinaram-se dois dias na semana, um para cada turno. que executou os tests r eferidos. Tratava-se de experimentar a nova adaptação da formula .Binet-Simon-Burt, introduzida por Isaías Alves, professor bahiano cujos trabalhos, no assumpto, merecem toda a attenção dos centros educativos . A principio, trabalhava-se sob um espírito de grande curiosidade . O resultado da pesquisa corresponderia á impres– são que as professoras·tinham de cada creança, depois de mezes d::- obser vação? Preparado o mat erial, com a maior facilidade, graças ao espírito pratico que illustra toda a obra, chamou-se a primeira creança . O menino B. tem fama de intelligente; a professora acha-o extraordinario. Veio o menino B. e r espondeu a tudo com clareza e desembaraço notaveis, foi extraordinario; não havia duvida: tratava-se de uma intelligencia superior. Agora, toca a vez ao alumno D. A professora commenta, reservada– men.ie , que elle é incapaz de um r aciocínio. F az-se a esperiencia. E não se conseguiu do pequeno senão um numero limitadíssimo de respostas certas . As provas se succederam sempre com exito. A impressão que a cr eança nos deixava, depois de 40 mi– ::rnto::- de exame de t est , é a que só se obteria, seguramente, com algum t empo de convivencia diaria . Talvez que a primeira seja mais perfeita, porque, sendo os tests de varios feitios, ou revelam a capacidade de attenção, de observação e de reflexão da creança , ou appellam ora para a memoria, quer visual, quer auditiva (imagens, numeros, palavras) ora para a yivacidade, ora para a imaginação, et c . Naturalrnente, o quociente intelle– ctual r epresentado em algarismo não tem uma exactidão ma-– thematica ; e é o proprio ! saias Alves quem lembra que, em psy– chologia, approximar é realizar .