Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44
2 REVISTA DO ENS!NO habitual, aonde se recolham e se refugiem, constantemen– te, em todas as horas que lhes sob rarerr. Nada como a leitura para arrancar aos mestres, que vivem por vezes_em rincões ermos e tristes, a penosa impressão de isolamen.o. O livro pô-los-á em contacto com ema é/ite de pensadores e hade familiarizá-los com as figuras maiores da terra. Libertá-los-á tambem das pequeninas impressões de cada dia, das tolas preoccupa– ções aldeãs, do charco ~e paix?cs idiotas e nocivas que azinhavram os pequenmos me10s. Por outro lado, augmentar-lhes-á a cultura geral e sobretudo, a cultura particular de professores, dando-lhe; conhecimento cada vez mais amp'o não só damateria que ensinam, mas ~a forma por que ensinam. Adquirirão, átravés da leitura repousada e regular de meia duzia de volumes, uma alta cultura moral e intellectual r. poderão fazer-se, como devem, verdadeiros e perfeitos technicos do ensino, com o estudo cuidadoso de bons tratadistas e com os fructos constantes de sua observação e de sua experiencia. Não se recommenda que se leiam muitos livros, mas que se leiam poucos livros bem e cuidadosamente. É sapientíssima, no tocante á leitura, a palavra- dos romanos: Non multa, sed multam. Quer di zer: Não muitas coisas, mas seriamente poucas coisas. Não lêr muitos li vros, mas ler bem e perfeitamente um punhado de livros essenciaes. Tres ou quatro compendios de pedagogia e uma boa obra referente a cada materia do ensino primaria pode– rão fornecer aos nossos mestres elemento bastante para uma cultura seria e fecunda. Entretanto, pouco poderá aproveitar- lhes uma cen– tena de livros futeis, lidos á pressa e sem cuidado, só com a mira no enredo do romance ou no torneio gra– cioso das phrases.
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