Alma e Coração 1930 - Anno 13° - Fasc. 3° - Julho
I 6 ALMA fE CORAÇAO ----------,-·------- - - ----- / O PROGRESSO NA .QUÉDA . "A severidade do castigo é p ,·opol'cionada á g,·avidacle da fc,lta.> t \' ANGELHO SEGUNDO O ESPJRITIS~IO. Kardec. O progresso é illimitado, indefinidu, os olhos cegos dos humanos, a quem eus não concedeu a visão perfeita e ·11le ira do fu\uro das almas• que já at– ingi :·am um gráu elevado demais para c raveira commum dos que rastejam a lu c ta das paixões. Le r , profundar e comprehender as bcll ezas do Espiritismo, é cousa difficil os t! ne têm o animo preconce bido, tor- 1ann ,-se esses , na ling uagem evange li– pa, <u::J chamados que não foram esco- lJ1idos)), por des idia, prevenção ou má e. Urn meio ex is te, o uni co direito, cón- li,. fr ola11eo com a razão, para o sêr atra– ado ,-e aperfei çoar e s ubir a escala pro– Pressiva que nos conduz a Deus-a the• ria d t reenca rnação. O <',1hido de hoj e, porém, cah ido por ·osto t~ força de inferioridade em amar v icio , terá, forçadamente, que se r vi– ioso a in da ama nhã, pois que o pro– res='o não dá sa ltos , sobe deg ráus e é abusa do lar alheio. Seduz virgens e meninas e ri das novas conquistas mais baratas ou mai s caras. A mulher, para elle, foi apenas a embriagadora dos sentidos, o objecto do goso material, o instrumento das suas paixões inferiores. Ora, acceitando a lei justa e igualita- 1 ria_ da reencarnação, este espírito, de– ·po1s da morte do corpo, vendo o cami- 1 nho negro e immundo onde andou e 1 as victimas que fez, póde ser tocado de . arrependimento e desejar soffrer cm si mesmo o que fez aos outros; pagar, ceitil pdr ceitil, as dividas nefandas que contrahiu para com o proximo; sentir por si proprio as dores que causou, os aviltamenlos a que rebaixou as suas vi– ctimas, padecer as agonias do desprezo, os desesperos dos desprezados, a solitu– de dos abandonos. ·E assim, este espíri– to , que foi homem, isto é, que animou um corpo de homem, virá. nasce r mu– lher , animar de vida o corpo de uma infeliz rapari ga ex pos ta ao:; ba ldões da desventura, como ell e oulr'ora expoz centenas . Dirão : porqu P. ell e não Lornaria a vir homem, e r egenerado, a se dedi ca r pelo levantamento das mulheres ca- hidas? " Porque era e na ltece r a qu em não li– nha o merito do so!Tri me nto. Esse sêr ainda não pagára a di vida das honras que anniq til ou , e não se ri a jus to que ~ pos,;ive l qu e se chegue ao c imo da , •ada :;em t er azas. Póde ir <lc salto riortal ... porém, o nome o di z: sa lta po ar, faz a proeza, mas volta ao ch:i.o 1 16 onde 'partiu. . . 1 a pós uma ex isle ncia de gozo e de pra– ze r pecca rninoso se seg ui sse outra de beneme rilo da humanirl ade, rodeado de ven e ração, fita ve rmelha ao peito , na recompensa dos e ng ra ndecidos pe lo me• . re1,;imento proprio no sac rifi cio de si mesmo. Es tes fa ctos, qu ando se dão, e levam }-Ja creaturns a quem re pug na a 1dea, uc é lei, de que se póde prog redir _a quéda. Exemplifi q uemos: Um h omem. 1 exlremamenle v ic ioso, sen s ua l e des– egra<lo, con ta os seus amores lev ia nos 1 5 cPn tenas; a rrasta com seus conse lh os erfidos e má.us exem p los am igos _e i n– iffen ntes; cond uz á perdi ção du z,as de nnlh1 res; desv ia a honesti dade pobre e ::i o~ ,.., e depois levitado, da ndo g iros creo s na sala. D esde o mez de maio 928 , as expe r ienc ias fo ram c1ss isti – ' ;_15 ~ 0 10 engenheiro Voegeding e o psy ch~nalysta Schncide r; na sessão !e ;2 2 ;ulbo 1928, o rosto do medium i i e, lberto de t elcplasmas sa bi dos < l . tri 1, -Jcca , o prop n o med ium. Os J;cl1és foram tomados. Em 12 de novembro r928, uma mão 11 t e r ialisada appareceu, ass im como ~s ~ 3ss0es de 14 janeiro, 18 feve– i ro 4 março 1929. e O prof. BJacber se felicita pela ,, , ontade ela sra. Ideler, que sa- º'' . . l 1 ·1.:. .. tod a s a~ ex1g-enc1a::; , e contro- 5 /, <- • • • ri , o rosamc nte sc1ent1f1co. ,EIÍ.:1 declara que em. rnnumeros c·i,os es piritas de R1~c1,. os phe- 111, nos são guasi que tao rnte~sus . -t ressantes como os produzidos JC ~ 1 11 s ra . ldeler.» ' . o se r ac ima do padrão das c realuras communs. E' o caso dos santos venera– dos pela ig reja e por nós, a qu em da– mos o nome de g ui as. Fo ram homens ou mulh e res tocados pe la g raça do ar– rependimento, que, na mesma vid l:\ de peccado, se h orrori sa ram do mundo e de si propri os e c nt rPgand o-se a suppli– cios, abs lin enc ias, jejuns e mace rações, r enun c ia ndo ao rn a l, que é a imugem demoní aca, deram os ma iores exem plos do q uan to póde o poder do a rrependi– men to ve rdade iro, tornando-o-; di g nos do nome el e santos q ue lhe dernm as gerações q ue os adm iram . Commumente, porem, o homem vae ao fim da vida, alé onde lhe permillem as forças gastas, a li ba r da taça do p ra– ze r·. A velh ice se approx ima, os exem– p los dos outros , os avisos em si mes– mo, nada o faz domar os se us ins linctos, que e lle acha nalura liss imos, e aos quaes aprimora, muitas vezes, com uma cu ltura malsà, ill udindo os que o cer– cam. Sómen le depois da morte, estes seres re ~ieldes e relapsos no peccado ~a Juxuna, são ohr igndos a ver, e se Ju lgarem a si mesmo:;, o que ellcs são e o que merecem, . E' dahi _que vem a exp iação, muito ,1usta, equtLativo, e racional num corpo de mulher, para :;cr deshonesti zacla, ou desde creança ou no meio do s011!10 en– cantador da juventude, conforme as di– vidas que elle contrahiu, e se ver depois, 'exposta ao meretricio horrorisada delle'· su!Tocando o pranto numa taça de vi– nho fino ou no copo de cachaça, se a divida do desgraçado espírito o obriga a rol a r nos enxurras das sargetas. Se este espírito em punição, ama a vida em que chafurda alma e corpo, não progride, não sobe nem evolue. Veiti da lama no passado, quer tenha sido homem c riminoso e amador da carne, quer mulher, bacchaule e atrevidamen– te tentadora dos que se lhe avisinha– vam, como a aranha venenosa e perfida em sua teia subtil. .. Mas, l!e o pobre desgraçado espírito vive _louco de ve rgonha nessa vida de rebaixamento, aviltado e desprezado de si mesmo, se elle sente horror daquel– le meio e procura todos os recursos para sahir do lodaçal sem encontrar um ponto de apoio; em cada mão que se estende um gesto impudico, em cada olhar, um desacato; em cada arremedo de protecção, uma futura conquista aos seu s pobres encanlos, mi I vez<'s rua !di– los por ella, esse es pirilo, 11um co rpo de mulh er pros tituida, nessa desg raça– da mui her vendida, es tá pagando j usla– men te, dolorosamente e merecedoramen– te os c rimes do passado. Qu em paga a divid a, se ha bilita a al– fo r ri a r- se. Se ella soffre e não goza, es tá se ndo punid a , esti.' 1 expiaudo o qu e fez; e quem só viYe para se punir e pade– ce r, es tá resgata ndo e prog redindo . Ei s como pôde uma infeli z mulhe r de– ca hida, es la r em caminho do prog res– so. E' uma e ncarnação de resgate e ex– piação. Na qualidade de mulhe r, na desc lass ifi cada cath ego1·ia de mund a na, o vilipe ndio soc ia l a que se j ug ul a, é e lemento de a sce nção. Muitos es pirilos que animarnm cor– pos masc ulinos em e~carnações seg uidas, abusan do da a uc londade e se a nima li– sando na ma teria , se m um freio aos se us desreg ramentos, são fo rçados , mui– tas vezes, a vir mulhe r, e num vive r desve nlurad o e neg ro, sem que lhe se ja per m itlid o o livre arbítri o de esco lha te ,~1 de se s uje ita r aos ma is vi s e des~ brrndos e nvilec imcnt os; e ,;ó dessa ma– ne ira se rá sa ti sfe ila a le i de i(J' ua lda de e de ju sli ça pa ra lodos os ser es~ Não ha rcprobos e prcdest inadm; es p iriluaes Cada um é punido pelo que µecco u : Nem queremos a borda r aos caso:; dos r egen_e~ados, porque essa é a v ia da perfei_çao q ue fez os grand e:; sa nlos. fsse e o _ca o das mi ssões, co roa n1 e11 to ct uma v ida de re nuncias, a pós Ler se lavado aR mac ul as no a rre pend imento, e pos to i', prova elas lenluções, para, en tão, pa;;,;a r el a ex p iação ,í. p rnvn~ão e á rn issr10 l'eó·ent: radora , uuma ::5ú vida fecha ndo u m cyclo de en carnações te r ~ ren~s. Temo~, e bas ta esse, o exemplo n o– bre e d1~111 0can te da forrno,,a Magda– lena, a la e , uan te peccadora, salva pelo santo ? lllar de Je~us, que lh e mostrava. o camrntto e a VHla, aponlando-11,e a caud,das m?i-aclas dcs escolhidos, como um pharol imantado e bemdicto, a nor– lear-!h~ os pas O!" para o alvo supremo do dt\' 1110 Amor que é Deus . ELMIRA LIMA
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0