Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

REVISTA DO ENSINO 15, olhos e contemplar o céo, não só de dia, mas tambem á noite. Certa vez disse-me um saudoso amigo, o dr. Augusto Silva: "Que ha de mais bello do que uma noite de luar como esta_? Es– pectaculo grandioso, mas é de giaça e não sabem apreciai-o:. apreciam muito mais o cinema". O movimento instructivo do município é out ro assumpto apreciavel: quantos e quaes os estabelecimentos de ensino, vi– sitando-se os principaes em tempo opport uno . Está visto que o grupo escola r será o primeiro a ser visitado . A instituição, por mim preconizada, organizaria para esses fins um quadro chorogr apbico e outro historico de seu municí– pio. O primeir o abrangeria, pelo menos, estas epigraphes: si– tuação, limites, superfície, divisão administrativa; séde, popu– lação, instrucção, producçõés, viação, est r ada de ferro, rios, serras, altitudes, riquezas e curiosidades naturaes. O quadro histórico conteria, entre outras, as seguintes datas: fundação da localidade, construcção da egr ej a matriz, p r imeira escola, creação do município, elevação á séde de comarca, canalização d'agua pot avel, primeiro jornal, est ação ferroviaria, escola nor– mal, collegio ou gymnasio, grupo escolar, luz electrica, agencia bancaria, cinema, linha de bondes, viação rodoviaria . Desde o nome do logar, cada coisa na séde escolar tem a sua origem. O professor nar r ará, consoante a opprotunidade, a his– toria da luz electrica, a da agua pot avel, a do jornal, a do au– tomovel ou de qualquer outro melhoramento. Assim pensando, publiquei em certo t empo as ephemerides de um município e institui num grupo escolar a / esta da cidade, que até hoje.alli se r ealiza annualmente . Em dia designado, os alumnos vão visit ar o cemiterio, onde cantam hymnos r eligiosos e espa rgem f lores sobr e as sepult uras . Antes de sahirem, eu costumava explicar-lhes a elevada significação da visita á cida– de dos mortos, muitos dos quaes foram os principaes constru– ctor es da cidade dos vivos . A sala do município ser á a séde da historia e da chorogra– phia local, o centro de informações r ef er entes ás mesmas, a de– positaria das t radições da cidade . A VIDA NACIONAL Nos annos superiores do curso primaria, a classe acompa– nhará a vida nacional, ahi comprehendida especialmente a vida

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