Alma e Coração 1930 - Anno 12° - Fasc. 10° - Fevereiro
Asstgnatura annual 10$000 ALMA, principio immortal que se eleva até Deus e cuja elevação deve ser a nossa unica preocupação. Doutrina da reincarnação atravéz da historia antiga, moderna e contemporanea Continuação Mahometanos Os mahometanos creem na doutrina das vidas successivas, atravéz de varias encarnações nos mundos de provas. A exposição da doutrina secreta do Is• lan ou o Novo Coran , na ques tão XXII, v. 5, explana: Logo que a alma perde o seu corpo ella fórma um novo». Não sómente assertam o homem ter alma que para evoluir precisa de rei ncar• nar, como tarn bem os aniroaes progri– dem vindo suas almas tomar novos cor– pos, reincarnar de novo, para progredir. E' do v. 14 da questão XXII, a se– gui nte doutrina: «As almas dos homens e dos aniroaes voltam á terra para renas• ce r na infanci a>i. Cre:;do ser Deus a fonte de todo o bem e vindo a alma de Deus para Elle volta, depois da morte, deixando o cor– po na sepultura a soffrer a lei da desin– tegração da máteria e, em seguida, volta a alma a renascer, em outro corpo para continuar a sua carreira: «O homem que morre, diz o v. 15,-vae a Deus e renasce mai s tarde, num corpo no\'o; o corpo fica na sepultura e o espírito vol– ta á sua fonte». E, no v. 17: Esta dou• tri na é tão velha como o mundo e Deus a ensinava no começo». Combatem o ensino exoterico erroneo da roetempsychose, que pecca pela base porque a alma depois de ter evoluido ~ ponto_de tom~r corpos humanos, nà? poderia_ voltar a t_~ rra, em corpos de an~– maes nao aptos, ia, para o seu progredi· mento. Assim a doutrina secreta de Islan as– serta nos vs. 18 e 19 : «A alma não vae para os corpos dos anima~s (1 8)'. ao _con– trario: As almas dos a01maes 10fenores passam no ~orpo dos animaes mais ele • vados, de pois nos corpos dos selvagens e emfim nos corpos dos homens civili– sados >. Para os mabometanos a alma tern dois corpos : O de carne, corpo material pere– cí vel e o corpo espiritual imµ erecivel e ete rno, corno tambem doutrina Sã o Paulo. Orgam de propaganda espirita ANNO XII 0 - NUM.º 10 P a rá-Be le m - FEVEREIRO de 1930 Oirector espiritual- ALVARO (Espirita) Diz o v. 26: «O !,on,e rn não é im– mortal se não com o seu co rpo es piritual, o qual não perJe nnnca e, no v. 27: Os corpos ( ma teri ,ws) não s:io senão umn ma~cara qne a alma ro u~a e t!eixa para revestir outro m;; is tarJe» . Conhecem os filhos de Islan gue a alma chora ao ante\'e r soffrimenros, quan– do reincarn a, rec t' ie,sa <l e não po<l er sup· porta-los, no resgate <lt: fa ltns, como cho– ra quando deixa o corpo por não lhe ser clareada ainJa a viJa do espa ço, onde terá de re ver-se n1 miragc' m dos seus fei– tos generosos, maus ou inapreciaveis, quando na terra. Não venhas, meu Jesus, mais, neste mundo trazer ensinamentos aos vís human os . De que serve, Senhor, se o lôdo immundo se amalgama e so terra altos arcanos? Um Eva11gelho inteiro nos deixaste apontando o caminho ao peccador. Se essa fo rmosa lei que tn pregaste, onde ell a e tá, Senhor? . .. A ti, venderam; e por fim, crucificaram. Esconderam, depois, sob os alqueres a luz que teus labios es palharam. Não venhas mai s, Jesus, pois já nos veio o bom «Consolador» - do espaço, os seres enviados do Amor do teu bemdicto seio. Que nos ·baste, Jesus, essas exortações continuas, fraterna es, das <almas do outro [mundo>. Se pois, estas, tambem, no lo~aça l immundo se mergulham na alma das paixões, e nem lhes fique ao menos o consol~ de malhar, sem proveito, emferro frio? Em vez de vires tu, Jesus, manda um rebolo, uma moll e de pedra ... e de assobi o! Manda zunir, Jesus, a PEDRARIA, de polo a polo desta Terra ingrata, em todos os amantes do peccado. Vendem-te a lei tambem, ó Filho de Maria 1 por menos, no v'alor, que o dinheiro de prata com que Judas vendeu teu corpo immacuJado. Não venhas mais, Jesus, não venhas, não! Deixa a Terra soffrer, que bem merece ... Rasgavam-te, de novo , o coração e a men tir, ainda rezavam-te uma prece. Manda as.almas, J esus ! Estas não se crucifi- [cam; el1 as vem repetir o que disseste; os seus corpos subtis não se corporificam, como o teu, por amor ao Evangelho celeste. Sopram, por toda parte, ao teu mando divi no o mais justo, o mais nobre, o mais fraterno que póde conduzir as creaturas. [ensino Infeliz de quem não ouvir seus bons conse– [Ihos, de quem não caminhar com os Evangelhos enviados, por ti, lá das al turas .• . ELMIRA LIMA. .. • Circulação mensal CORAÇÃO, parte material do cor– po no qual coll ocamos a séde do amor e do soffrimento, caminhos maximos para a elevação da alma. Alfredo Sandoval (Esp.). Um misto de alegria s e de tristezas domina a alma na previsão <les~es acon– tecimentos, assim affi rrna ·o v. 41 : O homem chora quando sae do seu corpo, elle chora tambem quando nelle entra», Cref'm, entretanto, os mahometanos no encontro das almas qu e se amam, quer nas vid as planetaria reincarnadas, quer na vida do espaço para num rythmo harmonioso de verdadei ra fraternidade se aj udarem, num avanço para a luz e para o amor espiritualizado . " Aquelles gue se amam ~e reencon– tram em urna encarnacâo futura». Vs. 26 e 27 da questão XX~-.tfo utrina secreta de lsla n. Opinião dos sabios O s ma iores sab ias da historia antiga, moderna e contt: mporanca acceitaram e pregoaram a doutrina da rei!J carnaçào. Jambl ico, philosopho grego, da escola neo-pl aton ica, mono n~ anno 33_3, dizia no se11 tra tado dos mystenos egypc1os(sect. IV cap. 4. 0 ): «A Justi ça de Deus não é de nenhum r.nodo a justiça dos homens. O homem define a just iça sobre ra– zões tiradas da sua vida actual e do seu e3tado presente; Deus a define relativa• mente as nossas existenc ias successivas e a universa lidade dt: nossas vidas . Assim, os soffrimentos . que nos afllgeru são os castigos 'dum peccado de que a nossa alma se tornou cul pada , numa viJa an– terior. Al gu mas vezes Deus nos priva da razão, mas, nem por isso, devemos du~ vidar da sua justiça>>. *** E' de Virgílio, Aascido 70 annos antes de Christo, no seu discurso de Anchise a seu ~lho _Enéas, nos Cam pos Elyseos (Er.e1da) li vro VI), os seguintes ,,ersos: «Me u filho , diz o velho, tu vaes aqui comparecer Aquelles que em outros corpos devem um dia renas ce r, Mas an tes de outra vida antes seus duro5 trabalhos Procuram do Lethar as impassiveis aguas E no longo somno das paixões humanas Pe rmanecem felizes esquecidos as suas primeiras penas . .•
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