Alma e Coração 1917 - Anno VIII - Fasc. 6° Junho
Alma e Coração t Orgam de propaganda espirita • Directora-Elntira Lima ANNO VI11 Belém do Pará, Junho de 1917 FASC. 6. 0 DOUTRINA Os anjos da guarda A den )·~ inação de anj '"> da guar– d~ _que a Igreja catholica deu ao e :::– µmto que SP p JSta junto da creatura a conduzil-a carinhosamente, através a~ dores ~ os troueços das existen– cias mult1plas, ru1?o da perfeição, corresponde perfeitamente á tarefa commovente desses seres celestes que são os verdadeiros guardiõe~ das nossas almas. De cathegoria sempre mais eleva– da que o seu guiado, o anjo eia guar– ?ª i: _um espírito benevolo e bem mtenc10nado que acompanha os pas– sos do sêr tanto na terra como na vida_ Pspiri_tu~l, a procurar sempre o cammho direito qu~ o leve á sqlva- ção. . Logo que o espirita se conscienti– fica, a misericordia divina colloca ao seu lado. esse sêr caridoso que lhe vae servir de mestre e de irmão so– licito na rude -travessia das provas. A a lma e_ncarn:ida num selvagem tem por guia um e~p irito relativa– mente J?-lais _adiantado do que elle, mas CUJO adiantamento é. insufficiente para proteger um homem civilisado· ~~ proporção que a alma vae ad– qumndo. a força de conhecimento necessana pa ra ter a responsab ili– dade dos seu~ actos, . começando a_ usar do seu hvre arb1trio a acção do anjo da guard~ se tor~a menos maten~l e menos directa. Deixando ª?_ gmado ~ liberdade de agir, ins– pn a-o e o mtue por meio de eleva- dos conselhos e instrucções, quer no estado de vigília quer na hora em que o seu espírito se liberta do cor– po pelo somno. Essa vóz .intima qµe parece falar dentro de nós, toda vez que temos uma resolução a tomar entre diver- · sos caminhos difficeis, é o nosso anjo da guarda, é esse devotado amigo que nos orienta qual o ver– dadeiro trilho a seguir. Feliz do que lhe escuta o ·aviso bE:mfasejo e o obedece ... Se já temos algum adiantamento, se já estamos aptos a ' distinguir o bem do mal, é certo que predomi– na ainda em nosso sêr, os mstinctos inferiores, não deixando, por isso, de ~er providencial a presença desse amigo, que appellidamos anjo da guarda, para nos pôr de sobre aviso c?ntra tudo quanto póde nos preju– dicar e mal fazer. Em qualquer circumstancia afflic– tiva da nossa vida, devemos recor– rer, pela prece, á protecção desse amigo, que ella não se fará tardar. O anjo guardião do nosso pro– gresso nos acompanha na dôr e na alegria, abnegadamente, só tendo em mira o nosso proprio bem terreno e espiritual. Suas exhortações amo– raveis e sabías são as azas que nos abrigam e nos ajudam a subir. D ~vemos infinita gratidão ao nos– so anjo protector. E' por amor do nosso evoluir que elle. se sacrifica a nos servir _de guia, deixando, por vez~s, escapar do seu sêr banhos lummosos de effluvios purificados para nos arredar dum perigo ou dum abysmo onde só a sua intervenção nos poderia valer ... •
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