Alma e Coração - num. 9 - Janeiro

4 dos mundos se approximando segundo a lei das a-ffiniclades, suas potencias e suas inclin ações. Estudando a circulação inte– ri or de uma fracção do todo, quer nos sêres, como nos atomos ou na marclla dos grupos estellares de direcções differentes, alguns sabios conclniram entretanto que não ha unidade de movimento. Isto não destrôs as nossas concepções de un idade das coisas. Na~ combinac:õcs geracs ha diversida– de de funccõcs d<?senvolvidas em cada parte. Todas os organismos comp!exos contêm , nas suas circulações differcnçns analogas. O corpo humano, por exemplo, não se con stitue m<>nos uma unidade, em cujas particulas funccionaes, cada urna age na sua espbera, pa ra o f:m commum que é a man ifestação do indi viduo. Assim para os grandes corpos celestes, grandes comparados co_:!! o nosso, mas que nãp p~ssam de part1culas de mundo, manifestaçocs de Deu i,. A atracção. dizem alguns ~abios, não é a un ica lei que rege o que nós conhece– mos de vida. Uma outra força r esiste á primei ra e lhe fa z o equilibrio. Já Platão e Pythagoras falavam desse duplo movimento. A attracção tende a concentrar os seres e a r eunir as partes em um todo compa– cto e homoaeneo, a expansão estabelece e conserva ira unidade da vida, a distancia das exist~ncias. _ A E' esta força a expansao que mantem entre os cor_pos e entre a~ parte~ dos ~or– pos, a distancia necessar:a ao hvre Jogo do s elementos. A scienci a ser ve-_se. da palavra con_- centraç:lo para exprimir a força attEact1· va, Na linguagem. commum a!racçao se cmpi'ega para designar a acçao de_ um cor po sobre outro, ~ concentraccao ~ acção que cll e pl'opr10 exerce sobre s1 mesmo, mas é semp re a mesma força, a mesma lei. Nos cornos os mais inertes na a~parcn- cia ; na pêdra , no s me~es, o mov1~ento vital exis te· a adherencia das part1cula0 q?e os ro r:n am, não é senão apparentc; distancias infinitas separam as suas molc– cula s. Estas di sta ncias são necsssarias á ex- ,___ pansr~u. ú vida propria do <2_orpo, por 1;>e- 9uc1~0 que ell c soja, como sao necessa~rns a viela propria cios planetas e ~os soes, como nceessarias ainda no conJunto es– tellar, onde as ct istancias são immensura– veis, mas, p1·ccisas semp re para separar, apenas, as molecu las do <rrande todo. O mun<lo visivel es tá pois submcttido á duas_ forças : a primeira que reune, a sc– gu!1cta que scpdra; urna constituindo a •unidade, a outra mantendo a in div iduali– dad_c;_u~na tende ::i agglomeração, a outra a d1v1sao da s partes, diz a sciencia. Este dualismo perpetuo se observa em todas as oi:dens de phenomenos. Chama– se com~ qmzer: ~oncentração e expansão; attracçao e _res1stencia , auctoridade e Ji– berda<lJ; soc1etlade o individualidade; con– servaçao e prog1·csso; moral e paixão; fé e ~xame; tende s~mp re :!- marcar o cquili– br10 _entre ~uas 1mpulsoes contrarias que sem isso teri~mos a desorde m, a discordia, a desuarmoma. Por fim, na_ o\Jser~a(·ã_o dos factos, pelo estudo das leis, a sc1cnc1a conclue procla– mando que o mundo é uno em si mesmo A unidarle no todo, resultante da solida: riedede aos partes . Todos su\Jmettidos á mesma lei vivem a mesma vida. As vidas são realisadas semelh:.mtementc, dependendo uma de ou– tra em suas func ·ões variadas, corno os or~ãos d'um mesmo corpo . ALMA E CORAÇAO Agora, acceite a unidade na substancia, vejamos com·o foi feito o mundo . Do nada, diz a theologia . Esta concepção ainda que pareca extra– nha não é nova . Elia foi formulada milhares de annos, ás margens do Ganjes e da India, como no s referem os cantos vedicos: «Ha igno– rentes, diz o livro dos Brahmanes, que pretendem que o mundo foi feito do nada . 0' vós cujo desejo está puro, como se poderia do nada tÍl'ar alguma cousa. Qualquer argumento nesse sentido seria superfl uo. Deuf'l não poderia tirar a vida senão de si mesmo, pois o nada está fóra de Deus. A subs tancia do mundo está em Deus, e o que está em Deus, parte do seu ser ». A tlleolog ia fica pois a nadar em subti– lezas mcthapb_y sicas. Em logar de procu– rar a luz, prefere manter-se nas trevas. ti. theologia acceitando o nada, firma al– gll ma cousa fóra de Deus e assim ao em ve_z _de buscar Deus, O repelle, O nega, O reJeita desde que mantenha o asserto na cxistencia de algumã cousa fóra de Deus. Sahindo da tbeo logia official, encontra– mos explicação mais de accordo com o progresso do seculo. O mundo é sahido do Creador e para el!e volta; todo o mundo é emmanado del– le, dizem os Vedas. Nós vivemos em Deus, nós somos em Deus e _nos mov_emos em Deus, repelia S. Paulo, mtroduzmdo no Christianismo o verbo antigo. Toct~s as t~adições religiosas , sobre a creaçao, con tem grandes desenvolvimentos e luzes nos livros sagrados dos indús. Nos afastemos das lendas fabulosas dos ensinos cxotericos, espalhados pelas 'mul– tid~e~, P. nvoltos nas gangas que matam o esp1rito e estud emos os ensinos do occultis– mo puro para .conhecer o oiro da verdade . l\loysés diz: Elohim crea o céu e a terra . .De _que substa ncia perguntamos, e l\loy– scs nao responderá, mas os Vedas nos di– rão: ,,O Mundo vem do ether. Tudo vem do ether; tudo está no ethcr; o cthcr con– tem ~udo e Deus que é a maior medida, contem o cther, . Intcrpretan?o as palavras de Moysés c9n_10 f1~ur~ l· nbJ"e d'Olivel: Deus, o prin– c1p1 0, l~lolnrn, f:ll r, os deuses, tinham prc– panido a re111_11ào dos elementos que de– viam ser um d!a o céu e a terra ; Deus, diz o texto si!rnaritano, comporta os elemen– tos das r o1sils futura s. As:; im é_ mú interpretação affirmar que l\foysés disse ra Deus ter tirado o mundo do nada. l)c11 s não podendo possuir senão nclle mesmo a substancia cio mundo teremos uma analogia perfeita entre ase ic~ein e a fé . A seieucia moderna n:1o r ejeita Deus acccitando o eth er dos antigos esteja con– tido na grande medida, no infinito que é Deus. A sciencía moderna constata a exis ten- cia de uma grande mate~i a subti_l (o ether dos antigos) qu e enche a JJ~m_e~s1dadc sem o qual a luz não se transm1lt1na. Por oul1·0 lado a moderna melhaphysica proclama que o vacuo não tem sign ifi ca– çüo e que o espaço está cheio de materia suhttl, havendo apenas dil'ferenç-a ele den– sidad P. Real'firmamos a con firmaeão da formula vedi ca : Deus comporta os· elementos das cou&as futuras. Assim, na lormnção de todos os corpos, a _força d~ atracç:'i_o que é força divina, por exeellenc1a, contida cm Deus e movida 1 1 ~~ Deus, rc11n a substancia i..;pondcravcl q emana de Deus J.)ara formar un1 es tado . - (Continúa) Conlederação Espirita ~~ uCaminheiros do Bemn ~~~ E Maria O'Hiell-José Pereira de Lima ~~ ~ ccc pcionado? no amplo salão da LoJ. ·. Cosmopolita onde os «Caminhei– ros» têm a sna sédc, os nossos queri• <los confrades l\1aria O'Niell e José Pe– r eira de Lima, ti vcram occasião de aquilatnr do conceito em qu e os t em a _Confederação cujos laços de frater– mdadc com a Federação Portug ueza são estreitos e sinceros. ' Membro do Conselho Deliberativo daq uella sociedade luza, nossa irmã que tem a alma inte iramente banhad~ na luz do Espiritismo, comprehende– rá, de certo, guardando cm seu co– ração com todo carinho, as manifes– tações de alegre contentamento dos «Caminhe iros> que dizem bem alto dos seus sentimentos intimos para a r ealisação do trabalho de confrate rni– dade e estreitamento amoroso e pro– ductivo Jos laços que unem os dois povos e qu e nos unem a todo mundo. Formoso ideal os atira como semen– les, a frnctificar o fru c to brne fi co salu– Lifero, sazonado e bello da moral mais pura, travcz mares e céus diversos como os discipulos de Jes us. ' Em fosta, os «Caminhe iros , , •orna– ram a sua tenda d? OorPs; hymnos a ~1~1balsarnar o _ambiente e almas cm feixe num conJuncto de amor e de fé, abraçadas e cohcsas num só sc nl' olhos altrntos, ouvi\los a ltcntos pa 1 1'.~ r ccC' ber ~ p_alavr~ <la dlu s lrc irmã, qu e scfaz ~1 ~s1onana da Vrrdadc, no c ha– mado m s 1s te nte das vcr<lad cs <lo alé m.. . No alto da escadaria_, os irmãos di– r cdor cs com o Pre.indcntr GPral á fr e nte , r Pce bcram, so b a chuva c:.n– tan!c Jas palmas, os visitantes luzos 1 1 ormada a m , l d d .· d . . r za, a can o a pres1 e n c1a a irmã O'Ni e ll e José P er . - de Lima 6 . e ira , <1p s o cant1co harmonio da _p~ccc a J es u s, entoada com une ~o rclig1Qsa e pureza J e voz iuvcnil çf~ dada a pa lavra á irmã Elmir" L-' 01 d d u 1ma encarrega a a apt·c~cn Lação d -, , dores. 0 ~ ora- . ~i se ª. nossa irmã E lmira um fe. l1z 11uprov1$0 q~1 c fechou com a chave de ouro, cravPJada a pt-ro las <los f t , 1. · d . , or- ~ s , ormosos e ver adeiros verso d gra nde Caruões: 8 o ccCcssa tudo quanto a antiaa º musa canta que outro valor mais alto se 1 evanta t... ,, E o sru gesto, simples e risonha– mente eloquente comr)l et , t ou o Sl'U pen- • I

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