Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

R E VI S TA D O EN SI NO 118 Ella attende aos tres cyclos classicos do ensino: o curso de adaptação caracteriza-se como complementar do ens ino prima– r io ; o curso preparatorio, seu proprio nome indica, é p ropedeu– dico; o curso de ap;plicação en– quadra-se inteiramente n o ensino s up erior. O professor, que com justiça póde ser consider ado o profis– sional por excellencia, a quem impende modelar almas, expres– s ando-me assim sem emphase, n ão ia além de ser um empirico, pondo ás vezes em evidencia pri– morosos dotes de educador pelo seu grande devotamen to ao. ma– gisterio mas r evelando-se mca– paz de'dar bases scientificas ao trabalho didactico. P or sincer o que fosse seu amor á instrucção, faltava-lhe o conhecimento da alma da c r eança, dos methodos e processos da escola activa, da or– ganização homogenea das classes e outras noções imprescindíveis. A r eforma do ensino normal n ão i rá transforma r à e subito a or ganização da escola, nem tal seria possível. Dentro de pouco tempo, porém, o espirita do pro– fessorado será outro, tanto mais que ahi se acha lambem a Escola de Aperfeiçoamcn to empenhada em brunir aptidões promissoras do magisterio ,publico. São con– tingentes magníficos que se pre– p aram par a plenificar no Es tado de Minas a execução da r eforma. Daqui por dean te não ha mais vacillar na orientação educativa. Os pr incipias basicos da moder– n a pedagogia são os mesmos fun– damen tos da actual r eforma. A experiencia impor á sem duvida modificações de detalhe, que já se vão effectuando, por ém ellas tendem a garantir a melhor exe– cução, sem de modo algum sub– stituir qual quer das peças essen– ciaes . A r efo rma do ensino normal tem um porlico esplen dido, que jámais dever á ser esquecido. E' o prefacio com que o dr. Fran– cisco Campos, creador da r efor– ma, a a,pr esentou ao sr. presi den– te Antonio Carlos. Quem o tiver lido, estou certo, não discordará de meu sentir. Elle foi inspirado em um bello momento de p a– triotismo. J á se passar am mais de dou annos. Em virtude de meu cargo, tenho acompanhado, no Curso de AppJicação, o desdobramento da r eforma, e p osso agora aprecial-a no r eferido prefacio. · Além de que, é isso de interes– se publico. Não só a escola pr i– maria irá ser grandemente bene– ficiada, sinão lambem os paes de famili a, que têm suas filhas seguin do a car reira de normalis– ta. Acompanhem elles, como na– turalmente devem fazei-o, os es– tudos dellas no Curso de Appli– ,cação, -e observem o al to valor p r ofissional do ens ino ali mi nis– trado ,por pr ofessores e professo– r as competen les . . O Curso de A,pplicação é uma novidade, não apenas no Estado de Minas, mas em todo o Brasil. Constitue i nnegavelmenle um curso superior, qu e poderia, sem favor algum, i ncorpor ar-se á Uni– versi dade de Mi nas. Por isso mesmo, somente, agora elle co– meça a ser bem comprehendido t m sua cstructura e em sua fina– lidade. Póde-st' dizer que as alumn as sahirão dali, autodidactas . O estudo encontra-se organiza– do de tal fórma que as habilitará a identificar-se com elle no de– correr da vida. As alumnas não se limitam a ouvir a palavra do professor, não vêem apen as o que se lhes mostra, não se contentam de tirar n otas das lições: ellas consultam os livros da bibliothe– ca, praticam o ensino, sociali– zam-se formando clubs, agem li– vremente, de collaboração com o director e os professor es, desen-

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