Alma e Coração 1930 - Anno 12 - Fasc. 11 - Março

Gru~o Es~irita luiz ~e Gonza~a No dia 8 do corrente, ás 9 horas da -noite na séde da sociedade «União ' . -Espirita Paraense », realizou o grupo espirita «Luiz de Gonzaga~ uma ses– são solemne de posse da sua nova administração. Recahiu a presidencia no aben~– ·p:ado espirita Antonio Gomes R1- ·beiro que vem dando todo o seu ·esforço, a e negação e bôa vontade á causa do espiritismo . Foi uma festa sin gela essa do grupo e Luiz de Gonz,1 ga , , ten~o a ·presidi} a o dr; Arch imim_o L1_ma 1 presidente geral dos «Cam10he1ros do Bemn. Falaram os segu intes oradores: Solemo Moreira, presidente da so– ciedade «União Espirita Paraense> , Carlos B. de Souza, orador official, Marcos Arguelles, Antonio Gomes Ribeiro uma senhorinha, pelo cen– tro espirita «Esperança », e Elmira lima, pelo «Alma e Coração,. O dr. Archimimo Lima, ao en- . cerrar a sessão, referiu-se em phra– ses de contentamento aos bons trabalhos do grupo uLuiz Gonzag_a ,, , disse da secção de caridade mantida ·pelas damas de caridade sob .1 pre– s idencia da senhorinha Ida Medi– na, que vem com bom exito ampa– rando os desprotegidos da sorte, terminando por concitar a todos no _empenho da obra de fraternidade e de estima entre os legionarios da cruzada espirita. Foi a sessão encerrada ás I J ho– ras da noite entre applausos da as– sistencia. Nós desej amos destas columnas que Gomes Ribeiro continúe na tarefa de amor e de paz que lhe foi confiada. á impotencia e levando-os ao seu verdade iro Jogar no t ablado da vidR terrena . O imperador ou o rei que appa– rece na ribalta, ao descer o panno nem por isso deixou de ser o mes: mo infeliz que vive a vida das pro. vações. E o pobre da esquina desprezado e maltratado póde ter uma alma ~mais serena e mais calma que o ri– caço cortejado, no seu palacio lu• xuoso. A apparencia é muitas vezes en– ganadora. Jesus nasceu n'um estabulo, fci buscar os seus apostolos á beira das praias na barca dos pescadores, nos Jogares mais humildes e elles ti– nham almas de santos. Reflecte ! Despe-te d8s vaidades e pas presumpções do mundo enga. ALMA E CORAÇAO nador e não escutes a grita da ma– tilha que uiva em derredor. Segue o teu caminho que aquelles que te estimarem verdade ira_mente não deixarão de ser teus amigos e as vezes com maior affecto, quanto mais modestamente e abnegado te mostrares, no trabalho do teu aper– feiçoamento e na distribuição das benesses que alcançares, por todos os que de ti se acercam. As considerações sociaes que tan– to parecem te preoccupar, virão na– turalmente á medida que abrires a estrada da luz e do amor espiritua– lizado. Se não fores comprehendido, nes– ta vida, é porque assim precisa acon• tecer, para te provar a paciencia e a fé, via m~xima do aperfeiçoa– l11ento moral. Até breve. \ ARCHIMIMO LIMA. EMILIA Por ÜRACULO (Espirito) Medium-Jamí Parente . (Conclusão) Beijou de joelhos as mãos protectoras do desconhecido velhinho. . Qual não foi a sua surprehendente admi– ração quando, os olhos erguendo para o rosto 'do seu bemfeitor, em enternecido agra– decimento, deparou com a fi~ura perfei!a de Jesus Christo , em sua subhme e radiante belleza celestial , com as mãos postas sobre a sua loira cabeça, em altitude paternal. E ainda o ouviu proferir mais as seguintes pa– lavras: -Minha amada filha! Mandou-me Deus, Nosso Pae sentir bem de perto o soluço sentiment;I do teu coração, fazendo com a minha presença, cessares de tanto chorar!». Proferidas estas harmoniosas palavras por Jesus Christo, incontinenti, um Anjo muito perto surgiu, espalhando p~lo amb_,ente um embriagador perfume, e tao sublime, que Emilia ao respirar ficou por alguns segundos sem sentido. Momentos após, despertou, nada mais encontrando em torno da sua pes– soa. Desappareceu por encanto inesplicavel tudo o que presenceára, como se tudo isso fosse um sonho .. . Escondeu o rosto por en– tre as dobras de sua capa, supond_o que a_bso– lutamente nada lhe havia appa~ec1do, pois se via novamente em plena realidade de seus padecimentos. . . - «Meu Deus I se foi verdade o que aca– bei de assistir e não um maravilhoso sonho, como estou julgando ser, me tirae desta ~re– menda duvida e me mostrae o meu destino, pois, no caminho espinhoso da minha curta existencia, só divulgo sérios e pesados tro– peços; se me daes forças, resignadamente enfrentarei tudo, como prova inconcussa da minha pi edade religiosa, sentimentos estes que me fazem crente e que me faz te amar, meu Deus, com todo o fervor da minha alma!>,. -Minha filha ! Eu não me havia afastado d'aqui, como pensas. Encontrava-me atraz de ti e só não me viste, porque occultaste a tua face por entre as dobras d'esta capa que trazes comtigo.>i Emilia sentiu, ao ouvir novamente estas palavras, o coração lhe bater alegremente dentro do peito e, contrictamente, pediu e Jesus Christo que lhe esclarecesse todo este 3 A mulher Do formoso artiao < A Mulher• por Mario Mello, extrahimos estes períodos, a esmo. A mulher será livre, quando sou• ber ser mãe. ... O homem antes de o ser é menino, e é nessa idade que a mu– lher prepara a sua escrnvidâo_ ~u a sua libertação. A mãe espmta qu e fórma o caracter do fi~ho de sde o berço, que lhe ensrna as ha rmonias da naturew, que o ad o rmece falando de Deus e da Caridade, que o embala sonhando para elle os mais tern os e_ c.1 st<?s dias, prepara-lhe uma ex1s_tencia mais tranquilla que a superfic1e des– enrugada d'um lago, e este ho– mem, não será, nunca poderá ser um escravisado,=. ... A felicidade e a trnnqui llidade dos povos romperão apotheotica– mente quando a mulher, sendo no lar o chefe esclarecido, s~d· o pro– fessor, o guia, o orientador do ho– mem, quando ella o subordinar a. si, á sua religião de extenso e benef1co amor. Só ella será capaz de fazer ho– mens bons e a vida será sempre.má , tortuosa e difficil emquanto os ho– mens forem maús. Fazei a creança ·bôa e o homem será bom. Educae· e sereis livres. MARIO ME-LLO D '« O KARDEC1sTA»--Beja Portugal encantador mysterio, para tranquilidade de de seu espírito e paz na sua vida errante e sem destino ... » - «Filha! Soou, em tua solidão, o rebate explendido da aurora que desponta por entre os albores de uma manhã clara e illuminada pelo sol que começa já a apparecer na curva sem fim do horisonte, para espargir a luz ce– leste na estrada nova da tua nova vida . D'ora em deante tudo se transformará, se modificará, como premio, recebetás a coroa– ção de Deus, te incluindo no numero de seus Eleitos,-como recompensa justa e mereci– da! ... Vinde! » • Emilia acompanhot~-Ó . O santo guia a con– duziu á uma casa modesta onde um bondoso casal a tomou para professora de um lindo menino de seis annos, encanto de seus paes e que se tornou a esperança e a alegria da mestra enternecida e bôa'. Mas a promessa de J esus não se cifrava a esse amparo pas– sageiro da terra. Elle lhe promettera a Vida Eterna. E assim, acolhida no seio d'esta santa familia, por pouco tempo exerceu os mistéres da profissão que nobremente abra– çára. Chamada para junto de Deus, deixou a mais sentida saudade a todos aquelles que tanto a apreciavam pelas suas raras virtudes. Foi n'uma tarde de verão, quando o sol desprendia os seus ultimas lampejos por so– bre a terra e o crepusculo cahia triste, vindo bem proxima a noite illuminada brilhante– mente pelas estrellas innumeraveis .. • ' Emília baixou á ultima morada, coberta de flôres que perfumavam o seu corpo de san– ta ~ seu espírito, provado por t~das as mi– senas do abandono na terra, subia em mar cha triumphal para o Céu. • ----.

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