Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44
110 R E VISTA DO E N S l NO lcllcdual C\lcvarlo. Núú imporia, são misturados ao accaso. E' exacto que, á entrada da escola. a instrucção não póde nccusar– lhes as difíerenças . Os nh1eis da leitur:1 app:u·P.cem b.:m seme– lhan tes·. :Mais tarde, pouco a pouco, a escola irá oper ando a selecção, em Bello Hor izonte como alhures, e vamos encontrar en tão nas c:lasses essg di-,posição que tan tas vezes mostramos aqui : crean– ç:::s mais tenras, bem dotadas ; creanças m:u s velhas, de intelli– gencia curta. Não é certo que, nessa occasião, seria melhor r e– uni r os bem aquinhoados e sub– metler os demais a p rogrammas mais limitados? Não sómente nós poder íamos suggerir assim outras •divisões, como lambem polliamos mostrar aos professores as fraquezas e, portanto, as necessidades d e seus alumnos. Assim, os pr'Jco.>s<;11s ele or!rn ni– zação escolar, d e que, com a se– nhorinha Rémv. fixamos os me– thodos :! as modalidades de em– prego, se mostravam u tiliza\reis jOb todos os pontos de vista, e sem outros r etoques que as ada– p tações á lí ngua e ao paiz . . A_s indicações que Jevan tamo,– nev1am ser observadas depois d e n osso partida. Deviam lamb em s er ampliadas. In ter essar-me-ia acompanhar rsses ensaios ma<; não_posso dissimular que a' appli– caçao .de taes meth odos, no ex trange1ro, encon trará os mesmos -0b~1a--nlos qur tanto no'.. ernlrn r :1- çam tambetl) a,1u1: pouco interes– se pela precisão, falia de fé nos m ethodos scientificos, cujo valor educa tiw, só é r econ hecido, paru falar verdad e, quando os maneja · mos, a attenção, a perseverança q~c esses rnethodos ex igem e que na~ são qualidad es bastante gene– ralizadas, sobretudo entre nós os da r nçd latina . Não faltam :,inda pessoas que prefe rem avaliar com a mão a temper atur a de um banho a tomai-a com um thermo– metro . Semelhantemente, os nos- sos j ulgamcnl os sobr e as crean– ças são mais fructo de intuição do que de exames meU10dico5. A pedagogia, repele-se, d eve ir huscar apoio na psychologi a da cr e:mça. Mas, ao passo que a .psy– cliologia r ealizou esse p r ogr esso d e medir a in telligencia de cada pessoa, - e si bem que, do mes– mo golpe, r lla tenh!I forn ecido n medid a para o domino da in– s trucção - a escola, a p rincipio, manteve os seus hab itos, e mal começa a fazer passar á pratica :!s noções adquir idas. O nosso papel, aqui, é, felizmente, menos o d e garanti r essas applicações do que o de trabalhar para for– necer as techn icas necessar ias . Ora, ti ve o prazer d e verificar, mai s uma vez, que essas techn i– cas, nós as possuimos hoje . Quanto ás comparações a fa– zer en tre os r esultados ob tidos c,m Bello Horizonte e os dos nos– i:os p r oprios a'lumnos, eis como sr estabelecem ellas quan to á in– s trucção . Teste de orthographia : Dieta– tio d e 21 palavras. Resultado:, brasileiros : no l. 0 anno escolar, cr eanças d e 7 annos e meio, 21 err os; no 2. 0 anno, 11, e ·assim µor cieante. Entre nós : c r eanças d e 7 annos e meio, 12 e rr os ; cre– a nças d e 8 annos e meio, 4 . Dahi por d eante, os resultados se ap– proximam e, aos 12 annos, s e con– fundem . T est·e de leitu ra: Resulta dos de Bcllo Horizonte : Leitura d e uma ph rase . P ara creanças de 7 annos e meio, são nccessarios 2 minutos ; para cr ennças d e 8 nn– nos e meio, 70 segundos. Crcan– ças írancezas : d e 7 :mnos e meio, 45 segundos ; d e 8 ann os e meio, • 17 segundo:,. Depois, a~ du i:is li– nhas se app roximam ainda: aos 9 annos e meio, 27 segun dos, con– t ra 9, e assi m po r deante . JuJgo l nutil da r outros exem– ,plos ; os factos são sem,p re os mes– mos.
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