Alma e Coração 1917 - Anno VIII - Fasc. 2° Fevereiro

,..,. _ae oracao ' O rgam d e p ropaganda espi r ita , Di r c ctora- Elm ira Lima - -- ------- ANNO vw Belém d o P ará. Fen'reiro rlc Hl 17 F SC. 2.o '9uctas d'olma Porque, Senhor Deus, é assim a nos– sa alma susceptivel de tão repetid os desfallecimentos? .. . Porque, em meio, as ye7,es, a um caminha r de prosperns j,ornadn ~, senti– mos que o nosso enthu'-i11smo se apa· g a, o nosso ardo r arrefec e, o nosso j ubilo se esvae e o no:- ~o pa~so cs· · taca? Porque a tára da inconsta ncia e da mutabilidadJ cm todos os nossos em– prehendinientos? ' Porque? . Ah! humana creatura fr agi lima e foi– li vel, nos poderia responder o bom Deus, sempre que em meio o jorna– dear al.'lcre de al\· ica reiros caminhos . . ' sen tires os primeiros sympt'omas des· ses males qu~ ocabas de enunciar, pres~ruta o interior de ti mesmo, e a ,·ós intima que não mente nunca te dirá o porque dos recuos, dos desani· mos, dos estaciona,rnentos e das iner– cias .. . A alma póde, ainda na terra, apn– sionada ainda aos liames do envoltorio carnal , participar do com·ivio de arnbi• entes mais ethe reos, quaeti sejam aquel– l~s a que .nos transpo rtamos pela acção ' ' 1 b.rato ria do pensa,nento em pre– ce, ou pelo medita r recolhido e augus– to tas paginas eri uca tivas e nobres. sa 'eli z de que m ten ha, de quem pos– b ter, as suas ho ras de folga do la– d~tar quotidiano, imme rsas nesse me- 01 erraneo tranquillo de azuladas aguas ncte se / I · · 1 encontra a pero a mapreciave da pn, a esmeralda límpida da espe– rnnça , o thezouro aureo da fé. No eio do mundo , nos vaga lhões desse oceano de pa ixões; de ri va lidades e cornpe tencias, de exibições e despeitos , de im·ejas e de hypocrisias, a pobre al ma sente que se lhe fecham o~ hori– zontes espiri tuaes, e 4ue f rai a limi ta– di~simo do mundo material, a sua vi– são se amesquinha e se embacia, ad– s t,icta ao ras tejo acanh ado das as pira · ÇÕ( s terrenas ... E assim vi ve a ma iori a dos se res que se submergem no grande pélago! ... BE m hajam. ai nJa . ayuelles, que ao se– rem arrojodos para o desconhecido des– ses mares, conduzam a nobre intencão de um bern fazer, os justos anh e.los dun, a bôa acção!. . . Sim, bem hajam es: es, pois que. nur,1 supremo esforco rle se tornarem uteis , póde ser que e~– cor trem e arranquem e tragam á tona das ondas vo lu veis, al guma pequeni na pedra preciosa, com que vão beneficiar alguem que necessi ta e soffre, embora. do contacto das aguas profundas , tAt- / garn a sensação frihis sima do ted io, co ll ada as fibras vividas da alma' ... A relembrança do be:n que semeou, das inqu ietações que impediu, das la– grimas que fez seccar, dos risos que fez ·ab rir, compensam-lhe todos os sa– crificios.. . De?ois, quançlo com a ca r– reira so fr ega do tempo se es rne a im– pressão pertubadora que se lh e gravá– ra na reti na, a alma daque lle que en· trou no mundo das agitações sociaes, po r um acciden te de beneficencia mo– ral, reintegra-se ao seu" meio, readquire a posse de si mesma, reconquista-se, para de novo voltar-se, ma is experien· te J:)Orque ma is desill udida , mais fo rte •

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0