Alma e Coração - num. 10 - Fevereiro
a poeira dos as tros no e.,pelh o liqu ido de um lago . Os l:i bios con traem- se co– mo se fôsse rn Ja lar, nia s a dõ r cresta a eloqu ê ncia como o so l dos des: ert os ::ipn}!a e exling ue a gra ça 111 oça dos ve– g,, tais .. . E' me ntiros::i e fa lsa a prece qu e se f:iz sem a luz m isti ca d os ol. .os. Na.o fo i á tôa que Deus os co locou na pa rte ma i- nobre da arq uitec tura h11mann. Dos ó rgão dos senti dos ~ão êles os mais ali.os - e os ma is di sta ntes da ter– ra. .. P eq ue ninos globos vítreos qu e r esum em o Uni verso , os olh os, d irigi– do s· pe la fé e postos em oração, pod em ' ve r o i11fin ito... E o infin ito é a poeira de ouro que oculta urna re a lidade fo rt e demai s p::i ra se r vista pelos senti dos hum anos: DEUS ... Entre o grã o de areia em q ue sofre– mos e os mundos inr. on testáveis do Univres o há a mesma úis tancia virtu– a l qu e sepa ra o Cris to de bronze, q ue sorri di a n te dos n osos olh os , e o Se– nhor 0rnnipolente que crio u êsses rn u 11- do s como se at irasse, no ;nf1'.'l ito , urn a mao cheia tl e diama n les miracul osos... Na s ua cr uz de made ira, á l uz in de– cisa de uma vela - tão frá g il corn o a vida humana - o Cristo ê a for ma vi– :o;i vel e lacera da de urna Eternidade que a nossa imaginação nã o alca n ça ... Pa ra que a chama h umi lde ao lacto da luz ele rmi? Que s!!.o êsses círi os tré– mulos aos p és do Sen hor de todos os a stros? A homenagem do piri lamp o á g randeza do Sol que o ofusca e a paga... Quem sabe r eza r nun ca é, de lodo, in fe li z. S ó há uma desgraça irremed iá– ve l: a dus qu e na.o crêem. Crer, é ad– q uirir a imorta lidade à sombra da morte ... O Cri sto é p:ilido como uma açuce na e exangue como uma folha sêca. O es– pirita 1uz melhor no corpo q ue sofre e geme. A a;egria é uma exuberancin das fu nções inferiores da maté ria. O ri s o é um ru ido es túpido que os cérebros va– s ios costu, •am faz er.. A tristeza é uma volúpia 111istica , um modo de sr,r que nos faz pr esse ntir outras vidas, e a le– grias diversas... Os o lhos que fitam, com emoção, o fi rmamen to- es ta.o reza ndo... O mun– do é a mais bela dos ca tediai s, a lumiada pe lo 111ais in tenso dos cirios- o Sol... A luz que b rin ca na casa das borbole ta s e nas pétalas das fl ôres va i te cendo, pela te rra a fora , um rosá rio de d iaman tes fug iti,os... · A oraçao é urna ascença.o e um a transf1gura çs.o. T odo o tem pl o onde h aja um coraça.o lea l é um T ab or que fala pela liõca <le b ronze das seus sinos ... Ajoelhar é un\a forma visíve l do corpu uma simples a titude da ma– t éria. Na verdade, quem ora nã o s e ajoe lha: eleva-se. Nao se curva: cresce n o se n ti do do infinito, is to é da perfei– çA.o . AL\TA E f'.O RAÇÃO Desco11 fia das mulh eres qu e n n.o reza rn ... a mu lh er, alm a menos traba– lharb d e fil osof ias · do qu e o h omem, é mais prop icia aos singe ls e ntendimen– tos co m a Di vidnde. A mulh er aue na.o sabe co n versa r co m o s e u Cri actor nM é um monstro: é uma desgra'çad a. O temp lo é a a rqui teclura grandiosa da fé escrevendo, em pedra , a h istóri a das re ligiões. Mas onde há urn a alma em oraça.o, a i es tá um lempló . Muita vez, e 111 plen o d ia ch eio de s ol, h::í. uma pénumbra de ca tedra l na sombra elo– q uen te de uma face human a... .L\s longas orações d is traem o espi– r it a e r!ao um sacril ego traba' ho á inteligência . A oraçao, linguage111 da a lrn a, narla tem que ver com a inteli– gência. Há uma ornç a. o que é breve e s i11 gela , mas qu e o Senhor entende e ama, entre tod as: «Pa i Nosso, que es- tai s no Ué n..." Até as cri a nça. a sa- bem de cô r.. . Se a 1u·a dô r, por muito gra nde, nao te perm itir qu e r ezes , olh a para den– tro de li mus mo e chora: nao conheço nada 111 ais be lo que o d ireito de ✓ ler lágrimas.. . NM é apena s o hom em que c; ab e reza r. Que é o canto do sabiá senao uma a lelu isa ! E o mugir do s boís sena.o uma a legri a? No d ia em qu e a huma– nidao ti ve r alma mai s ac urada , ou vi– rá sem dúv ida qu e as cigarras cantam as vésperns, em comunidad e ... A ha rmonia das es fE>ras na.o será , também, uma ladainha cós mi ca ? Quem ouvirá, no infinito, a voz forn,id á vel dos astros ? S ó há um sil êncio trist e no Uni verso: o das almas que n!lo crêem ... Até as sepu ltu ras fa lam- da s audade do s q ue nlln morre ram ... A últi ma lágrima do mo ribundo a in– da é uma oraçn.o, q ue começa na terra e acaba na E ternidade, Essa lágrima q ue ainda vi ve, é como a lu z dos as tro~ dis tan tes: já nno poJe voltu.t á font e que a em iti u... A pa lavra é um inslru111 en lo e todo 0 instrum en to colocad o e ntre o finito e 0 infinito é frági l e inexpress ivo. Rezar é emudecer, p ara dizer melho r... BER!LO NEVES Res peitamos a or thographia do a ucto r N. da R. ----....er----- B I LHETE Ao C'arlo3 B de Souza P rezado confrade e primo, duas vezes paren te, pela fé e pelas es trias de san– gue ver melho que nos cor re no corpo, li seu artigo,: ap pello ao esforço fe mi– nino para, a exemp lo da v eneranda se- 1 nhora l\laria O' l\ ie ll , en trar no cam po 3 .da acça.o intellectual, afim de offerec ao nosso meio le<lor uns fructos sabor pa tricio , regional, que demon trem, aqui e al ém, a nossa cultura e inte ll igenci a de que somos dotados. Talvez seja mais culpado o campo d qu e o traba lhador ... Ela muito espinho no terreno, ond se não sabe como pi ze .. . Na porta da impr ema diaria tem um tran ca formidavel que, se n9.o se mclter o hombro, comn m el-iante, na.o ha quem entre. ·Isto é... tem entrado, ás vezes, gente ruim, como eu, mas ... só eu sei o qu P custa esperar uma publicidade! ... Porque ? Porque , ali, cada um tem o seu cantinho, ganho com o suo1· do seu roslo. Nós nos apresentamos ... .e, traste offerecido, nao tem valor. Estou desconfiando que as saias em- . baraça111, atrapalham. O cabello, quP. e ra um trapalh a.o , já lá s e foi; vistamos ent ão, a juppe-collote, em casemira seria; pode ser que , com o traje do monge, nos dêm dirnito á meza do convento.. .. E porque na.o ? Se tem muita penna de mulher que o unico defeito é a dona esta r de saia s ? •.. Qu em quer escrever, seu confrade a migo, para fica r conve rsando com as ba ratas_ da_s gaveta s, gerações e gerações desse b1chmho d evorador d e cousas inu– teis? Quem quer tomar a s erio umas ti ras esc riptas por um bibelot, novo ou velho bon r quinba de feira , e ri feita.da a vale; par_a enganar oc; annos e agradar «os ma is que tudo)), sena.o ficam no canto ? E é a gente quem ha de produzir, prod~zir. ., mai s do que lagarta de la– range1ra, para ficar no lixo, esperando fogo ? !... Eras !... O E~PIRITISMO REGENERA Ench e-se o mundo dum rnu rmu r io contra o Espi ritismo, a ver se asphix ia no nas cedou ro mais essa graça que Deus concede á terra, po r meio dos seus en– viados.-A Lei do Se nhor , esquecida que fôra, travez as vicissi tudes do cami– nhar da h umani dade terraquea, e de novamente le1nbrada na consciencia do homem, po r intermedio dos seres de além tumul o-almas de creaturas que enlre os homens viveram, como elle erraram, cahiram e se ergueram , pas– sando pelo crivo das reenca rnações, vida após vida, até akançar um ciclo de per– feiçao relativa ao seu progresso n a es– cal a esp ir itua l.
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