Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

' REVISTA DO ENSINO tornaria popularizada a chorographia do município, promoven– do para tal fim os meios necessarios. O povo da cidade conhecerá, pelo menos de nome, os bem– feitores principaes de sua terra? Terá elle alguma noção do desenvolvimento economico e instructivo do municipio? Saberá qual seja a organização deste e quaes as suas riquezas natu– raes? Estas e outras questões bem podem ser esclarecidas pela iniciativa proposta. A hii.toria de nosAás cidades é quasi sempre uma historia morta. As suas tradições ficam ignoradas, como si fossem nu– vens que passam. Os mesmos jornaes da t erra, lidos que sej am, desapparecem, pois ninguem os collecciona. O primeiro nume– ro da imprensa local, que assignala um facto tão significativo na historia da cidade, quem o possuirá? No entanto, a vida de alguns conterraneos offerece lances de valor, que, si fossem divulgados, calariam no animo dos alumnos, suggerindo-lhes mais tarde meios acertados de solu– cionar Aituações analogas. "Segundo me contou na escola a professora, pensará o ex-alumno que agora é um dos diri– gentes, o chefe daquelle tempo resolveu perfeitamente um caso egnal a. este. Vou seguir o seu exemplo, agindo com serenida– de, com franqueza e com espirito de conciliação". Muitas lições como esta, extrahidas da vida dos conterra- neos, formariam para os alumnos um ·bom compendio de edu– cação social e civica, não apenas baseado em preceitos abstra– ctos, mas em acontecimentos locaes, ahruns delles factores do progresso actual . O aspecto economico abre um vasto campo de observação• E' indispensavel um ponto como este: "O cultivo da terra: hor– tas, pomares, roças, cafézaes e outras plantações. Lista dos principaes productos. Criação de gado, pastos e industria agro-pecuaria . Campos e mattos. Qualidade das terras e como se ach3:m divididas. Correntes d'agua e estradas de rodagem". Acredito que a estrada interessa muito ás creanças. Ainda me r ecordo de que, quando menino, alimentava grande desejo de saber quaes eram "as sabidas de minha cidade para o mun– do"• Mais tarde não me esqueci, saciei esse desejo e com que contentamento! indo conhecer, uma por uma, as estradas que partiam da cidade. Mas, não é só baixar os olhos e ver a terra, nem extender a vista e observar os campos. Convem egualmente erguer os

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