Alma e Coração 1915 ANNO VI-Jan-Dez-Fasc. 05 Maio

lf r.n caminJta-se .í dóca, lança- se ao ri o ,:; il en– cioso e escuro, perece11d o afog :1,dti. Correm •J S t empos. Da casinha ele R os ita , a t risteza nun ca rnai.- .. ahiu. O velho. mo1-rera de pe– zn.r: macambuzio e cabdo, de pois qu·e a filha lhe · fu o-ir:1,, nnnca m a is o vi ram ,;orrir. A pobre ~1 ,ã e, velhinha. ,·i\"i a., ,;ó, com su :1, dôr, entn~g ne :1,os t, a.bailios d:1, _cusa- r~cob,_-ara a raziiu - e. tL e peTan ça de ainda ,· .,r a Jilh a não ]hf' sali iu do co ração. . . . Uma t.1rde, encost a ao porto solita ri o da vi vend, hum il de, uma cann:1 , salta de dentro um desconh ecido, conduzindo um homem cobe rt o ele chagas e cég0 . t~vn.n ça, pas!:>OS ttv•.tea nt e-· pa rrL a en trnda, a,_J0elha -se. 11 a so– leira cl,L po rta e imp lor a. pelo amor ele Deu~, o p erdCLn do · seus cn mes. D o fnn rl 0 da casa, s urge uma cabeç:1 bran<'a, a ,·elhn. mãe de R os ita reco nh eci: 1 > desg raçado--- é Manri cio, o roubado_r de t.url,1 0 qu e lh e e ra mai:, ca1·0 - a f ill m_ J~nocent~- 0 es poso dedi cado , a h0nra do la1 , a. paz d.i s ua razão . Ao mesmo b-i111po 1ec~ rda 0 pe– <Ju e uiuo e ngeitacfo qu e amamen~:1ra ~m sct: se io: uma pi edad e immensa mov .;-Jh e a ~lma . Nã , hesit a: CT S pe rna s tremu l_as pela, idade, mas dec idida e re. olll ta, cq rre ao e ncontro d0 mi se ro. La o-rimas p e nln:1Jo ra. L:u.hem _sohre n ca- lieca d o culp aao. T 0 111a-o pe la m a0. acolhe-~ ' I· . nu e e ll e iofelü;it ou ; pe n,;a -ll1 e ª" no at •, . t' .,· a mortf' 1., .• l::t• se n· c- llu·' el e gaI a a e, r1t1 J. • e , l ( e· . . - Ce rra- lhe pi edosa t e rmjne a , u a, expiaç.1o - cl D os ol hos, abe11çoa11do-o, , em nom? , e eus. - Q1:1,Ln ta grandezCT rla.hna.l _exclamou _ ª : Ma,ria. e nxu g·ando os olhos, t Pna cu fo1ça::– pa ra t anto? -e, . involuu~ariamente, abanon a ·aber,a em s i!rna.l m •gat1vo . • • . '· - Í◄' ', ssa a- verdadeira cari< la.de , e~pl, ~n~ 1 .º 0 •d d O •al a ma is d rffk 1l professo r- a can a e m 1' , df' plfl,ti<:ar. · li 1·· . 1 · - E. {L luz da J out rina, rp1 e_e e ' ,,. ::.<lJ I A f'sse fact o r . - - E' o c umpri me11 t J de pi·ov:i~, para to · l . no re,: n·:.i,te de di vidas passadas. Quanto ' º"' . lla , 1 ll e sobre viveu a tan ta dor. ,, mn e ve h 1 • 1 da soa ·L ra ser o ampáro do propno ª. g;o~ ' g~.z. é uma. reparação corup le~a, fe 1t:1 ae :wcor- d0 com a.s vi stas elo Senho1. «Perdoac setenta uczes sele vezes. » L lJCJ.-\ Florescer dum so11ho H elga adonnecern rind'.J· -: Guardou no , b espei·-incosn cie 1de::is t•rna con - ce re ru < • quista que serw toda a ~ua alegri a, '-luan_io desabrochasse nu111 sonho ri- Alma e Coração-9 • • ■ 11■ 11■ 11■1•■ ,■ li■ ,■tl ■ lh dente e _feliz. J~mais se s"ntira tão de– ,·otada as _r ratIcns d:is bellas obr'l.· . ~orno nos instantes presentes, 0 seu ideal agor:i era um outro não mais :1 _ . . • l e se.1 aria passar o tempo em futilid ades querin-o, uti l, pois, c:)mprehendiii qu; todos nos ~emos uma tarefa a cumprir, P?quena embora, onje podemos depo– sitar as en erg ias das nossas almas para o be111, para o sublime. A transrorrnaçào operada em Hel ga não deixou de impressionar v iva rn ent~ os intimos da familia: eY- tima\·arn-na e ernn1 prodigos, por ella, de cuidndos. Como se rev i;i m venturosos - ~Lias pre– ces fo ram attendidas, e Deus é um bo111 pae. . Si111, Helga ia dedicar-se a u111a e111- ~, reza de fel!cidaci es, a Uilla instituição nohili ss inrn pelo fim : ia fundar u111 al– L,ergue, e nelle -recolheria os necessitados. os que vagueiam se111 ter -abri go e ~ aconchego de um leito. Construiri a um lar maio r do que o seu, lar de ben– çams e de paz, de vida e de socego, onde todos ver-se-i am robustecidos pe'a C:é:ri daJe. Dilticuldades as mais pesadas dia \'e:1cería , venceria porque a fé transpor= ta montan has; e, quando fa lava eia sua obra , do seu idea l, experimen tava for– ya irresisti vel a irn pu lsion:-i l- para di– ante, e ouvia uma voz 11 0 intimo arti– cular: Cam inha ! não desa· ;irnes ! E o seu desejo era n fi<'> desan imar, e · sim caminhar seren_amente na es trada que no rne111ento se abria fmrnosissima ao seu espirito, á sua intelli ~er, cia em pleno ílorescirnen to. Cuidar dos pobres ! como é tão bell o, co•: 10 é divino! Helga vi u afina l o fl orescer do seu sonho - _es te . tornou-se em realidade , porque annos depois de trabalhos per– severantes um edificio todo branco os– tenta-.·a se garboso na villa C., onde os pobres ernrn reco lhidos para 'receber o pão reconronador da Fr:iternidade, no lado do conforto moral e espi ritun l. Abençoada tr aba lhadora ! YOLANDA. - 3

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