Alma e Coração 19128 - Anno XI - Fasc. 3° Julho

Alma e coraç,io ======= l) J A L (ô Q (é) S -E, não mudas de vida? ........ ., ..,, 1, •• , . ....... .. .. , •••• , , • • • • •. -Na.o ba necessidade disso... Os •• · ·• • • · ··' • • • • ·' • ._. • ,,._.. !,, ■ t• • • • ............. ,.. homens casam para variar. -Com quem te vaes unir que - E a mulher, meu velho amig1.' não te seja rude o contacto serio da tonto? me interpellou bem de frente união projectada? me perguntou ,ce rto o menino censor, para que casa a dia um joven rapazinho,de sobrance mulher? lhas contrahidas, com auem trocava -Para nos dar filhos homens; pa impressões sobre o matrimonio, ra nos aturar, cuidar do que é nos- -Não sei, responéi. Todas as mu so, economisar o que trabalhamos, lheres tem seus pequenos caprich0s juntar o que desbaratamos, tratar e o homem suas grandes miserias, de nós, nos querer, nos amar, vi• dahi elle se achar sempre no direi ver só para nós e morrer por nossa to de cercear o capricho alheio, sem causa. conceder á outra o que se outhorga - Ufl I amigo, não vale a pena a si. ser mulher para casar comtigo. -E então, para que casas ? per- -E tu, o que achas, menino ajui guntou-me de noYo o menino, se- zado, do tal nó de espetaculo que se o alvo da minha vida, o pólo imanta do dos meus pensamentos. ~oivar com a alma nimbada de efllu v10s ce· lestes, e perdurar noivando, entre as alvoradas dos berços ,que se embalam no dormitar dos meus anjos, que se– rão meus filhos, emquanto, au meu lado, o sorriso candido de minha es– posa contará da felicidade que eu lhe dou. -E tu serás feliz ? -Inteiramente. Pelo amor que sentir e pelo amor que receber, por– que o mereci. -Obrigado, menino amigo 1 não ~e entenci em, porque sou mu ito mais imperleito do que tú. A tua luz me offusca e me impõe respeito. · Adeus. vera. · amarra por este mundo ? -P,Ha mudar de vida. Quero ter -Eu? Homem, amigo, eu não sei; FRANCISCO DE P. MENEZES (Esp.) petizes e me distrahir com elles. quando não casei ainda é po1que es- 1 ===============~ -E a mulher com quem tu casas pero crt'scer e tomar tino para dar o que pensas fazer della? felicidade á mulher que escolher. A 1) Ô) R -Cousa nenhuma ... Não é ella 1 -Ah 1 assim?.. . ❖ê coisa imprescindivel no meu viver, -Sim, meu caro, eu penso muito pessoal. diverso de ti e creio que nem me -O que, rapaz, e crês, contrabin- comprehenderás. ~ E' na dôr que mais sobresaem os canticos da alma. Quando ella attin– ge as profundP.zas do 5êr, faz de lá sabir os gritos eloquentes, os pode- 1osos appelos que con..tmovem e ar– rastam as multidões. do matrimonio sobre taes bases a• - T alvez ... chares a felicidade? -Pois bem, escuta : Eu só casarei -Pois, não, menino. Eu não pre- um dia, quando me sinta um bom. ciso casa r para ser feliz, mudo de , Quando f!le recl)nheça capaz de fazer estado, apenas. l feliz a minha companheira. Elia será Dá-se o mesmo com tcdos os he- Os creados, levantavam as apal- 1 :' '" · ' "~'"' ··• ..,,.,,,.., ·"' ''""·'"' •·· · '' · · · · · · '"" '''f I calmo, horas mais angustiado, avisi- ~adellas dos lagares em sombra e : follie:1m ao AML\ E COR.\~i\O i nhava-se ?º fim . .argavarn-se em desfilada, uns atraz : i Uma noite, por uma dessas ma- dos outros, a accusarem-se, que fôra : POR l drugadas de invernia, o vento assobi- iulano, que fôra beltrano o culpado, : NABUCO DE AZEVEDO~ ando e uivando pelo casarão desolado, porque costumava ter ouras e as- · ) i os famulos, o medico, a lguns parentes somb ramentos. . (ES PIRITO : longe, que tinham acudido ao cha- Quando vinham a correr em de- ~ 1 mado, o cura e João, assistiram os sab~lada para pr? curar o cura, este : IATHIATIVA' D" M"NM INVI~Iv~L t ultimos momentos do nobre castellão. s:hm~lhes,ao ~ncontro, acompanl~ado!: fü\ ttij U U ~U W W ! Intranquillo, coberto do gelado su- d~ João. S?bre a fronte do med1um, : ----- t ar da agonia, falou a té expirar, apon- resplendecia tão for_temente a luz j : Medium-Elmira L ima i tando o espaço, onde dizia ver a p rotectora do seu guia, qu.~ os fa- ~ ~ l · d mU'los estacaram. O menino esten- : X IV ! cfionddessa e a t ieon:i eh almas ~e deu a mão sob re elles e f 1 . ~ i na os que a acompan avam ; v1- L" Ih ª ou · I" ········'" ...·····... .·· ... ..·'" ·• ·········'"''" nha buscal-o E de olhos desme- c.ste ve o castello é persegu'do ' · por assombramento, ha seculos D~n- ignorando naquelles o que seria esse suradamente abdertos, . rlt spre~denddo . tre vós, muito são culpados das ai - dom med iumni co via aprocissão das um sor cadvo_ o peito mdon unfl o, mas dos dduntos não terem paz. almas e a condes'sa de mãos postas n11mt erra e1ro esgare e so li- . d · 1 ' men o expirou Aqui entr_o, mu itas obras de carida- vestida de branco, a fronte curvada . ' . · . . . de se precisava fazer para dar dês- de lyrios, a orar por esse bando de I Oi_to dias a pos. vmha o notano canço aos que morrera. espintos soffredores. 1 publi co , a~ ~estemu!1has e os pa- São almas que penam as suas- cul- Fofam poucos os dias de sacrificio rentes assi ~tir_ ª. leitura do testa- pas. Se vós não fôrdes bons, ellas para o cura e o fradinho, nessa mis. mento e d1stn bui ção dos bens. vos assombrarão para o resto do vida. são somh1 ia. Com admi raçr.o de todos, as offe- Os creados ajoelharam, o bom cura, Já lhes faziam saudades a casita ao rendas ás casas religiosas, rládiva começou a rezar um Pae Nosso em, rez do -~hão junto ao simno alegre habitual daquelles tempos, não se voz alt2. da igreJmha, os passeios ao ar livre e viam na expressão das ultimas von- Como por encanto, a serenidade e os frescos lyrios da ~ollina; as mado- tades do conde; encontrava-se o re– a c_?ragem foi voltando a todos, que nas d? castello parecia!!! não ter a bel- partimento legal, forçado aos paren– be11ando a mão do padre e olhando leza smg~la da Srnhora ?ªs Graças, tes, recompensas insignificantes aos supersticiosamente o menino, volta- que enfeitava o altar-mor. famulos e a ordem expressa da dis– ram em socego aos seus aposentos. Antes du~ 11:ez a saude do fidal~o tribuição farta e generosa do que lbe O velho cura, vidente que era decresceu mte1ramente. Horas mais tocára dos bens da condessa, que era

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