Alma e Coração 1930 - Anno 12 - Fasc. 6 - Outubro

.,, Assiguatura annual 10$000 ALMA, principio immortal que se eleva até Deus e cuja elevação deve ser a nossa unica preocupação. Allan Kar~ec e seus ~iscursos Presidente da Associação Espirita de Paris, pronunciou um discurso magistral, no banquete que tomou parte, em Hl de Se t~mbro de 1860. Era em numero de cento e 868· senta representantes de sociedades espiritas, que se consideravam to– dos como membros de uma mesma familia. Eis algumas passagens d 'esse dis– curso: cPor toda a parte, não encontro senão espíritas sinceros comprehen– dendo a doutrina sob seu verdadei• ro ponto de vista. Ha, meus Senhores, tres cathego– rias de adeptos: uns que se limitam ' a crer na realidade das manifesta– ções e que p1·ocuram antes de tudo os pheno,r.enos. Os segundos, vêm n'elle outra cousa alem dos fac tos , compreben– dem-lhe o al cance p}:lilosophico, ad– miram a moral que d'e lle decorre, mas não a µrntic am. Os terceiros, f111 a lmente, mas se contentam com admirar a moral, praticam-na e acceitam-lhe as con– sequencias . Bem convencidos d e que a existencia terrestre é uma pro– va p assage ira , esfol'çam-se po– aproveitar esses curtos instantes par a marcharem na vi a do progres– s o que lhes traçam os espíritos, em– p enhando- se em faz er o bem e re– primir s uas más inc li nações; suas re– lações são sempre seguras, porque suas convicções os afastam de todo o pensamento do mal; a cari dad e é em toda occas ião a regra da sua conducta; a hi estão os ve rdadeiros espiritas, ou melhor os espiritas christãos. i> Orgam de propaganda espirita ANNO XIIl 0 - NUM. 6 Pará - Belem - OUTUBRO DE 1930 Director espirilual-ALVARO (Espirito) }idade do acolhimento que por toda parte encontrei. Pergunta -se corno uma doutrina, que dá felicidade e nos torna me– thores, pode ter inimigos? é natu– ral: o estabelecimento das melhores O c,1 lv,1 ri o O Mensageiro Espirita de Lisboa, publicou o esplendido quadro me– diumnico-0 calvario de Bellotti, as– signado Gaetano Previati : Representa J esus, subindo o mon– te da crucificação seguido dos legio– narios romanos e do povo amotinado, sobre os reflexos do sol que se vae apagando. Para elucidação publicou um tre– cho da poesia A Divina Tragedia, ex– trahido do Alma e Ríthimos da nossa secretaria redactora Elmira Lima , que transcrevemos agrade~idos. 1 A DIVINA TRAGEDIA Exaltando inda mais a peblc ins:rna e louca caminha a soldadesca, o justo conduzindo; pragas e maldições, num :alarido infindo, fogem das almas vis ! Err:im de bocca em bocca ! Curvado sob a cruz, dura, infamante, ingrata, o Propheta da paz contempia aq"l:ella gente; e dos olhos azues, mansa, piedosamente, um limpido Jordão de lagrimas desata. E segue, tropeçaRdo, o negro itinerario, sem quei•umes de dór, sem gritos de revolt~; a cada passo cac; e o doce olhar, em volta, procura o pouso mi, agreste do calvario. C:iminha e ainda um:i vez tropeça, de c:insaço... é quando o Cirineu, vencendo a cobardia, offerece, piedoso, ao filho de Maria , o amparo commovido e humilde do seu braço . O sin istro perfil da pedra, rude e escur:i, do Golgotha sombrio, escalvado, aparece. e o santo Réu d'Amor, murmurando uma prece, alcança o termo, emfim, da ru:i da amargura. Este exelJlplo não será per dido; esforcemo-nos por manter essa linha coisas choca sempre interesses , ao de conducta, recordemo-nos sempre co'Ileçar. Não tem acon tecido assim d'elle, e conse1·vemo-;; alto e firme o a respeito de todas as invenções e estandarte do E. piritisrno que nos descober·tas que têm produzido re– legou tão grande fixem pio. volução nas industrias? As que hoje Discurso µronu11ciacto em Lyon são consideradas como beneficios, ~m viagem de pr(,paganda : sem os quaes não se poderia mais «Senhores: felicito-os pela cordia- j passar, não tiveram inimigo& fero- Circulação mensql CORAÇÃO, parte material do e po no qual collocamos a séde do at e do soffrimento, caminhos maxin para a elevação da alma. Alfredo Sandoval (Esp.: zes? Toda a lei que reprime um a 1 so não tem contra Ri todos os q vivem dos abusos? Como querer que uma doutrina que conduz 1 reino da caridade effectiva não f, se combatida por todos o·s que · vem de egoísmo? Sabeis quanto les são numerosos na terra. A tactica, pós ta já em pratica ~ los inimigos dos espíritas por que elles vão empregar con; um vo ardor, é tentar dividil-os, cria do systemas divergentes e suscita d_o entre elles a desconfiança e cmme. Não vos deixeis cahir no laço tende como certo: - quem quer q procure, por qualquer meio que 1 Ja , quebrar a boa harmonia n pode ter boa intenção. Por' is vos recommendo que ponhaes maior criterio na formação dos vc sos grupos, não só para a voe tranquillidade, mas tambem no p1 prio interesse dos vossos trabalh1 Vale mais, portanto, havei· • uma cidade cem grupos de dez vinte adeptos, nenhum dos qm se arrogue supremacia sobre os < tros, que uma unica sociedade a dos reunidos. Se um grupo quer1 tar em condições de ordem tra quillidade e estabilidade, é preci que reine nelle um sentimento f1 ternal. Sua influencia é toda mo1 e está no caracter das reun iões q dão aos estranhos a idéa de ui aas~mbléa grave ~ se'ria; ahi estl mais pod_eroso me10 de propagan< _o E~p1ritismo di_rige-se aos q nao creem ou duvidam e não • q_ue têm fé, e a quem ess'a fé é su~ mente; elle não di z a nin o-uem q . ô renunc10 suas crenças para adop l a s nossa~ , ~ _nis to é conseque1 com os prmc1p10s de toler anci a e herdade de consciencia que prof, sa. Acolhei com solicitude os home d e boa vontade, dae a luz aos q procuram, por qu e, com os que crêj não sereis b em succed idos; não çaes violenci a á fé de ninguem pc que semeareis em campos estere p onde a luz em evidencia, para q a vejam os que quizerem vel•a~ m< trae os fructos da arvore, e d'ell

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