Alma e Coração 1929 - Anno 12° - Fasc. 8 - Dezembro
blica a Confedef-ação Espi! ita "Caminheiros do · BemJJ. E' approvado cm seus arts. 1. 0 e 2. 0 sem de- bate e sem alteração. Vae á 3.• discussão. · O sr. Roberto Maués. ( Pela ordem)-?r. pre– sidente . Peço a v. exc. que. mande consignar na acta que votei contra o proiecto n. 86. . _ · O presidente-Será tomada em consideraçao a declaração do nobre deputado. . O sr Luiz Barreiros (Pela ordem)-Sr. presi– dente. Peço a v. exc. que faç~ constar da àcta que eu votei a favor desse pro1ecto pelo facto de estar provada a personalidade jurídica da Socie– dade que lhe beneficia . O sr. presidente - Constará da acta a declara– ção do nobre deputado. O sr. Roberto Maués (Pela ordem)-:-Sr. presi– dente. Declarei, ha pouco, que votei contra o projecto n. 86 e agor~ venho explicar a~ razões que me levaram a assim proced.er . yotei cont_ra o projecto n. 86, porque sou ( ntboltco Ap~stoltco Romano e, como tal, n;io FOSSu consentir que, com o 111cu 'voto, seja considerada de utilidade pu– blica uma associação espirita. O sr. presidente-O sr. 2. 0 secretario fará constar da acta a explic;içào do voto do n::>bre deputado. O sr. presidente submette á votação o pro– jccto n . 86, que foi approvado, contra o voto de– clarado do sr. deputado Robeno Maués. Vae á sancção. · LEl N. 2.835- DE 7 DE NOVEMBRO DE 1929 Considera de utilidac.le publica, para to– tos os effeitos legaes, a Co@fcderaçâo Espi– rita «Caminheiros do Beml>, com séde nes– ta cidadt:. O Conoresso Legislativo do Est.ido do Pará decretou ; eu s,111cciono a seguinte lei : Art. 1.0-E' :onsiderada de util idade publica, Todo o resto ela enca rnação dos con– des de Va leri ne deco rreu mansa e des– preoccupada, na leveza das brizas dos affectos docrs, na doçura pac ifica dos arroios tranquillos que chilreiam entre margens floridas. A familia d'Amicis, saudosa de Ar– thurio, e desgostosa da a ldeia onde fal– tava a palavra evange li ca do born ve– lhinho cura, para educa i-os e diri g il-os ao pacifico rem-me-ram de rebanho pro– tegido pela bondade de um nobre de grande corar.ão, mas sempre um nobre do qual todas as distancias os separa– vam, resolveu mudar-se para a França; e dessa man eira poude a a lma do casal Arthurio-Ledice, fruir em plenos haus– tos de liberdade, o goso da uni ca ven– tura real que é po sive l possui r na Terra amara e tri ste. A feli cidad e a ventura do Amor puro correspondido~ desdobrado, após, entre seres alin s, (, a unica, ve1·dade1ra cous~ que nos p<id e dar uma ideia do que s~ra um mundo supC' rior, um mundo feliz, abençoado por Deu - el 'sea morada dos santos e dos bons. Desdobra-se em França-a libertaria, a acção ulililari sl,Ls das carnpnnhas_ t~e– lig iosas. Bu.nrlo::i conwrgados em d1íle– r entes pon ~os do pa1z, anota,m em ca– dast ros in timos os pac~os foi mados ~e m d e dois a dots ou de um c1r- um a u , ·t do s cu lo de desg·ostosos, es tre1 an . - e num .l t t de fra ternidade e _v1 va fé pa- te ? tpr e nde o g rito de- Viva a Fran– no 1ca, o ALMA E COR_A--..::Ç_A_0__________ 3_ para todos os effc itos legaes e, em razão disso gos:ná dos direitos, isenções·, prerog:nivas e van– tagens a esse preàicamento, a Confederação Es– pirita• «Caminheiros do Bem», com personalidade jurídica e portanto legalmente constituída, com séde nesta capital. Art. 2.0-Revogam-se as dispc·sições em con– tra rio . O Secretario Geral do Estado assim a faça executar. Palacio do Governo do Estado do Parâ, 7 de novembro dé 1929. EURICO DE FREITAS VALLE. Oscai· Barreto. NOTA-A Confederação Espirita «Caminhei– ros do Bem" é a primeira sociedade espirita, no Brasi l, que, pelos poderes publicos, foi consi– derada d'e utilidade_publica. Parabet?s Aos «Caminheiros do Bem» Recordando a parabola do semea– dor dita por Jesus, á borda do mar, fixe 1 mos a nossa attenção, como foi deitada a semente em bôa terra pro– duzindt, cem grãos por urri, e outros sesse nta por um e outros trinta. Nascido o «Grupo Caminheiros de Bem :r, , cresceu a «Associação Ca– minheiros do Bem > e floresceu a «Confederação Caminheiros do Bem l) -dando bons fructos, sanccio- FOLHETIM DO ALMA E CORAÇÃO POR Nabuco de Azevedo ( ESPIRITO ) Narrativas do mundo •invisivel · --·=~===============• Medium - E LMIRA LIMA XXVII ça! Viva a Liberdade! era a senlrn. para a victoria que se preparava secreta– mente. Ahi, nesse maremagno de luctas e de divergeucias, de queixas surdas e reivindi., ·ações, de clamorosos protestos e de levantes múrmuros aos quatro ventos da cidade, vamos encontrar um rapazinho de quinze ' a dezeseis annos, quasi uma crean ca ainda, que, sobra– çando uma po1 1 ção de livros, estava jun– to de uma estatua , monumento glorioso a um nobre defensor dos direitos do· seu paiz, quando em gu erra com as descabidas pretenções dos seus visinhos ingl ezes. . O . menino f~ancez, sangue forte e color1do de mocidade e bravura, deixa– va-se tomar de enthusiasmo pelo movi– mento popular 'que elle presentia vi- nados aos olhos da justiça, como utilidade publica . E quem não .a vê? quem não a co– nhece ? quem não a admira? - se a sua semente está espalhada ·em to– dos os cantos e recantos da cidade e a brisa benefica dos seus produ– ctos foi passando os mares além das terras 1 Parabens, ao Archirnimo Lima, trabalhador incansavel, ludador ar– rojado ·cujo merito principal, acima do seu dese nvolvimento intellectual, da sua posição social, d,a sua acção política, é reconhecer o trabalho alheio, da ndo a cada ·um o seu valor justificado e saber _com~derar 9 pa– pel da mulher na terra, principal– mente numa seara religiosa, apro• veitanJo a sua coadjuvação , encora– jando-a e fortificando-a. Della co– lhendo a sua propria sensibilidade que a faz um apparelho receptor de bôas influencias. E' desta maneira que em recom– pensa, elle vae recebendo t,· salario duplicado, vindo das regiões celes– tiaes, dissipando as suas imperfei– ções e premiando o seus esforços com as victorias adqueridas. Parabens a Elmira Lima - evolu– ção encarnada de um mixto de ta– le nto. Aqui, com a sua palavra elo– quente; alli, com as suas palavras brando em volta de si, a cada cante da sua patria. Um tanto instruído para a sua idade, repleto de ensinamentos civico-moraes que trazia do lar e se continham na Escola da cidade, o pequeno estudante sentia ferver-lhe o sangue de nobres aspirações que lhe escaldavam a fronte pura, fazendo-o levantar a cabecinha !pura e delicada, ainda virgem de máus pen samentos, para sonhar com a gloria. Attrabia-o o clangor dos clarins, o tilintar das espadas fazia-lhe um fre– mito indiscriptivel, e sem querer ga– ze~ar com o~ pequen_os vagabundos, apro– veitava as idas e vmdas das aulas para se approximar das pra ças, dos Joga res onde se encontravam estatuas, para ad– mirar os vultos do pro-homens. Filho de operarias, vivendo na me– dia~ia, do ganha pão de seus paes usu– fruu~do os r~cursos para os estudos, o menm,o humilde de condição abrigava no peito um mundo de ambições onde o seu nome, ao serviço duma alla cau– sa nobilitante, cresr,esse e echoasse,atra– vez d~s tubas da fama, a percurtir-se geraçoes á fóra, como daquelles heróes eternizados no bronze dos monumentos. Etienne Augusto d'Aurey era o nome do joven estudante. Seus paes amavam- n'o a raiar pela idolatria; de alguma instrucção, tam– bem, não viviam o viver embrutecido das massas que se deixam conduzir e arrastar, inconscientes dos seus direi– tos , e pouco esclarecidos no cumpri– mento dos seus deveres, -
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