Revista Do Ensino 1930 - Abril v5 nº 44

REVISTA DO ENSINO 105. da, um passeio a P elrooolis, que foi um verdadeiro encantamen– to. . . Mas voltemos á nossa via– gem. Tomámos o trem, no Rio, ás 20 toras. Deviamos estar em Bello Horizonte ás 11 horas do dia se– guinte. Bello Horizonte é a nova Capi– tal do Es,t'3Jd-O de Minas Geraes. A ,an,ti,ga era Ouro Preto. A actual é uma d •dade de 30 annos, por– tall!to, mais moç-a que mui'los den– tre ,nós. Já conta mais de 100 mil habitan1es e é anui,to exitensa. Es,tá lO' D.ge de ser feia: a.ve, nid,as lar– gas, boniitas .airvores, praças e!l-e– gantes, e uan belliis,simo ftmdo de montanhas. iBe:llo Horizonte tem um traça– do regular: aven1das de 30 me– tros e, dil$lloslas num angulo de 45 graus, wma r êde d'e ru,as. Não sendo ,plano o sólo, os aocidentes do terreno ,acabam por ,tira!I"-lhe tOlda a monotonia. tA1Li,buide -de 900 metros, o que tor,na as noites basta·nites fr.escas e a atmos,p·hern <le uma transipa– renda deslumbran 1 le. Uma tei;,r.a vemnelha, arida, es– oca1ssa •cuil,tura nos arredores mais ,chega,<i'os, e a-rn.·ores e'ffi vez de fllorest as. Não •ha industri,a. Cen– tro essenda.mente politi 1 co e, sem -duvida, dentro em ipou1eo, centro commercial, mercê do aippareliho ferroviaril(), .para onde convergi– rão os productos ,do (:entro do Estado, notadamente minerios e rebanhos, aniles d-e ,<i'escer ao Rio para a exipoo-tação. Na ,praça Ida Estação, ha per– golas por onde sobem roseiras. As casas são, ,na maior.ia, bastan– te baix-as - uan andar - e têm jardim. Bm, redor da Piraça da Libeirda– •d-e, noba'Vel ,peilas s uas palmeiras e suas rosas, estão as rdi'Versas Se– cretarias e o Palacio da Presiden– cia. Os sUJburbios são extensos, toda uma muHi,dão de casas espa– lhadas em torno d,a cidade. n ID~oi.5 de uma !vrim~iira al))re– \S'e'Illl.açã-0 ao dr. An1tomo Carlos, 1JJI'esid-tmlle ido Esitaldo, no a.cto. Ílnaugura!l •da A1fainrdega, e :IIJ)ÓS ha– ver ass,is,lirdo, com Q dr. Francis– co Crump'Os, Secretario do Interior. a um CcYJl(:erto symJJ)lhomico, e ~!'ll se.,"Ui1d-a !l .rapidos passeios. com s,. exc. nas iirnmedfoções da ciod,a,de, rpara obsel"Var a physio– nomia da terra, p-enietrei, aE,na:l, em uma es cola. iEra a escola in,fa.Ilitil "Delfim Moreira", si-tuaida mais ou menos a 500 metros Ido Granide Hot,el,. ondte mie hosipedáira . Segui a pé, se.m aivilsrur e, desde a entra1da, fi– quei caip1ivo. O odiificio não foi cons-trui,do e51Pecialmente; é uma casa eoono tan,tas outras 1 mas tal– ,·ez, e apesar d·e twdo, 1ssO não. prejtr.dique e aité contribua para Lhe dar 11Dais um ar de casa do. quie ,de oon'Sllrução esoolar. As classes e os ja'l'dins adquirem, na luz daqu'eilla terra, um encanto. umia côr e uma a}egria que só ra– r a•menore en·ccm1r.aimos entre nós. A,ocrescenltae a isso creanças en– carnta,dora•s, mui1to ,par-e,ci,das com. as ·no:ssa:s, com o meisuno olhar e as mesmas raltas de geito. Por dma d'e tudo, nessa eda,de, como a~ -.,eJaçõc-s ise estabelecem mais ,por gestos, e,ntO'Dações e sor,iso.s do que por,pala,vra·s, não ha neces– siidarde de muHto porl,uguez pa'l'a a genitie se tmil.enider. U,m, ambiente sem conistrang,i,mento, 1.llm pia•no,. moV'innentos não rigorosos de con– junoto, mobiaiario n·ovo e adequa– do, mesbras sorridentes, Ludo isso me einicamitou. VoHei .muitas vezes á es,cofa " Delfim Morei'l'a" e a miinha impressão não se modifi– cou nunca. Vê..se a(}' l.li uma dasse ao ar li– vre, em redor da "casa ·da bone- 1ca", que é lll!Df3 casa de gra_ndes 'd•i1mensões. . . Todas as var1eda~ 'Cl,es ,de quartoo -ahi se represen– tam com os moveis a<dequa<los. Eis a bcY11eca. No fumido está & sala ,de janita,r, qu-e me fez recor– ldar os grandes repastos, em Bois– GuiHa1.11me, perto d 1 e Rouen ... An,tes de deix,ar a escola, as. creanças cantam: Tomo a cestinha e meu chaipéo e já me vou embora.

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