Alma e Coração 1917 - ANNO VIII (Jan-Dez) - Fasc. 8° Agosto

Alma e C:oração--8 co'l s i~tia em alguns tracos de bronchite ch ronica commum , de 'que aliás havia mu ito~ ,.nt1os, offria o nr. Dencau~se p 0 r occasião do in~·erno, sem que J::t– mais ' tive:,se necess idade de se acamar. P 1 o urei tranquilizar o ve 'ho, porem a minha sugge tão fraca sou compl e– tamente. O Snr. Dencausse encarnva a sua morte, que j ulga a tão proxima, com uma serenidade per fei ta. Decla1ou– me simplesnentc que tin ha prazer em \'erme que seguiria as minhas prescriçõe ; mas que tud'J seria inutil e que man– tinha integra lmen te a sua predicção. T odav ia, depois de proceder ao exame, negativo sob o ponto de vista medico, acreJ itei poder até certo ponto tranquil– lizar a familia, fazendo-lhe ver simples– mente que si se não cuida e seriamente da al imentação, o velho. cuj o estado .de en fra quecimento eré!- evidente, acabaria ~, or cahir seriamen te doente. o dia seguin te, 29 de Outubro, o .· nr, Dencausse completou a s ua pre– d icção com as surpreh e:. ndentes preci ões ·que seguem: e Morrerei, dis:se ell e. no dia de Todos os Santos. quando soar meia noite. Não soffrerci nem terei agonia. Con– ,·ersarei até o ultimo momento. A' meia noite apparentarei adormecer; mais is_o Pão será o somno; será a morte. Após , minha morte, uma de vó · (a familia omprehendia a mulher, a filha e a neta) ~oltará gritos e pass~rá por · uma crise de nervos. Esse facto acarretar-me-há LOntrariedades, por isso que perturba o me u desprendimento!, A segunda-feira passou sem incidente. No dia de Todos os Santos, pela 11anhã, o Snr. Dencausse sentio repen– tinamente uma pontada do lado e • quer€1o Deitou-se, dedarando que não mai ~e levantaria Pela tarde fui vel-o e exa- 11inei Q• Constatei um começo de pneu– monia na base esquerda, com febre de .10°,3. A situação mudava e ·a realisação da premonição d'oravante tornavà-_e pro– \. .1 vel ; não,· toda via, no praso fixalfo, porque a morte nos ca sos de pn_eumonia. não sobrevem nos primeiros dias. Tu o se pa ou , entretanto, como 0 Snr . Den ausse havia a:rnunciajo: ão teve soffrimento algum; palestrou até o ultim·o momen o, fazendo tran– quillamente as sua:-; ultimas rtc~1ni11en_· dacões. Pelos onze horas e meia, pei- . - ,, guntou elle á mulher : «Que horas a 0 - Esta 11\tima , e peran 1o enganai -o, re ·– pon..:leu: « 2 hora da manhãJ). ( doe~te repli ou: «Não. Aind a não é n1ei;1 noite A' meia noite morrerei • . , A' meia • noite elle se voltou pira 0 lado da parede e pareceu adormece r. ua mulher, inq ui eta, aproximou-sé ma '. 0 o Snr. Dcnca. se. levantando a mão iw dicou com o dedo sem fial!a,· , a 1 1 eii- ' d -e dula qnc soava ness·• mome11to as 0- pa11c,,d11, . [?epois , a nulo toniou a _ca; ltir sobre o leito: M, D. haria mornili•, SC1ll 11,m suspiro. r .-\ pena:,, se achavam no quarto a mulhe e a fi lha do velho. A neta. eswva no quarto \lis inho. Foram prevenil-a bran– :1 ex· damente . Porém , a moça, dotada l e . ' traordinaria intellicrenci,"I, muito ir. trui~A ª ·10- e senhora de si me ma teve utna ' ' lnn- lenta cri · e de desespero deu gritos ' _ · ' ha c1nante e permaneceu até pela man . ente em um estado de nervos. verdade1ran1 lastimavel, A premonição do nr Dencau se re~- . . . r[I · hsou - e, pois, em todas as suas Pª· culanida,ies . . o Para ser completo devo dizer que_ S • -~ nr. Den cau e attribuia a sua premont · ª uma re,·el::ição espirita. Fôra, dizia elle, sua. ii mã, fallec ida antes deli e, quen, ~ ha,: ia prevenido varias vezes . O que a ~na i~ curioso. e areceria indicar que !– intuição tnedi umn ica ou lucida tel11 quta quer cousa de h ereditario é que ª fi l d S ' 11' 110 5 0 nr. Dencau sse da r,ual já fa ª 1 ne t • ' '1 · . , 110 .s a narrativa · P que me inteirarq,. id" dws que p1,ecederem ao ac01ttecu1te ue fatal, da Predicções de seu pae, Pº 55 x· tainbem faculdades de clarividencia e, tremamente notaveis. E' a ~ nr. Fr~:Yª:: bem conhecida de todos os psyc111stll

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