Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

, REVISTA DO ENSINO 109 uma boa parte das escolas de Bel– lo Horizonte . Quanto aos testes que experi– mentámos, foi igualmente neces– sario corrigil-os todos. Não sei se vos reeordaes da composição da primeira folha de exame, com a qual interrogamos as creanças das escolas maternaes e os alum– nos do 1 . • anno. Vê-se, ahi, a ima– gem de um pombo. Essa :ive, é, porém, muito menos famiTiar lá do que aqui. Indagamos que es– pecie de mercadorias vendem os negociantes da cidade e, por exemplo, não encontramos em 13ello Horizonte uma Laboleta que correspondesse ao n ome do quin– calheiro . Os testes de instrueção pare– cem mais facilmente applicaveis taes como são, embor a se far.a pre– ciso modificar o enunciado de al– guns problemas. l\Ias façamos ler 25 syllabas; si é certo que podemos affirmar que uma crean– ça que sabe ler lerá qualquer agru– pamento de letr as, é entretan to .p r eferivel recorrer aos agrupa– mentos especiaes da li ngua. Ex– ploramos a orthographia com um teste de 20 imagens, mas tal for– ma de serr a, commum entre os nossos marceneiros, é quasi des– conhecid!l cm Bello Horizonte· a imagem põe em actividade a i~a-– grnação das creanças, que nella reconhecem ora umà barreira, ora uma cerca, ora um pente. A va– riedade dessas respostas não me facilitava o trabalho de correcção orthographica; lucrei com ella é certo, diccionario em punho aprender não poucas palavra~ portuguezas. Repito, pois, que compuzemos ,r,:ames mais apr opriados . Elles foram mimeographados na Secre– t~ria do Interior ou illllJ)ressos nas officinas do Estado. Em seguida c:ilculamos as medias correspon~ den tes a cada edade e estabele– cemos as medias particulares de cada teste. Todos os alumnos do grupo "Pe– dro II" foram submcttidos a exa– me de leitura, de orthographin, de calculo e de intelligencia. Com r elação a esta ultima, interroga– mos ta=nbem creanças de ja!'dins da infancia para os grãos inferio– re1>, <e para os mu1s elevados, o d irector da Escola Norma l teve a 11mabilidade de reunir alumnas do currn preparatorio :lesse estabe– l ecimento, que corresponde aos nossos cursos complementares de 1. • anno. Fizemos, ainda, a ap– plicação desse teste a um grupo de alumnas da Escola de Aperfei– coamento. Tamb cm as professo– r as das classes em que operamos sr prestaram gentimente á prova, E- devo accr escen lar logo qne se sahi ram como fôra de espe ra r, ou mesmo melhor, pois r espeitaram r.empre a hierarehia: as directoras ~presentaram os melhores resul– tados, e as professoras fizerem ma.is do que as estagiarias. l\Iuitas conclusões ,p odem ser tiradas desses esludos: Uma vez concluida a transpo– !'-ição, o methotlo de testes se mos– tra apto a prestar os serviços b a– bituaes . Nenhum processo me te– ria permittido esclarecer com ta– manha precisão, e sem ser preci– so escolher as apreciações das professoras, o valor r elativo, in– tellectual ou escolar, de egual mul– tidão de creanças. Ora, como é claro, notam-se em Bello Horizon– te, como em P aris, differenças in– dividuaes consideraveis; todos os graus são encontrados e, em con– sequencia, lambem os mesmos problemas. Tomemos ao grupo "Pedro II" 5 classes de 1.• anno. Edades mui– to differentes em cada classe - de 7 a 12 annos - mas lambem níveis muito differentes. Não é realmente estranho que se deixe de procurar, para alumnos tão di– ver sos, um outro agrupamento? As necessidades dos que vão com– pletar 12 annos não são evidente– ruente as mesmas das dos 7 an– nos, cuja escolaridade poderã ~er regular. Os de intelligeneia 1>mic-0 aberta, certnmPntei i!ão aprenderão com a mesma facili– dade dus creanças de nivcl in-

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