Alma e Coração 1917 - Anno VIII - Fasc. 12° Dezembro

Alma e _ç<?r~ção_:-4 -- -~•-·-------=----~-- Todos aquelles qu~ conhece ram a pri:ne ira inette , rf'conhecem-na na segunda. Elia só sabe d izer papae ma– mae, mas imagine q ual não foi a minha immensa surpreza quando , na semana passada, e m quanto a e·– tava afagando e pensando em minha filha m-◊rta, dizendo-lhe: -<Ah I Tu és com certeza 1 inette r» 1•!\a r spondeu-me : «Sim, s ou e'..l !>, FELTVALLE Narrativa EspiriJa ~~~ Cal'/)linn, fo i o meu nome nPs mnndo, · b . "'ºº .iJ ,ra .mim de mise rias e dorc . Ti e por pui~ nobre e opulonto senhores 1p.-..- .11•1•11 n1wam el evada posição na sociedade. E· 1 cumprimento de penosa provação . por oim n e: ma esco lh ida antes de incarnar. bem ·e<l.o mergul hei no m1111do cq11iuocó c>r<le :;e perde a µureza , a honra, e a cligni – da.:~ . .JU,t'.iJ.acles predominantes que <levem cor,nu ,. fronte da mulher, na s ua dupla rea– lez,1 d r>;:;po5a , e mãí ~Tao f i uma vicio~o. inpl' n iLoute comi) ve– rei;:; 1w rl eco rrer de·tas linhas, mas si n uma ioteliz, a quem no. info.ncia faltara..:i os Cl)11 - eth>1; de uma mài extromosu e prevident e. ;,[eu pai, pouco se occupava da min h a ctlu – c:ação moral, a sua t,ernura parn. commigo, consistia em cercar-me de luzes e de pra- 11ereJ ephemeros, apagando desta forma o:; 11euti111eu.to: 1 elevados, e as virtude qne dor– mi .•m 1,a minha alma. N:.i. idade de q uilize annos a inge11un. e oa~t<t don.1:ella, que devia entreabrir o con1. •ão puw. aos santos g,)1/.0 S do lA-\' dom • tic(l, era u1aa coquett11 levianno., rindo da dor, d.e,,pe laç,mdo coraçõos. calca,ndo aos pés os mais nobres affectos. - .Brilhando na sociedade pela alta posição de roeu pai, fa8cino.nd o pela belleza. osten– tand,J um luxo deslnmbraote, superfluo será ,lií:el' qu~ em volta de mim hav ia ~emp1e um la.r.;) c1 rcnio de legantes ma:ncebos, , que pitr.~ mais lisonj,-are 11 o. minha va.it.lade me ch11.11rnvam o-A.,,tro de Ilelleza. -11lcn11ha pela qual ficiuoi conhecilla nr s rod.LS brilhnnws - Levada por um fu til capricho, o.os desoito nnos 1l esposoi um cavaJh,,lrn, que preso ao,, ,n11us e,m:a11to:3, t ivera. o. enge1 uidude rlc pon– ·a r <Jll0 os santos n.!Te,·to1:1 da familia, tNiam g uaridu, duradoura no meu cor_açil,'. carco– mido, ga!.to pelos ful gores da ltsonJa e da 1r,dulaçií.o. Um a.uno pas ·, ei sem que se apagasse no meu coraçü.o a clrnmma do am0r con juga.!; _fui mã.e, experiml'ntPi o enlevo watcruo; em fim fui felit. Mas um dia, o.pó as istir urna brilhante festa , l;enti accorda,--a le 01hrnnça d tempo t'Ul que era. raiuha dos salões. se nt i. <>ntiio, o primeiro rl'ha~ d tedio pelo lar. inva.:li r– me .. . Qu iz fogi1· a es5a- lembran,as tentadoras o para. isso refug iei me janto ao berço do meu lil h i11ho, que com o·, seus dcb is braci – uhos. devia furrnnr a corrente ']Ue m pren– desse pqra s mpre a me I um.rido . :Ma tudo era baldado: a· mirng ns <lo prn.zer epheme ro per eguinm-me ai.é ahi; lutei o lutei muito; mas agora comprehcndo. q uP. em cumprimento domou de,,t,ino, forçoso era .fallir; cousa alguma, na terr , polia. evita r a minh-0. queda; e n.ssi m. co:nplctamento fd '.! i· nada, romp i sem piedade o laço· do hymineu . e queci que e ra es posa e como tal devi>~ re.:-pei t ao nome que usara; e o mai s cruel, osqueci que era mãi, o que o mr n lng·ar era junto ao be rço em q ue d0rmia sereno um in~ noc_irnte a quem dera n vida, e a quem devi11 cann h n. o desvell s . ! Dc,, v,i,irada lancei-me outra vez II turbil hão munda no e presa ao go.lanteiós, e á inrl i 1 lo· renço. covarde, dei.·ei-m13 arro. ·tnr pelo,, amo– r es fuc eis, e to 1 1eí-rue adn ltP rJ., d ,h,..1H'i meu ma ritlo, manchei o. fronte candiJa do meu fi 1 ho em quP. men coraçil ac r 1u~ ·e do marasmo que o empedernin Commett ida. a pri meira falta, on rn Sl) lhe sogu: ro.m; saciada de uin ama nte t.omavo. 0 11- trn, mas semp re re peitandJ o sugr:1 lo' d irci~os <las mãos , na espo·as. e nniva ; .T arna i~, com plena conscieuci u, concorri para n. dc<:;graça de 11 m lar. As3 irn f ui uescenLl o até qu o, pela p rimeira vez. mo enti pre;,.a ' p0 r um amor forte c0mo a morte, e que devia ser o in~trumentu elo dest.iuo paru. redim ir-m ). Vo u com<1çar a p,irte r.:i.ais dol0rosa. da mi– nha vitlo., nessa encarnação, e q1 tçá I lábaro santo ri ue fez da granne pecc!l.tlourf\, a mar· tyr d igna de c0mpa ixão. U 1110. no ite em que n 'um saliio forn rai · nha, do rr inara. ti\•era, emfim, a meus pés to· dos os corações, v i pe la pr imPita vez, um gentil_ mancebo q u~ me prendeu logo ª atten ao pelo seu toJ o s-erio e grnve. . L evada por extranho mas irrisisl,i vel senti· mento. approximci-me d elle no int uit de fascinai-o, rendendo-o ás minha soduçõe : fozel o emfim cahir a m eus pés como tantos outro ; mas a l"o de a normal se pt1, s0u eiu 111im porqne eu: tão cheio. de v rvc . mitl a pelo meu espirita bri lhantP, !;;Pnti mo , rlere· pent-0 perturhuda, he itante, tremnlti, om fat.:e daquP~le a qufüu que1/o. conq11 i~t:H. . • E ut,t'>, desgostosa· irritada contra tinm roos ma retirei-me, e ao' ch egar 1 á casa recolhi-UH'

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