Alma e Coração 1929 - Anno XII - Fasc. 4° Agosto

vos nascem dos mortos e que as al– mas dos mortos tornam a nascer. A alma é ma is velha do qu e o corpo. As almas renascem incessan– temente do Hadés, para tornarem á vida actu al. E uma op inião bem anti ga, di z Socrates, (nasc. 4íº annos antes de Christo) que as almas de ixand o es– te mundo, vão aos infe rnos e qu f' de lá vem revi ver neste mundo, re– tornando á vida ap úz ter passado pl la mo rte-Isto sPrá uma prova su "! ;ciente, para nos ~sclarece r que os vive ntes não nascem senão dos mortos » Na Republica de Platão, (nac. 430 annos antes de Christo) lê-se : Al– mas divi nas '. entrae em cornos mor– taes: ide começar uma nova·carreira. Eis aq ui todos os destinos da vida. Escol hei li vremente; a escolha é ir– revogavel-Se for m:í.,. não accuseis, por isso, a Deus ». Continua A RCIIIMIMO LI MA ....... - HUMILDADE --•··· ... . ... .. - . . .......... . T - Os mansos possuirão a ?erra, e destes é o R l'i110 dos Cà1s. JESUS ·- Como e cl1 fFcil s r se humilde 1 Q uanto nos custa o conter os ar– reba tam( ntos d·> genio, ·111hos do or– gul ho oflendido, e q · nos deixam semel hantes aos bru tos, no di ze r dos Eva nge lhos. Snes ha que detes tam a hu ·nil da – de-essa ílor mi mosa de celes te ori– gt' m, que vice ja no coiaçao de Jes us e é o ap :rnagio bemdicto dos sim– pl~s-os bemav~nturados quf: pos– su1rfl<> o Reino do Céo. Se r humilde, é sab t> r soft rer as agg ressõ .s do mundo, com o pen• samento e_m De'\.1s, sem lembrar o seu proprio valor os seus me reci- . ' ·nentos soc1aes, ou a altura da sua posição na te rra. _O !:ii': r relig oso, de tendencias hu– m 1ldes, torna-se superior á oflensa, rec, bt:> ndo a como meio ele progresso, para resga t:ir cousas passadas, '1Ue, se não lhe vt·em á memori a a lem– branp, de vem ter existido, senão Deus o far ia soflr~ r, injustamente. ' Um dos meios mais faceis do ho– mem saber softr"r uma humil hação é kmbrar-se que já fez soffi er ~ cm trem identicamente ... momea to sequer, qu e tambem temos humilhado aos outros, que já fi ze– mos and a r corridos de vexames, mais de uma vez, a mais de um sêr, que as emergenc1as da vida de relaç~o pôem sob a nossa clependenc ia , ou palmi lhanào o mesmo cami nho du ro e difficil da vida esp inhosa <l esta te , ra de ex pi ações e pro\·as .. Quem não se qu er ve rgar, e d isso faz ostentação, edifica sobre a a re ia um castello pesado de largo s muros pedregosos que, mais cedo ou mais tarde, vem a cahir, abatendo sobre o con !> trudor: Quando se prolonga uma situação espinh osa, por gosto proprio, não temos que nos queixa r, se a solu ç:io ncs é adversa .. O futuro é longo, e dissP. Jr sus : Temos que pagar, da divida, o ul– timo ccitil, Ha os arrebatados e os que con • centram os ataques do orgulho. Os p rímeiros, desafogam, e fazem soflrer o proximo; os segundos, só fa z~m soffre r a si mesmos. uma lu cta se trava mu :tas rezes tre as tende nc;as in sti11c tiva s tt•m po r obj ecto o bem cio co rpc as ten denci as s upe riores da ali esta lu cta é a cond ição essencial conse rva ção do r.o rp o e do me ri da virtude da alma. So!icitado p uma tendencia supe; ior o home procura a pe i feição int ell ectu al e 111 ral como o fi m Sll pre rn o, e dess acti vid adC', mu itas wzes sacrifica be ru de seu corpo ao prog resso d , alma. D.1 mesma rmrneira não 1, h0mem tão cubíçoso e por m;:.i s aca nhado que seja, a qu em o di nh eiro e o prazr r seja 111 suffi cientes sem· pre; n:1s natu n°zas, mesmas as n,ais g rossei ras o espírito e o coração rei – vindi cam ainda seus dire itos. Os fac tos de toda espec ie ab un– dão pa ra provar o do mí nio da alma sobre o co rpo Assim, tudo nos leva a Psta affir– maçã•). Da cone pção cl ara e di~ tin– cta. d<-1 a 1 ma e do cotpo, da dffert> n– ça dos phenomenos que se lhes re– ferem , da opposi ção de se us attrihu– tos e de sua essencia, da maneira cl •fferente por qu e as conlwci mos, em6m de sua luc ta, e do imperio exercido , pe la alma sobre o curpo, é O primeiro, ainda deixa rebentar, em puj ante tffe rvecencia com todo o seu veneno ; o sentimento do orgulho; o segundo, começa, as ve– zes, á engulir no prop rio sil enci o, as primeiras dosagens da hum il- • · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·· ·' '· ~ dade, que ha <l e refl ori r mais tarde. - Inscrevei-vos socíos da Antonio de Padua, - ílor ele celeste Confe d era çüo Espirita alvura; Francisco de Assís,-cantico : eaminheir>os do Bem : ele amor á Jesus; -Vicente de Pau- ······ · ············· · · · · · · ···· ···· · , ... . .. la. doce amparo dos orph ãos ; - .Je– sus, ly rio de exp~endor divino, der– ramae sobre o mundo um oceano de humildade, que lave, do coração humano a ma ncha negra do orgulho. L EOPOLDO l{ JBEIRO lE p) Mecl-EL,11RA R IBEIRO L1~1/\ . ·+• · . . . .... . . • I pcrmitti do con cl uir qu e a alma e o corpo ~ão duas forças de natu reza int e1 ram1: nt~ di fl eréntes, mas a alma , é sempre supef ior. E g raças a espiri tu alidade da al – ma é q1e o homr m é uma pessoa , isto é, um ser quf' se cunhece, se possue e se dirige. ,\ pc , sonalidacl e, é, pois, uma consequt:ncía ele liberdad e, de r -2s– p,rnsabi lichde. Em torno de nú3 , os seres d1ver. sos do reino vegewl e do reino ani– mal, n0s apresentam indi\ iduos isto é, agregados materiaes cuj os t lemen tos estão unidos pela vida; o bo nem, unicamente, alcança a pcrson,tlidade, isto é, o mais al to gr{w de t .· isten– cia qu e pôcl ~ conceber a nossa razãu . Este princípio espiritual, está sem– pre em opp::isição a esse outro prin– cipio anima l e puram,~nte material. ~:sta doutrina, 11fio l'Xclu e de ad – mittir cu.no incontt's tavel, qne o:;; d iversos centros nen os os do co rpo physico influem poderosamente na vida do individuo. A espiritualidade é o attr ibu to que distingue a alma elo corpo. Quando nos vem um vexame, uma situação aílictíva que suscept: bi lisa ·o nosso espírito, costumamos censurar o nosso aggre:;sor ,achamo) o injusto e maligno, sem nos lembrarmo3, um O dom ínio d' Alma sobre o corpo. O atribulo p ri ncipal da alma é a actividade voluntaria e livre; o senso intimo o atesta; e como a activid 1<l e é o ca racter proprio da vida moral, a razã 1 ncrescenta que Gessar de obrar voluntaríamr nte, é renunciar à se r homem. Ao contrario, a obser– vação appli cada dos corpo<;, dá a conhecer que a materia p J r si é inerte, sem movimento, isto é, que o corp'J é de sua natu re za passi vo e dependente tfe causas ou de fo rças estran has, taec, como a attracçâo, o imp ul so, etc. A un ica força de que temos cons– ciencia , é a da alma. Com a união da alma ao corpo A auctondacle e),ercida pela alma actuando como força activa e intelli g1·nte sobre o corpo fi rrna a perso– na lidadl'.

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