Alma e Coração - num. 9 - Janeiro
Assiguatura annual 10$000 ALMA, principio immortal que se eleva até Deus e cuja elevação deve ser a nossa unica preocupação. A c aridade ~~ ~ Offcreciúo ao corur,io de llaria O', 'ipll. Elia era gen t il, pequenina, mimosa, cheia d e e n cantos, como a borboleta ir isada que voa de flor em flo r, lindas azas talatantes, n sugar o mel nos ca– lices aromaee e puros . .. E lia era menina; o lou ros cabel los oltos ao vento su l, ou enrolados corno um turbante aureo sobre a fronte ro– sada e nivea, nos dava a impressão de que os anjos descem das mansões rlos &le itos par a habitar entre nós! E tinha sido a creatura mais graci l da sua aldeia. Lind íssima creança, for– mosa donzella, o seu olhar de canbian– tes magicos, attrahia os outros olhnres, como se um magnetismo tr::m cede nte aureolasse aque llc sêr encantador! Os annos nassavani e essa mão de pequenino formato, folha de rosa, pe– tala de lyrio a ress umb rar perfumes de– liciosos de ideias sonhares, era o s us– lentacu lo do casaredo pobre, era a co– bertura da cho upana, era o pão do es– forneado, era o lei le <la crcança, era a benr.am dos infelizes. Uma cohõrte de adoradores rodea– Ya, num enxame de vespas, o voejar da borbole~a celeste riue o gracioso corpo da menina e condia ! . Os requestros dos namoros se ~ucce– dl,[!_11> e ye_ndo a boquinha innocenlc a sc.rri r d1vinamenLe, e vendo os olhos lindos a fulg urar, num relam pag o de A1oo r a todos os seres, enganavam- se os nrnncelJm:, e se enganavam os ve ll.Jos i:0111 a lu z daquellc sorrir, com o so r~ l'ir daquelle olhar! Como eram da te r– ra, os seus pen ~arne ntos terrenos eram· r· não poderi~m, jan1ais, entende r O sor~ r 1:o dos anJo~, o santo e im1naculado olt-iar dos envtados de Jc:3us !... l'm dia, sahiu a jovem pela vereda esc:1brosa dum rnontezinho agreste. Um car:,dor furt ivo, ferido num dos pés, gcn11a, a sor rguer- se num dos braços, tentando a lca11ça1·, se arrastando, a por– ta cio seu casebre. A ruenina ouvíu gemer, attenton don– de viri ha. e descobriu o caçador ferido. 00111 l[ur olhar ele , mor rlla o olhou ue. o daslurnbrou e o enloqueceu ! ? ~el'go u,3e, a)oelhou no pe<lr~gu lho, ras- . 1.1 o ll1antinho de cambrrua e i;iensou , ºreri da do ho1,1crn 1·ust1co. _Qutz, de– . 1evant:u-, p ra vei· r,nrlP tmha iigua : 15 ótitl as suas vesltS candidas e vir– ' ~e 5 presas, enroladas no pulso bru– '\8-8 r,a.Oador. l dO e'ra innocente como um sorriso -IJa. Orgam de propagandr-. espirita a ANNO IX 0 - NUM . 9 Pará-Belem - JANEIRO oe 1931 Direc!or espiritual-ALVARO(Espirita) do céu; mas. ass im co1'l"o a aves inno– contes tem medo do perigo, o anjo lin– do temeu o caçador ... E se cu1·vando mais, num gestozinho puramente infa n– til, lhe d isse ainda : -Não me prende, homem dos cam– p_os, como se pre nd e a caça desejada! flião me segu ra o ves tido , como as pen– nas dos passarinhos que engaiolas e matas! Oh ! me so lta, caçador! Eu ia ver agua para te dar· nos lab ios seccos, afim de te sa lva r da feb re que vinha, Adeus! - De Elm.ira a Jlfa.ria O. Niell e José Pereira Lima– Re<Ji.lado no festival dos «Caminhei- ros-. Suaves brisas fag uei ras das nosas terras faceiras ás margens do Guajará; soprae, num osculo brando, as agruras adoçando aos que partem do Pará ! Estrell as, vivas, brilhantes ó roseiracs fascinantes ábrindo a noite os botões; luzi, serenas e lindas pelas alturas infindf!S á guiza de corações ! E como phanaer- de affecto ~ clareRr os caminhos, hvrac-os de mais espinhos dentre as flores nos chorões !... Brilhae, Cruzeiro do Sul - santelmo do meu Bra~il torna e o céu tudo azul ' tornae o mar todo anil 1. . Hcro!cos, nob res guerreiros das lides santas da ideia, em que a pc nna luz accende fulgores duma epopcía· em que a palavra tran scende o mundo fragil de argi la e vae ao céu que scintilla beber mais fogo e mais vida· aqui, na :Patria querida, ' dos luzos a terra irmã, tivestes, cm pleno inverno, a primavera louçã florindo nas vossas almas 1 Ide, subindo em remigios. nos alcandores dos céus, ao som fraterno das palmas - rumando á Patría de Deus 1 ELMIRA LIMA . Circulação mensal CORAÇÃO, pnrte material do cor– po no qua l collocamo a séde do amor e do soffrimento , caminhos maximos para a elevação da alma . Alfredo Sandoval (Esp.). a1.2ia, 0 ' Niell e José Pe– reira de Lima, e o Alma e Co1"ação Estão entre .nós estes illustres ir– mãos portuguezes . T ivemos o prazer de ouvil -os, de estrén, no Palace-Thatre e, após, no Salão dos Caminheiros. Da primeira vez falnram os nossos hospedes Maria O' Niell sobre - A infl.uencia da litteratura na educação dos povos, e A Harmonia da,.vida, o seu talentoso secretario. Da segunda, recebidos com o ca– ri nho de irmãos da mesma fé, pelos Cam inheiros, ns conferencias versa– ram sobre o thema : Como eu encaro antes do so l repontar no alto cerro das monta nhas !. .. E num grito de su-to e de agon ia, bradou: - So lta-me. c, ·ador ! E não e i que re larnpagQ s ublil, que fogo diY ino re plandec n naquclla fron– te, que a mão do caçado r ralliu inert~ so– bre o pedregulho, dedos hil'fos e cnspa• dos, corno se num arranco final e lle rn fosse a morrer ! 1\Ias, oh , co1110 é linda a caridade! Solto o vestidi nh o branco_. como a innocenci a d1,-; aves, não mais ella te– me n o go lpe do 1111migo, e c irc umdan– do o doce ol har em clerre<.lor. viu um fio dag ua que cant,na um bymno de perdão cclcst~ · Correu, yr~~su1 osa, e n– cheu as 111ãos111has hemfaze1a ·,-- as duas pe ta las de J )'l'iO, e tez no cone:< ,·o mi– mo o o ca lice salvador ... Deu-lhe de bE·be r e deu-lhe a rnan laziuha branc , para velar os anlnmes do ,o l que ;,Ubia. Desceu do mon to e roi ao I egedor avisar que rnamla~St' trazrr o homem, para o cura r na sua Yivenda . E, no co rrer dos dias, o anjo da Ca– ridade que sabia dar esmola, ele sor– risos e de olhat'e,, liavia rurado o ca– çador. e n, inanrlo-lhe a ser bom, para não mais ag1n·ar as avesinllas inno– centes ... E o rus ti co ll omern, que se educára ' no Evan~elho ,lo hem. apprendeu que a Caridade sabe olhar e snhe , orl'Ír au– reolada no mais Lemdietos raios do Amor Divino, como ::;.i bem os Anjos do Senhor! EDJIRA LIM .
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