Alma e Coração 1917 - Anno VIII - Fasc. 5° Maio

todos os conhecimentos transcendentes, qne têm preoccupado as maiores mentalid.ades de todos os tempos. Identicas communicações. tão bem ac:..ta– das qu ão propaladas pelas pessoas frequen– tad~ras dos centros ·ond são recebidas, não nos devem illudit', pois o objectivo maximo de todo espírito verdadeiramente sabio, é fazer vicejar no coração humano a poderosa . semente do amor, para que nm dia, ·tornan– do-se arvo re magestosa, possam as suas franças tapetar a~ remotas alturas, onde de– moram as harmo ni as celestiaes. Quanto ás dissertações scientificas, diga– mos de passagem, não se nos afigura ~ogico em certas passagens de cerimon ias inve~e– radas nos habitos popu lares á custa de m– contavei 1·epetições atravez das idades. Não r equer esforço, nem sacrifício de atureza al g uma. Faz-se até machinalmente sem que a a lma venha a tomar parte n 'essa gymn astica do mysticismo materiali~ado por pragmaticas n ão previstas no Evangelho. Difficil, porém, é o perdão das offen us, é a conqu ista da humildade, da toleranC'ia e demais entimen~ tos que ju tificam a obra do Ch,risto e fo r· mam a propria ba 'e da doutrina kardeci. ta. Esta não comporta, nem sanccioua puerili– dades supersticiosa , genuflexões venerativas a symbolos de significação menos espiritual. P retender incutir suas elevadas noções com nm •formalismo tomado de emprestimo ás seitas decadentes , feridas de morte pelo evol– ver da civilização, é desfigurai-o impiamen~ te e oppo :-se á sua marcha nm mal no seio das crenças e opiniõe que, na hora prese n– te. t rabalhaqi "' humanidade soffredora. , . VJANNA DE CAR, .ALUO Sant a l\laria- Rio Granjlo do Sul. Esboço philosophico-mo1 1 al . ' Pureza (1~ pen~amento Os peccados não são sómenté co– mettidos por palavras e obras. Ha peccados tambem de pensamento, e por certo não são estes os menos perigosos, pelo facto de não sei;em vistos. Por esse motivo são o.:; mais faceis de alimentar e férem as occul– tas, sem que a victima tenha podido tomar precauções contra o inimigo mysterioso, que na spmbra, de for– ma impalpavel, cautelosa e traçoeira– mente, fere-a sem compaixão. As religiões acceitam este pecca– do e o condemnam inexoravelmente; o occul~i~mo nos demonstra e expJi– ca seus estragos, e Jesus o colloca no mesma cathegoria da acção, quan– do disse que qualquer que olhasse para uma mulher cobiçando-a já ti– nha commettido adult~rio com ella. O pensamento é o gerador de nossos actos, o motor de 'nossas acções. Se na atmosphera se forja o ra io que ha de carbonisar ao confiado vi– andante que se resguarda debaixo da hospitaleira copa de uma arvore, para não soffrer os effeitos da chu- ,va, na região do pensamento, tam– bem, os espíritos ruins engendram a scentelha de seu machievelismo, para aniquillar a sua victima. Porem, se ha máos pensamen;os, tambep-i os ha bons, pela mesma ra– zão que se os homens executam ac– ções ruins, támbem as produzem magnanimas, visto que as acções são sempre da natureza do pensamento que as gera. Se se tomar em consideração que o pensamento, emq uanto não se tra– dnz e m obra, modelando-se no pla– no physico , actua no plano mental com pasmosa energia, creando fór– mas, a inda que vaporosas, capazes de influenciar nas mentes, para o bem ou para o mal, e determinando nos indivíduos e nas collectividades attitudes, resoluções e actos de ca– pital transccndencia, se comprehen– derá a necessidade suprema quê te– rnos de velar nossos pensamentos para que não se gerem senão os bons, e repellirmos qualquer intruso, que cansado de vagar errante por seu plano respecto, queira prender– nos para realisa r em nossa persona– lidade o contrario das intenções de quem os gerou. Procurar a depuração da mente,

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