Alma e Coração 1917 - Anno VII (Jan-Dez) - Fasc. 11° Novembro

Al1JJa e Cora<;âu-3 .. ,,11t111111111111111111uuutt11uun, 1111, , EPISTOL.A. A Lygia, Sabes, qu erida, que me des te um alegrão com a tua ultima cartinha? Pois é verdade. · li m, toclu esse corollario de defeitos physi cos que hoj e vemos passar com ~1:5sombro, sfto provas a que fizeram .11-1s essas almas inca rnadas, effeitos • ua recusa de um ns ino el e um be– neficio, de uma caridade 'ao pr0ximo, segun1o a (acu idade dada el e graça e ~1 ~x1stencia ante rior, para de graça cJ1stnbuire111 aos Recessitados e fa- 111intos ela terra e do espaço . Ao . mesmo tempo que noticiavas a partida de t,'us irmãos, . de ixava,; ressumar ele tuas palavras, no mei o mesmo, das expressões de dôr e d t sau<la?e, a ~r 11 'za das tuas com·icçõe-; na ex1stenc1a da alma e nos seus pos– terion=-s destinos. _Mas, Deus é in finitamen te justo e ,11 t:1. ' l'JCOrdioso . Ell oifrrcce-nos o medico para as nossas enfc.:rmidades moracs- /e<;us. Dá-nos o re media para os 111alcs organicos :-paciencia •; res ig1iaçJo - acce itemol-os <le ca– nção t' escudados nas azas brancas da •·;-perança, alimentados com a subs– tancia maxima da f,;, confiemos na bond;-ide inclekYel de Tcsus C' no .\mnr infirtito de D~us e tert ' l110S r~rados os nossos soffrimentos phy– s1cos e redimidas de suas faltas as QObres almas soffredoras, pois que FJJe _nos diz pe la vóz dos _s~us_ mcn– -;age1ros, qu e o te mpo é d]unita<lo e a_s \-idas multip la~, para chegarmo~ á l'.. ll< · pelo proprio me rito.· Que assim <;tja. ENSAIOS d'audade da élsposa ~ ---~ .:s-- - ·-;;J;~ Fi:li11alle. Aqnelle gesto de amôr e de tornura, Me afagando a cabeça docemente, No instante de partires <le,;tc mundo, -Ha. de viver cornmigo etern:wu;nte, E' i,;ernpre nma saudodP 1 uo não finda, Á ~audade do amôr quP. fo i <'onstante; lnda mai:: tJu e constantí', Y•·nladeiro: Augmentando a ~audnde .t catla instante Como morrer nquillo que não mo1Te, Qne niio perece com a materio. inerte '! Pertence á nlmu e se a almn ~empre existe; :-audadcs ll>va á região ceil-~te. ~ 1 Lni✓.- Maranbão J JJ. Switús ' ' !\/nda bem; e a mim mesma me felicito, por ter te sei vi do de in– strumento indirecto no aj)rendizadt1 <la_s rousas do Alem, para que te saiba agora tão bem apparelhada a enfrenta r as n_1ás horas, mcdítando ' nas consequenc1as dos actos humano. e valorisando os imrnensos proventos que nos adn~m dos golpes da dôr na escola proficua e abençoada da ad– versidade. Sim, minha Lygia, que seria <le nós se não houvesse o soffrimento ?-– P erpetuas galés elas mizerias morae-s ap egados . ~is cousas f.uteis e pen·– c1ve1s 0~1 impuras e preJudiciaes, não avançanamos um passo do que hoj(• somos, e os exp lenclores das moradas elyseas, que o Pae rese rva aos bons e aos puros, nos seriam inte rdictas para todo o sempre. A dôr é o elemento do nosso pro grcsso, de sobra o temos dito e ou - vicio. Fomos creados para a felicidade . Somos atrazados e imperfeitos ainda: como chegar, ppis, a esse estadia bemdicto, se algo não vie r em nosse auxilio? Precisamos de azas para ga lgar as alturas onde resplende a pureza. Deu-nos o P:w, a Dôr-Ella ~ a aza que se nos apega aos hombros e nos levanta do pó escuro das mal– <l~<les P1~1 que nos de batemos. Bem– d1cta, se.ia dia . A D11r qne nos amarr.rura nos leva á comprehensão do inf~rtunio alheio,

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