Alma e Coração 1915 ANNO VI-Jan-Dez-Fasc. 10 Outubro

Alma e .Coração · Orgam de propaganda espirita ~~?~ Dir e ctora Elmira Lima A NNO vr Belém do Pará, Outubro de 1915 FASC. 10 Em • morena Ha bem pouco tempo ainda se fazia mister possuir forte dóse de coragem para falar em Espiritismo. O espanto de uns, a ironia de outros, o sarcasmo deste, o ridículo daquelle, a prevenção de todos, emprestavam á doutrina dos Espíritos as tonalidades si– nistras d.; s artes de magia negra, con– fundindo as suas sessões com as pra– ticas occultista s desta. A philosophia transcendente dos en– sinos do Além, quiotes~encia da moral divina trazida á Terra por Jesus' e agora por seus invisíveis emis sarios recorda9a, tinha, porém. tinha de sahir vencedora, sobrenaJando a tudo o _ que é impuro, para resplande~er numa limpidez ·cas- · ta.lia, á face do mundo terreno sobre– carregado de iniquidades, a ttestantes do . seu descui do pelas cousas do· Céu. E é assim que se consorciando a luz que vinha de cima com a bôa vontade dos · homens de fé, o Espiritismo conseg uiu se impôr ao respeito geral, attrahindo ao se u g remi o educador e mo ra lisante não só a massa humilde dos soffred0re= que nelle encontrnrn um conforto e uma esperanç,1. como tambem os mais emi– nentes vultos da intellectua li dade terrena representada nos diverstis ramos do conhecimento. J á se póde di ze r bem alt o e des– assomb radamente que se é adepto da dr. utrina dos Espiritos.- Ningue111 mals ri . . . •Vl uito ao contrario; nos semblan– tes que nos cercam, moços e velhos , perpassa um lampejo de curiosidade e de interesse, toda vez que nos mani– festamos sobre as verdades do Espiri- tismo. E bem rãra será a occas1ao, que não ouçamos de alguem dos que .nos rodei am, uma historia de almas do outro mundo, corroborando a sua sym– pa thi a á nossa causa. ·--E' a primeira tarefa do Espiritismo se fazer acreditar , destruindo prevenções, e receios. E já é muito. Num meio rnercenario onde se debatem interesses de toda a casta, onde as faculdades da intelligencia e da força se empregam e,n ar ranjar dinheiro e em Ciear diver_. sões onde esbanjai-o, tornar acceitavel, como uma cousa real ~ digna de atten– ção, os phenomenos do além, é obra s uperior ao emprehendimeritu humano, e que só póde s~r realizada com a as– s ister.cia, a direcção e o amparo das elevadas poten'cias espirituaes. E' a primeira tarefa do Espiritismo é ensinar o homem a crêr na existencia . da alma e na communicação com os ,1Jnortos; o resto virá \.1er ois. · Quando, cada um por si mesmo buscar o convívio sàgr.,do dos li vros espíritas e nelles procurar, não, a ,distracção amena da leitura, mas e caminho por ond e orie;itar as aspirações supremas do sêr indes tructi vel, a alma, encontrará res– posta a todas as duvidas e · incertezas sobre as dol orosas anomalias da exis- · tenci a. Não mai s se · interrogará : para qu,e nos occ-uparmos com os m ortos .'J Ficará conhecendo a necess idade dessa permuta _de pensamentos: os da terra. que sobe i'n procurando luz, os do espaço, que baixam di s tribuirido pa z'. Quando o Espiritismo ti,·er creado ra ízes no co ração ' htrn_1.1 no. des.ipp:i re– ce rão as àistincções de tod os os ma ti zes -o homem s erá irmão do seu seme– lh ante, faze ndo ruir as barreiras que dif– ferenciam as castas e as nac iunalidades. O sonho é fo rrnoso demais. · E tud o

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