Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44
108 REVISTA DO ENSINO vos teria surprehendido. Fiz por duas vezes, com grande alegria de meu auditorio, dois. testes de ortbographia: primeiro,. um dieta– do simples, de poucas linhas; de– pois, uma lis ta de palavras, pro~ va mais difficil, porque sem· auxi– lio de qualquer diccionario. Pois b em, no dictado de phra– ses, em 125 provas recolhidas, 26 não apresentavam um erro sequer, 29 ap enas continham 1, 22 guar– davam 2, 11 possuíam 3, e assim por deante. Não vos submetterei á prova do mesmo dictado em portuguez, mas ficaria admirado se:: vos sahisseis della de maneira tão honrosa. Emfim, além das conferencias que pronunc1e1 no grupo escolar "D. Pedro II" e das demonstra– ções e dos exerciêios pouco nu– merosos da Escola de Aperfeiçoa– mento, levei a termo, nas esco– las da Capital, e mais particular– mente naquelle primeiro grupo, um certo numero de exames e de inqueritos. Aqui, devo agradecer não só as auctoridades da instrucção, que me deram inteira liberdade de in– terrogar as c r eanças, como tam– bem a d. Helena Penna, que sem– pre nos recebeu amavelmente cm suas escolas, e muito especialmen– te a d. Maria Luísa de Almeida ~unha, assis tente technica do en– sino, e a d. Zelia Rabello, directo– ra do gi:_upo "D. Pedro II". A col– laboraçao constante dessas duas mulhe_res notaveis e de qualida– des d1!ferentes, o seu desejo de nprov_ei)a_rem minha presença pa– ra_se rn1c1arem nos mefuodos por m1m expostos - foram-me extre– mamente preciosos . Sem ellas, grande parte do tra– ha!ho que emprehendemos não ter~a, sem duvida, alcançado exilo. r· 9 grupo "Pedro II" é esse edi– icio de estylo colonial de que vos falei ha pouco. ' os ~ão vo~ exporei com minucia alu~~~es D q_ue ;iUbmettemos seus s · eixe1 com a direcção do grupo os documentos origi-– naes, mas basta lançardes um, C1lhar sobre alguns graphicos ( 2) para que avalieis a amplitude do. nosso inquerito. Resumirei, ape– nas, alguns traços particulares e– as grandes linhas desse trabaJ!ho. Levantei pessoalmente as esta– hsticas, modifiquei os testes com a collaboração das p essoas acima citadas e assisti, senão presidi á sua execução; corrigi-os eu mes– mo, e acompanhei-os minucia por minucia. Em primeiro Jogar, a difficul– dade extrema qua ha em applicar ás creanças de um paiz o que se– preparou para as de outro. Cho– camo-nos com os obstaculos ma i.i imprevistos. O primeiro foi o dos nomes e das edadcs . Vossos nomes brasi– leiros são encantadores, sr. c1:t– baixador, tanto os dos menino, como os das meninas - Geralrlo Elias Alves, Roberto G,)lnes de Oliveira, Maria Margarina Morei– ra, lracema Fonseca - nrnc; sa– beis , que nas escolas de Minas é habito chamar as creanças pero seu prenome; ora, algumas dellas têm varias, e nem sempre a.ssi– gnam as suas provas row o mes– mo. A identificação torn.1-se, nfi– nal, bas tante difficil :,an que:n não as conheça tão bem como a professora. Quanto á edade a es- cola não exige, no Estado. ccrti– úão de regis tro civil: bas ta um'l deC'laração dos paes, e como só é possível a matricula aos 7 annos, acontece que as creanças são en– velhecidas para que se possa 1Jd– mittil-as, com a intensão de refle– ctir mais tarde. . . ou de se es– quece'r de fazei-o. E depois - como lambem entre nós, Deus do céo - os zelos de precisão não se restringem a apenas alguns mezcs. Foi necessario, pois, conver– sar com as familias, e quantas ve– zes me vi obrigado a completar os quadros de população, cujo mo– delo pedira ao sr. Anfroy, qua– Clros que foram preenrhidos por
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