Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

116 REVISTA DO ENSINO cilmente a meia lingu agem das reticencias e dos olhares. VI Não faças dos teus filhos brin– quedo, expondo-o!:>, como prodi– g ios , á admiração amavel dos es– tranhos, ou amolecendo-os com -caricias excessivas, filhas m ais do egoismo que do amo~ Sê tão sobrio de beijos como de cittigos, p aira não depreciar es ,n em uns mem outros. L embra-te sempre <de que o b ébé n asceu p ar a ser homem, e vae-o prep arando p ara lá chegar sem abalo. VII Evita a ociosidade das creanças para que ellas se não tornem iPre– s uiç osas, irritantes, ou precoce– m ente c ontemplativas. Desde pe– q ueninas, con fia-lhes a execução de minusculos serviços, que des– .e nvolvam nellas sentimentos de r esponsabilida de -e de energia, -E:ncaminhando as r aparigas pa ra a ordem domesti ca e os r apazes p ara as in iciativas fecundas. E~– tímular nos p equenos o interesse .1,elas coisas materiaes e ;pel:ls • l'CupaçõPs meranicas, seja qi.:tl fôr a carreira a que mais tarde os destinem, é dever de quem guer produzir homens equilibra– dos e perfeitos. VIII Cultiva na alma dos teus filhas a tenacidade, talisman de vlcto- · ria, arma invencivel dos trium- phadores e dos felizes. Anima– lhes extremosamente as ingenuas tentativas, consola-os no desastre dos seus esforços e aconselha-os a persistir, - a persistir sempre 1 explicando-lhes a causa do in– successo e os meios de a illudir. IX Não suf{oques o instincto in– fantil de perguntar, que é o mais precioso auxiliar da educação. Satisfaz em todas as occasiões, e v melhor que possas, essa fecun– da curiosidade; sê verdadeiro, serio e paciente nas tuas respos– tas, para que a creança, ao mes– mo temipo que aprende,. se acos– lume a respeitar-te e a amar-te, como a um guia leal e bom. Não festejes os seus erros, reprodu– zindo-os embevecido em vez do ,c,s corrigir, porque perderás as– sim uma excellenle occasião de ensinar; mas lambem a não offen– das, r ecebendo esses erros com gargalhadas de troça, porque a innocrmria de uma rreança deve ser para nós tão vener avel como os cabellos brancos de um ve– füo. X Expuls<f a mentira do teu lar, como v1rus terrível. Habittia a creança a confessar sem medo o seu delicio; castiga severamente a dissimulação; sê leal com re– quinte., para teres o direito de lxigir ur-1a lealdade egual, semen– te e flor do car acter. AGOSTINHO DE CAMPOS. lx1"llBRBJ. On un.u. IlO"'l'JITADO DZ MniA8 Gzuus J 1

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