Alma e Coração 1930 - Anno 12° - Fasc. 9 - Janeiro
6 nas franças d.o arvorêdo á lua cheia, um doce rouxinol, meigo a cantar. E ouvindo-os, de .susto e de ternura, como a ave que a Assis quiz imitar, fica-se de alma quase a ajoelhar, encantada, do encanto, a se encantar... Entre todas as verdadeiras gemmas que as lettras paraenses têm rojado aos pés dos irmãos Nobre, cahiu um pingo d'agua. Reflecte a luz, mas não vale. E' um pingo d'agua-Elmira Lima . De gottas d'agua, silericiosas, humil– des, formam-se os agglomerados lí– quidos dos mares. E quantas gottas d'agua, ignoradas, puras e .tremulas -agua pura, agua que dessedenta, agua que adoça o Vinho Amargo da vida, agua límpida e clara da amiza– de, não se ajuntam para formar o oceáno da m_ultidão que vem partir– se fremente e múrmura. soluçante e suspirosa na praia branca e extensa da saudade, onde parece, ainda . divul· garmos o vulto querido dos maviosos cantores!? ... E foi um~ alma de mulher, e foi um coração de santa, e foi um gesto de grandeza, como é grande a ma– gnanimidade dos príncipes-foi outra alma de outra ave canóra-Antonia Bahia, quem reuniu no cofre de 'ouro da A mi~ade ª? joias que se offere– cemi hoJe aos irmãos Nobre, - ás pe· dranas deste programma: Olympi-a Cunha, Manoel Raposo, Waldemar Godinho•, Maria do Ceu Nobre, Jayme Nobre, as vozes puras, o violino, a flauta, o piano a homenagear Helena e Ullysses . Antonia Bahia, ave que imita os gorgeios do sabiá, em toda a gamma dos sons, voz que modúla os ritorne · los das patativas, no dó profundo da piedade, saudosa das avesinhas ir· mâs, que dantes saudavam, livres, o sa~to nascer do sól , num pipilo de avezinha ferida, gemeu, chorou e vae cantar .. • cantar para consolar a dôr de .Helena, para suavisar a dôr de Ulysses. E a voz de Antonia Bahia suavi– dade lyrica , a nos recordar ~ outra voz que se esvae, em distancia trou· xe-nos uma onda cantante de ,espe· ranças! Espera_nça !-apres um clarão de consolaçoes nas almas dos que pa– decem! Tudo passa: o bom e O máu, co; 110 passa o vento que desfolha as fl ores e espalha a balsamina dos perfumes... Quanta vez uma voz tremula de emoção não se achegou aos irmãos Nobre a lhes pedir -Dae-me um óbo– lo de amor fraterno ! Dae-me um can– io de rouxi nol! •...•..•...•....... · 4' ••••••••••• ' ••• • , • • • • • • • • • • • ••• ~ •• ' ••••••• ••••••• ' •••• E quantas vezes, da garganta dos ALMA E CORAÇAO Abraham Lincoln Desencaroou o graod e Lin coln o ' ami go dos negros, a fi gura mascuta'do libe~tador qu e fez o Congresso de sua pal«-_1~ votasse ~ma verba auxili ar para auxilio da aboli ção da escravatura na Ameri ca do Norte. · Os negros do seu paiz dedicam -lhe um culto, proclamando-o «Pae Abra– ham, !> Alem da verba votada em i\larço de 1862, em Julho desse anno o mes~o Congr()~So met_lia um proj eclo uP- pro– clamaçao da liberdad e, que recebeu a sancç~o do Presidenk da Republica Ameri cana, Abraham Lincoln· deixan– do de existir a escravidão e'm t erras do , Novo Mundo, pela lei aurea de 1. 0 de J aneiro de 18.63. A noti cia da morte de Lincoln foi co~nmunicada por forma C'spirita em avi sos vi síveis e Lang ive is, aos negros seus proteg idos, co nforme a pa lavra honrada do maj or Putmam, que narra minueio amente o facto do aviso me– diurnnico, recr bido por muitos negros a um t empo, ·de que lhes rnorrnra o amigo-noLi cia confirmada horas após pela column a dum jornal di ario, en– viado pelo correio. · Como negar as manifes tações ? O es– pirit a sopm por tada a pm·te, disse Jesus. ~TRAÇOS Pedimos desculpas aos nossos leito– ~es ~o atraz~ na sahida da edição de Janeiro, motivada pela enfermidade em noss_a irmã Elmira Lima, que fi. cou mais de 15 dias impedida de trabalhar. Graças a Deus, está em campo. Ü MENSAGEIRO ESPIRITA Completou o seu 1 ° anniversario em julho p. p. o nosso valioso con: frade luzo, orgam de propriedade da « Federação Espirita· Portugueza>. De alma e coração enviamos os nossos cumprimentos, fazendo votos de longa vida, sob a protecção de Deus. rouxinóes bemfazejos, não se derra– mou um fio de ouro perol ado nas mãos que se lhes estendi am?!..• Conso lo e esperança!.. . A dôr, o alchimista dantesco a tan– talisa r as nossas almas na sêde de mil tortu ras, é o artista ideal que nos d~basta as arestas das imperfeições, afim de que a. pedra bri lhe facetada a refl ectir os cambiantes das belleza~ de Deus . ! Todas as vidas que se. insculp iram no marmore e no bronze, tiveram a: coroação do Martyrio. As dos maiores artistas, genios, apostoles . e santos, estão pontilha- – do~. de cardos espinhentos-Cégos, . alel)ados, loucos, famintos. feridos mizerandos presos, apupados e cru:. cificados !. . . · · Todos a se punirem das proprias. culpas e Jesus a ser punido pelas . nossas.! • Acima de tudo a excelsitude dai. Providencia Divina! . Suave como um ósculo de Jesus, ridente como o sonho de um ar.jo, a: sobrenadar no oceano ondulante dos– acontecimentos humanos, banhada na. luz duma estrella esmeraldina, em1 cambiantes de nacar e rosa, na alma dos irm'ãos Nobres, fluctúà, sobera– na, celica e bemdicta a Victoria Re· gia da Esperança. Lontinúa Uma visita em sonho A_«Revue Spirite» publicou o sep;uin-· te caso, relatado pela viscondessa de· Fallo~eu poucos dias antes da sua morte:. • < 1 Em 1905 meu marido Sir Edward fenuant, era candidato liberal em .Sa– li~l,u ry (Inglaterra). Os nossos filhos, por occasiâo dos ser- . viços eleitoraes f:icavam com os avós e· embor~ não tosse muito distante a ;e– si<lencia destes, nós ficavamos uma se– mana: e ás vezes ruais sem Yêl-os. . Meu filho mais velho que tinha então- 7 annos, cahiu doente. Uma manhã ao, receber a correspondencia, eu disse: c<sou. bem feliz porque sonhei que a tempe– ratura <le meu filho abaixou e que elle– dormiu tranquillameP.te.» Um pouco mais.ta: rde e .aa riossa volta ficamos sabendo que esta mesma noit;· em que eu tinha sonhado que O meu filh? havia melhorado, sua avó, com' effeno, me vira. Elia es~a,va accordada e a. porta achav~·se entreaberta, quanâo, dis– se ter me visto entrar no quarto. Depois. eu me ~pproximei do leito de meu filho,. _debrucei-me so~re slle e ~ssim fiquei ror certo tempo. D1ss; ~ue estava certa que era bem eu que la fora, mas que O meu. semblante era como que de marmore transparent_e; e que, afinal, e1,1 deixei 0 quarto .multo naturalmente , Congresso Espirita de Maceió Do nosso ~~nfrade dr. T heodoro Palmeira, re- • cebemos not1c1as d<;> 2.° Congresso Espirita rea li – sad? com pleno ex1to em Alagôas, cujas not icias mais detalhad~s daremos informe no proximo• numero . Varios grupos espíritas de Maceió pedir:11n au– torização para cantar O hymoo dos «C:11ninheir~s do Bem1J , tendo O dr . Archi mimo Lim:i nuton- 7.~do a adopção, como já figu:a p~rn :ilgumas asso– ciações conaeneres do Ter, nono do Acre e do. Estado de . Paulo.
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