Alma e Coração 1915 ANNO VI-Jan-Dez-Fasc. 02 Fevereiro

f .. Si em n ossas offi cíoas n ão exi~tir amor, como poderemos aconse lh al-o ao mundo ? Si a sizania houver apparecido entre n ós. como poderemos arran cal·a do seio da hu– manidade ! N ão lan cemos á conta das n ossas fraque– zas a essen cia peccami-nosa dos n ossos espi– rltos; forçoso é dizer qne a origem dos nos– sos males é a n ossa fa lt a de vontade. O poderoso estimul ante do n osso progresso ainda n ão se fez sentir eni n ossos espiritos, uni camente po rq ue não comprehendemos ainda a dout rin a que pregamos aos outros. Ora, s i somos ainda eivados do sentimento contrario ao amor, como poderemos levar este sentimento nobre e santo aos pobres corações que o desconhecem? Outro caso : sabemos que ós adversarias da doutrin a de J esus procuram abrir ou esprei– tar a brecha propicia á invasão do obstacu,– lo á s ua propaganda; como, pois, e:xp!i~ar a n ossa n e~·li gencia, a n ossa fa lt a de v1gilan– cia, sinão ao n osso pouco carinho para com o Evangelho, á n ossa p ouca vontade de se– g uir os seus ensinos ? A.mi o-os meus , perdoae a rudeza das mi– nhas p 0 alavras, que outro fim não têm, sinão o da felicidade da famil ia ejfpirita des te pe– daço do pla neta qu e ch amamos B razil. H odiernamen te, muito se fal.la sobre 11. nossa querida doutrina, mas mui ra ramente se vê o cumpridor fiel dos seus ensinos. Não so u o p rimeiro o dizer isso; 03 n ossos mestres j á o diziam. . O n osso mal unico, repito, é a pouca ann– zade ao estudo mora l e medi tação profunda d as n os,;as pobres con sciencias. Temos o cuidado de freq uentar os traba– lhos esp íritas, porém qu asi que pvr um dei:: – en cargo de consciencia; temos o trabalho de lê r ass umptos espíritas, porém com o secre~o fim de rebater ideias alheias, o qu e sen a loa vavel dada a s ua uti lidade e justeza; mas o ~rincipal 1esprezamos, qu_e é.ª ad:'– p tação do en sino as n ossas consciencias tao repletas de labores. · Os desast res que attribuem á doutrin a como a g rande culpada, têm por base o que ve– n ho de dizer. Felizmente ha uma lei que regul a a mar- ch a do p rogresso : é a exp erien cia. . A evolução das ideias é pro&"ressiva e, h oJe, os homens q ue mais vivem afa:-tados da re– cta do dever, com o tempo serao forçados a abraçal-a. D esta sorte, paulatinamen te, irem?s com– prehendendo a grandeza da doutnna que p regamos. Outro assumpt o, di o-uo de ser profunda– men te estudado, é a formação das socieda– des espíritas. Alma e Coração- 3' • 111u1111111111u11111111111111111111111111111r • Quem já não entreviu a grandeza de uma sociedade espirita ! Quem j á nã o entreviu qu e uma sociedade espiri ta deve .ser alicerçada na sagração ás leis di vinas? Quem já n ão entreviu o ·desinteresse, o amor, a hun:i ldade e dedicação que devem revestir os seus dirigentes ? As sociedades formam-se para a di ffus'í,') das verdades espiritas, pregando e exeIJ1 pH fi ca,ndo o Evangelho de Jes_us. Os seus ensinos são t ão claros como a luZ' do di a; são t ão puros como a p ureza do seú divino Auctor; f>, n o emtanto, aquelles qu e se uniram para a diffusão dessa l uz, se re– pellem, se en t rechocam com p alavras, dur,i é dizer-se, cheias de desamor, inteiramente pobres do sentimento de humildade. Oxalá, que os dirigentes dessas agremia– ções christãs se compenetrem do, seus de– veres, p a ra que a ordem e o desl mpenho de suas missões sejam cabaes. · Um peq ueno esforço e o grande mal será afast ado ;- sejamos humildes e amemo-no,; sinceramente . E u sou um dos que gostam de ver a or– dem cumprida e respeitada; mas tambero n ão ro e conformo coro os abusos en contrados em ambientes onde a ideia do dever n ão haja ex uberado. Comtudn. a apreciação desses ab usos deve t razer na frente o gesto humilde e frater o de ch ristãos, afim de esclarecer e n ão con– fundir, afim de reatar laços de amor e <fe· resp eito já mui fracos; afim de unirem-se os corações n a communh ii.o do dever em geral. D e outra fórma . é inutil tra:ba lh armos ém pró! do rPstabelecÍmen to da harmoni a no re– o-imento intern o dessas sociedades que têm po r lemma - u fóra da caridade n ão h'a sm vação •. A minh a inten ção, ra biscando estas amf– g as linhas, é unicamente -:- supplicar, aos meus amigos e irmãos, componente~ e dire – ctores dessas rnciedades es piritas, o tJ el cum– primento dv Eva,ngeJho do nosso d'.ívino Mestre . E assim, p rocurando a fidelidade do bom discipul o, seremos 11-roigüs iuabalaveis, un idos pelo unico laço puro e ,inquebrffilt a~el da – Humildade e do Amor. p~ , Rio, n ovembro de 1914. PHTLIPS. (Do Reformador)

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