Alma e Coração 1930 - Anno 12° - Fasc. 10° - Fevereiro
6 ALMA E CORAÇAO __________ , _______________ A virgem, a quem Jesus só trata de mu– lher, considera-se tutora na tural, por sa– ber estar Elle entregue aos cui dados do legitimo Crea dor que orde nou a s ua appa– ri~üo oom si gnaes e vi sões. Jes us sabia ter de subir para o Reino da Virla donde, temporariamente eslava au– sente, após te r comprado com a agonia e a apparente morte (como foi appar ente o nascimento) a liberdade de mulheres de almas qne no corpo de corrupção carn al eram habitante do Reino da morte- a Terra E «Elle» n'um corps reflexo d'um mundo recamad p de prata e constellações doura– das, d'almas fundidas no amor ete rno, de– monstra, com a resurreição, a virgindade de Marin , sua pura Mãe e desse dia , em di– ante firma a personalidade de verdadeiro corpo celes te, ethereo divino com que Deus que o criou, por Elle o comprovou «Quem viu o filho, vê o Pae que o enviou». A radiante fi gura de Jesus mais elevada do que todos os filhos dos h omens, e tra– zendo comsigo e em si todos os r ecursos de que Deus dispõe no to cante ás relações com o Unil·erso visível, agora é compro– vad a nas materiali sações, participa das expe ri enci as humanas. Encontra-se assim, reflectida e revelada a partini dad e e na tureza do corpo de Jesus, gr aças á clari videncia actual nas pesquisa scientifi cas, confirmando a ve rdade sym– bolizada na mensagem do Evangelho. MARCOS ARGUELHES EMILIA Por ÜRACULO(Espirita) Meclium -Janú Parente . No limia r de um portico romano, era sem– pre presentida a presença de uma rapariga que denunci ava po~~uir pouco mais de vinte ann os de edade . A sua estatura era mediana, tendo a lhe embell ezar a cabeça, uma fa rta cabelleira loira; o rosto, de fórma oval, e no delineamento correcto dos traços physiono– micos, deixava ainda se entrever alguma for– mosura n'aquell e sêr entregue ao compl eto abandono! Vivia Emília numn pobreza tão extrema, que para poder res istir ~os embate_s terrivei~ da vida esmo lava a caridade publica. Quas1 sempre' lhe acendiam com_ um insign_ifican~e obulo recebido com a mais doce res1gnaçao e est~eitado ao peito com suas mãos maci– lentas e pu ras - em agradecimento a Deus , na espe rança de que, algum dia, qu E: tal".'ez não estives e muito longe, fo sse d1 stlngu1da com a sua Divina protecção, amparando-a != premi ando-a pelos seus in numeros soffn– mentos physicos e moraes. * * * - ~Oh! Deus, Ente Supremo e Pae de to- dos nós! estendei os vossos sentimentos de C~ri9ade -Obre a minha cabeça, que camba– leia Já, e se encontra i: restes a tombar suc– cumb ida _n a desgraça de um abandono 'atroz e martynsante I» Emili~ sentia no seu coração, approximar-se o_desanimo ; e na negra so lidão em qu e se via, _murmur_on entre lagrimas abundantes, esta mvocaçao, sonhando estar em presença de Deus, 1:oga ndo pe)a sua alma, sempre lin– da , ~ che1~ dos mais nobres sentimentos. Senti ndo amda a commoção dos seus pensa– mentos, se encon trava na mesma posição, abso_rta, com o ol!1ar pregado em um ponto long1 nquo do canunho, quando, inesperada– men te , lhe surge em sua frente um velho mocl estamen te vestido, que fa lando com do– çura e simplici dade,~esp~rtou Emí li a d'aquell e .sc1smar· e com mmta pi edade e conduzindo as s uas ' palavras n_a. 11!ais ab~oluta suavidade de conceitos, se d1n_g1O á mi sera desterrada .da sociedade, lhe dizendo : LivreI HELENA (Os ver sos pobr es do rima, são ,·icos de sentimento) Fecho do di scurso recitado no Theatro da Paz, no inicio do festival de arte ~m homenagem aos irmãos Nobre, em a noi te de 21 de Novembro de 19!l9. Inserido no ALMA E CORAÇÃO, a pedido instante de muitos espectadores. Assim como os passarinhos, desejam livres voar, flócando as pennas dos ninhos, das azas no arrebatar; tu'alma, leve e serena, cheia de vôos de luz , quizera subir, Helena nestes livres céus az ues I Quizeras sentir na face, da viração que passasse, os beijos roseos de luz , e livre, livre, nos ares, como andorínha, voares, nestes livres céus az ues I Ao ar, altiva e franz ina, como a haste da bonina suspende no caule a flor ao beijo da viração, poderes, viver, Helena, sem ter na alma uma pena descançando o coração, sorvendo aromas de luz nestes livres céus azues ! Quebrar a grade dourada, da gaiola, que é prisão, «deixar a fronte c'roada do genio da inspiração" beber nas taças ae luz das estrellas, inspirada, nestes livres céus az ues l E a voz suave e querida, como avesinha do ar, dir:er na queixa sentida as dores do teu penar . . . -gemer, pedir, soluçar, g rítar, sorrir, e cantar, soltar as notas de luz nestes livres ceus az ues ! ·· ········· ······ ··· ···· ······· ···· ···· ···· ······:·· ···· Gosto de ver-te franzina, um anjo, mulher, menina nas travessuras do olhar; gosto de ver-te a sorrir, dentinhos brancos de neve teu rostinho a clarear... Gosto de ouvir-te falar, mas, muito mais, minha Helena, que penal quizera te ouvir cantar! Mas , ai I Helena, que pena! não te deixarem sahir !. . . E Elmlra, tua pobre Elmira, tão pobre como esta lyra, nunca mai· poude te ouvir, nas liberdades da la~ destes livres ceus az ues ! ELMIRA LIMA. - e Minha filh a ! O mundo é ingrato e cruel pa ra comtigo, que tens bellos merecimentos; pois, além da formosura do teu physico, pos– sues mais do que tudo isso, a formosura de coração e de espírito, sendo clamorosa in· justiça ficares relegada ao despre o publico, te arrastando pelas ruas afastadas e deser· tas d'esta cidade Eterna, sem que ningue te volva um olhar de compaixão e de Cari– dade - passando o maximo dos infortun ios ! - dormindo ao relento, tendo por tecto a abobada azul do firmamento e por cama as escada ri as de um velho palacio abandonado, carcomido pelos seculos, em cujas ruínas os seus primitivos donos espalham um quer que · foss e da nobreza da Roma antiga dos Ce– zares . Proponho-te melho res dias e te offe– reço a minha cabana, que não obstante a sua l pobreza - é rica Lle Caridade e de Amor pelo proximo». A pobrezinha, não tendo fami lia e sendo.: só no mundo, abandonada, e se julgando: completamente infeliz, acceitou, com as la-– grimas nos olhos e o sorriso estampado nos labios, em demonstração de contentamento · por tão inesperado offerecimento . (Contlnúa) T RAÇOS JORNAL DE BELEM.- Sobre a, nossa banca, em visita gentil, se en– contra a collecção desta revista de– actualidades. Jornal de moços, littera– rio , político e noticioso é uma pro– va do trabalho intelli gente e honesto . da juventude culta desta terra . Traz sempre, em destaque uma· «Pagina feminina > o que melhor vem· firmar as idéas progressi stas do seu elenco redaccional. Parabens aos seus directores. XXX Concepção espirita sobre a exls– tencia e zmmortalidade da alma.– Por MARCIANO ALVES. Folheto de 8 paginas sobre a VER– DADE do espiritismo, provada e cons– tatada pela opinião vali osíssima da sciencia, VERlJADE firmada na reen– carnação. X XX Doutrina Espirita da reencarnação. Argumentos cerrados em torno da dontrina, desenvolvendo e provando @. justiça da reencarnação e á lei do– progresso a se cumprir atravéz do, tempo e da eternidade, por Manoel de Rezende. XXX Religiões e Espiritismo-Catholicis– mo e Espiri'tismo. Quatro excellentes folhetos, edita– dos pela Federação Espirita Portu– gueza, de distribuição gratuita e farta por toda a seára espirita mundial. Agradecemos, penhorados, a offer– ta de varios exempl ares, cumprimen– tando os autores dos folhetos valio– sos. xxx Termina neste numero o nosso sin– gelo fo lhetim mediumnico <': Narrati– vas do mundo invisivel », da auctoria de Nabuco de Azevedo , servi ndo de medium a irmã Elmira Lima. Ini~iar~mos no proximo numero– u:11 ltge1ro conto espi rita '<Emília», d1ctado pelo espirito de Oraettlo, com. a mediumnidade de Janú Parente.
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