Alma e Coração 1914 - Anno V (Jan-Dez)\Fasc. 02 Fevereiro

• Alma e Coração ORGAi''.I. DE PRO PAGANDA. JESP.HUTA -➔-<- Directora: ELMIRA LWA 11 Belem do Pará, fevereiro de 1914 F A C. 2 T . . rabalba r , soffrer , ama r e aspi rar. eis os pontos card acs dos destinos da alma. d Qua lque r um delles, desr1.companhado e outros, ser á insufTici e nte pa ra suste r ª alma de pé, cora josame nte , escalando as subidas evoluti vas das existe ncias pl a– netarias. Trabalha r machina lmente , como quem c~mpre um ma nda to, para o desempe– n ° do qual não empreo-a as potencias ene · º rg icas do que rer e do sentir -é não a6pira r. E quem não aspira . não evolue. As pi rar o-ra ndes e a levantados com- m t · º e timentos e queda r -se na contemplação u~opi ta de fi ctí cias miragens, sem exe r– citar a vontade com o trabalho cons ta nte , no afan de torna r as aspirações fac. to reaes-é desbar a ta r o tempo, enerva ndo pela indo lencia oc iosa o ma i justos im- l )ul · · so_ da a lma pa i·a um estad, o ma is perfeito, ma is feli z. SoITrer sem a mor , soffrer sem ama r o soffrimento como uma cousa u til. como cousa indisp~nsavel - é perder a ?1a ior parte dos fru ctos das provas e expiações pedidas 'e outorgadas. E' preciso procura r na dor o .enca_nto suave da espe ra nça que nos dá o medica– mento ama r go que 110 s promette cura r . Soff re r sem revolta . r es ig nadamente, berndizendo as intimas torturas que op- primem. a a lma, de purando-a. . . Amar sem soffrer -é animahsa r o ma is puro dos sentime ntos. O Amor qu~ se exa lça por s i mesmo, o amor que bn– lba com r e fl exos do esplendor celes te, é todo de a bnegação e sacrific io, é todo de renun cias e dedi cações. O A mor que só proporciona o gozo - é uma sensação . jama is o .sentimento• a quella é o embryão deste. Quando o sen~ t imento s~ ~ngrandece e dig nifi ca , dei– xam de existl r as . ensações. ~Iães, es po a . amantés, filha , irmãs, amigas, todo os que amam com a alma espiritua lisando, di vinisando o amor qu~ os e nche, offrem, ás vezes, que infin itas ama rg uras ignoradas para poupa r ao ser querido um leve roça r de espinhos que magoam! .. . Amando, soff rendo , as pira ndo e tra- balhando é que a a lma ediíica os seus proprios destinos, que senlo tanto ma is luminosos e pacífico s. quanto ma is inten– samente ti ve r amado, soffr ido, as pi rado e traba lhado. - _Aspira? º p_ela libertação propria dos circulos mfenores onde (ormilham as paixões escuras, conduzindo, tambem na ascenç[LO o-lori osa, outros espíritos 1~ais fr acos . Trabalh ado com o fim nobremente ca ridoso ele amenisa r as dores do proxi– mo e leva nta r os vac illante no rumo e segui r .... Traba lhado pelo aperfeiçoamento in- div idual e co ll ecti vo dos homens seus ir– mãos - di sseminando luzes , proporcio– na ndo conselho , exempli ficando com as proprias acções. Soff rido, calmo e r esig nado, revezes e des illusões, sem perder a fé na bonda– de, na justiça e na miseri cordia de um Arbitro supremo. Amado, sem r estricções, a humanida– de inteira, no cumprimento da lei, pe r– doando aggravo e offe nsas, tendo sem– pre um olha r indul gente aos cabidos, um olhar ca rinhoso aos offredores , um olha r paterno aos infelizes. Quem não soff re não ama, não as pi ra e não tra ba lha, não vive.

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