Alma e Coração 1930 - Anno 12 - Fasc. 12 - Abril

2 ____ ALMA E CORAÇAO ___ _ _________ Expediente Tod a a correspondencia para estejornal deve ser envi ada para a redac tora-secreta– . ria, cai xa postal, 168 e travessa Apinagés, 10 va-se em Roma e visitava a biblio– theca do Vaticano. Foi ahi recebido por jovens noviços de longos ha– bitas pardos, que se puzeram a lhe fallar no mais puro latim. Méry era bom latinista em tudo que se re• fere á theoria e ás cousas escriptas, mas não havia experimentado con– venar familiarmente na lingua de Juvenal. Ouvindo esses romanos de hoje, admirando esse magnifico idio– ma, tão bem harmonisado com os monumentos, com os costumes da época em que era foliado, pareceu– lhe que um véo lhe cahia dos olhos; pareceu-lhe que elle proprio já ha– via conversado, noutro tempo, com amigos que se serviam dessa lin– guagem divin~. ~hrase~ completas e irreprehens1ve1s cabiam-lhe dos labios· achou immediatamente a elega~cia e a correcção; fallou fi– nalmente, em latim como fallava francez. Tudo isso não se podia fa– zer sem apprendizado e se elle não tivesse sido subdito de Augusto, se não houvesse a travessado esse se– culo de todos os explendores, não sa teria improvirndo uma sciencia impossivel de adquirir em algumas horas ». Comµleta on Denis a transcri- pção do «Journal Littiraire, das vi– das multiplas de José Mé ry : <Outra das suas vielas terrestres passou-se na India. E ' por isso que elle a conhece bem e é por isso que, quando publicou a Guerra do Ni– zan, n enhum sequer dos seus lei– tores duvidou que elle tivesse habi– tado por muito tempo a Asia. Tão vivas lhe são as d escripções, tão originaes os quadros que te– mos a illusão de tocar com o d edo os mais insignificantes pormenores, e qu e nos parece impossível que elle não tenha visto o que conta: - o cunho da verdade lá está . Pretende elle qUE1 penetrou na Ind ia com a expediçã o mussulmana de 1035. Lá viveu cincoenta annos lá passou bellos dias e lá ficou d~ uma vez . Tambem fôra poeta lá,– menos lettrado, porém, do que em Roma e do que em Paris. Primeiro guerreiro e depois so– nhador, conservou em s u a alma as imagens nitidas do rio sagrado e dos sitios indianos. Tinha diversos predios na cidade e no campo, orou no templo dos Elephantes, conh'e – ceu a civilisação adeantada de Java, e viu as ruinas explendidas por elle d escriptas e que ainda não são bastantes conhecidas. Vale a pena ouvil-o contar esses póemas, pois o são verdadeiros; essas r ecordações a Swedenburgo . A sua linguagem é seria, não dá logar á suspeitas. Não é mystifica– ção .imping ida á ouvintes; mas, ~im, uma realidade que chega a con– vencei-os ». ( Continúa ). ARcHIMIMO LrMA AOS NOSSOS ASSIGNANTES · • ~MA E CORAÇ~\ este numero, encerra o seu 3 .o \ anno de vida activa e profícua, em 2.• phase de propaganda, a bem da causa luminosíssima da Verdade . Rogamos, em nome do Senhor Deus e de Jesus, o Mestre ama• do, que reformem as suas assigna• turas, assim como procurem adque- \ rir, entre os seus amigos, novos \ assignantes para 1930. ~-----------------------~ f CARTA ABERTA III Meu caro. . . Na terceira carta vens a inda prPoc– cupado com as opiniões dos homens. Dizes que as mai s bellas esperanças do coração humano são abafadas pela viol en..-:ia da critica soez. Meu caro : Nós todos somos pr1 s10- neiros de um mundo novo que começa apenas a sua phase de evo lução espi– ritua l. Ma is ainda assim este mundo mesmo tem seus encantos. E' prec iso encarai-o como elle é, para sentirmos a paz e a Pspcrnnça no co– ração. . Se em todo o vasto domínio da natu– reza viva campea a vi olenc ia, a i"uria das paixões e se todos os seres se a rro– jam un s contra os outros n'uma lucla de ex termínio , não ha nega r porém que a humanidade se embelleza ~a compa– ração do presente ao passado selvag em. Não olhes as vidas que se extín– g uem para alimenta!' outras vidas, quer entre os iusectos, àves, peixes , quauru– pedes ou bipedes, esle no topo da ani – malidade o maior destruidu r dos serns viventes. O homem mata para se alirnenlnr, como mata para se instruir, mata para se divertir e mala por matar. E' soberbo e terrível ao es peta r uma borbo leta com um alfin etr, como por fazer da tripa de um carneiro a corda da sua harpa e ench er a ;:. ua tn eza de cadaveres que saboreia, devorando. Não lhe llastando o sa ngur dos ani– maes, n'um suhito furor , u'u ma extra· nha colera marcha um <'ontra o outro em lucta 'de extermínio, desvastando Fundador - FRANCISCO DE P. MENEZES Desencarnado em 1926 Dircctor - Archimimo P . Lima. Redactora -secrelaria - Bimira R . Lima. searas, enceguecido pelo odio a lavaJ a terra n'um mar de sang ue, nas guer– ras de competições ou de conquistas. Entretanto , nesse mesmo homem, su– bito rebenta uma volupia, abrolba no coração uma lagrima para subir, em so– luços, aos olhos brilhantes de carinhos e de amo r pelos que sofTrem. E' um extranho animal o homem, dirás. Mesmo ensopado de sangue, ou rai– voso de odio reso lve o problema da dôr, torna-se a imagem da justiça, sobe a escalada do soffrimento a clarear e em– bellezar uma mansarda. E' o g rande enigma da vida das crea– turas, que nos faz adivinhar um futuro harmonioso de paz, de concordia e de feli cidades. A escala da evolução é infinita e á vida de barbaridades cederá um dia a vida da justiça, da verdade, da belleza e do amo r. Torna- se prec iso sómente que, de quando em vez, ua craveira humana se destaque alg·uern, illuminado por uma visão interio r, se disponha, de fronte levantada, a apontar o caminho da re– generação, da paz, pela renun cia de si • proprio, prompto a crucificação pela felicidade das ge ntes . O trabalho é arduo. Não se chega ao fim da jornada s~m ter o co ração ferido. Mas aquelle que (\ perseverar até ao fim se rá sa lvo ». Queres se r drsses homen~ que a his– toria reg ista como bemfeitores da hu– mamdade? Volta para li o prisma das consola– ções. Enche-te de co ragem para affron– tar a ira da populaça e a inveja dos sem razão e dos gTal has. E sobre tudo uão julgues o poema da vida p&la poesia da terra, olha mais a lém, so nda o infinito e lerás conciliado a ex istencia do mal na vida terrena com a nimia bondade do Creador. E co nhecerás que o mal tem existen– c ia relativa e as criat uras marcham para a luz. Sempre o amigo ARCHIMIMO LIMA. Doutrina consota~ora Deus e suas obras Quem não está dominado pelo orgulho sabe que seres invisiveis nos assistem, gui am e auxiliam no cumprimento do nosso den!r, desviando-nos constante– mente do caminho e da pratica do mal. Esses seres, cada vez mais, nos dão P rova do oran,le amor que nos de,Ecam, b . d estreitando relacõcs de aro1za e entre os incarnados e t: 0 les. D~signamMse com o nome J.i:: espíritos. Viveram na terra e

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