Alma e Coração 1915 ANNO VI Jan-Dez-Fasc. 08 Agosto

g-io Vaticano, ruge em s urdin a a ambição na posse da cadeira agora vasia. Entre os gran– des di g natari os qne compõem a côrte do P ontífice desapp:i.l'ecido, se concertam planos de orgulho e vai dad e, na sêéle de cingirem a tiára e o scept ro, que se escaparam das ma.os régias, ag·ora innanimaclas pela etern a destruidora da mater ia, a santa libertado ra do Espírito qu e, rad iante, · :iesprende o vôo pa1·a as serenas regii'íes do espaço, sua ver– dadeira e amada patria. Pio X j á n ão existe na t erra. A. lousa fria g·u a rda os sens despojos grosseit-os de mate– ria,. mtts o sen esp írito a lou-se ás immensas e insondaveis regiões nt diósas e azues do es– paço, e de lá contempl a e julga as miserias t eLTenas e as 1 netas em que se debatem os que almejam s ubsti tnil-o na regia e opulenta posição que occupava na terra como príncipe da I g reja Catholi :a. Em ens labi os esmaeciclos, assomará se– r eno sorriso, desdenhando os titnlos que nada já. lhe importam. No sen espirito faz-se a luz divina da verdade, e com t risteza: reco rd a o tempo em que tão perto dé Deus o esq uecia. Ve e julga, como espirito, t oda a mentira que cerca. essa igrej a que er a o seu patrimo– nio . Lagrimas amargas co rrerão de seus olhos, vendo ag·ora o qu a nto se desvio u da pnra doutrin a do meigo N azarethno, que repre– sentava na te rra. Pio X, príncipe da ig reja n a terra e no espaço confn n clido com p,,;piri tos que na t erra lhe beijavam o.;; pé,; l' rc1·erentes se prostra– r am ante si '. Julga. agora, em toda a ver– dade, a ru ina e a fo.lsiclade em que se ttpôia a r eHg ião que pregava. Religião . em. amo r e sem ca rin ho, ')u e sú se apoia no fausto e na oste nta('fi.o. Agora mesmo, nos se n.· fune– r aes, nu.o te r::í. as bg-rimas :;inceras e am igas e sim as ]ao-rimas d[L ostentarão . da vaidade e do org ull{-; que cercam os g/andes da tel'l'a: porém , o se a esp irito des prendido Jessas o-ra.ndezas, será illuminado pela luz serena da verdade e do amo r divino. Pio X ! Cllrva a tua fronte humildemente e s upplica de Deus, o Uuico, o Grande, o Poderoso, um mio do sell amo r, que te in– cl iqne o camin ho do arrepe ndimento, para as– sim chegare. a merecer a benção que te jul– gavas rli g no de distribufr n a ter ra. Que a lu z se faça em te u es pirita e que a im1a p osrn s trabalhar em p rúl da sagrada doutrina espirita, a unica , a pura e a verda– deira, e::;sa q uP- n egavas e qa e us adeptos da _ doutrina cat holica procurrun apag ar n os co– r ações e nas consciencia s e que agora, como espírito, conheces ser a nnin~ preg·ada por J esns.-MAruo, espírito prntecf;or. ( .Medi nm: A nna iyfaria Boryes Pereira . ) . Alma e Ç.ora,;.ão- , 1"1 11 1 l' J-1'1 1,"l 'l 'l !I 1 1 1 1 1 f'.f f 'l 'l 'I I' ,João Huss e Kardec ••J ■ n ■,1 ■ 11 ■ 11■u 1 " ª ' ■ Fizeram a 6 do corrente precisamente 500 annos que, n a cidade de Constancia foi quei- · mado o corpo deste e•niuente apostolo da verdade, sendo as s uas cinzas lançadas ao Rheno. Da sna obra depuradora não cabe falar nos estreitos moldes deste registro, senão que ella correspondia providencialmente ás n e– cassidades da s ua época. N a obra do celebre Wiclef que muitos con– sideram o mais vivo dos germens da idei a republicana, elle, o theologo miss ionaria, im– pulsadb pelo espírito la.tente do velho sa– cerdote druida, revivia os proclromos da in– defectível reforma relig iosa, que ex ~ede e pri– ma a todas as reformas politic.as , porque se radica na consciéncia das multidões por im– pu lsos natumes q ne não de_ méras, arbitra– rias co11 venções. O g rande ins uITecto da Bohemia, v., rbe– rando a c01Tnpção ecclesiastica do seu tem– po, era bem so ldado indefeso dessa cruzada que no espaço se fórma e vela para dar in- f terco!'l'entemente a p1·ova ela immarrnn cia dos nossos ele tinos, dentro de leis da mais ri o-o- rosa justiça. · ~ Quando os povos ern.:arreg-aclos da evolu– ção social planet a.ria se degradam e conclem· nam ó, destrn ição, esq uecidos da lei .de Amor e victimados elo proprio org ulho ·aos se.ns maiores, ao mundo aportam os itinerantP.,; ela Verdade Eterna, esp írito& apercebidos de g-rande cabedal de virtudes qu e fazem a co– ragem das s uas convi cções, a ·g-randeza cul– minante dos sacrificios assombrosos. Para dar uma iclea rlo volu tabro em que e revoJvia a I greja desses tempos, a torpe– za de costumes que flag-e lJava os povos ad– strictos ao se u jugo prepotente e cavil oso, ex-· trahimos de Cantú (volume IX. pag. 213) est a cu riosa nota : ((No conc ilio de Constancia hou.ve uw grave confücio entre o arcebispo .. ç].(' Mi– lão e o ele Pisa; das:palavrns passaram a vi:1s de facto, quereud o-se estrano·ular · visto que não tinham anu a , .de '=í'n.Óêio' que muitas ·1; e~soas saJta ràm pelas ja;ie l- las da sala, do concilio » . .. ' . ! ( Continú ,i)

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