Catálogo Ernesto Cruz

Ernesto Horácio da Cruz (1898 - 1976) Nasceu em Belém no dia 20 de novembro de 1898, filho de José Antônio da Cruz e de dona Teresa de Jesus Horácio da Cruz. Toda a sua formação escolar foi em Belém. Realizou o curso primário, começando no Grupo Escolar da Cidade Velha e continuando no Colégio Sagrado Coração de Maria. O secundário foi realizado no Ginásio Paes de Carvalho. Ao prosseguir nos estudos, iniciou o curso na Escola de Agronomia do Pará, mas não finalizou motivado por questões financeiras. Passou a trabalhar cedo aos dezesseis anos, no então jornal “A Paz”, em 1914, no cargo de redator-gerente. Começava desde já o vínculo muito forte de Cruz com o jornalismo em Belém. Foi também militar do exército, tendo participado da chamada “Revolução de outubro de 1924”, quando servia no 26º batalhão de Caçadores de Belém. Por conta desse evento foi preso pelo período de três meses (navios da Marinha de Guerra e depois pela Polícia Militar e Civil em Belém), sendo, posteriormente, solto e anistiado com o fim da vitoriosa “Revolução de 30” no Brasil. Nunca abandonou a escrita, mesmo no período em que foi militar, escrevendo para jornais como “A Província do Pará” nos anos 20 (1924), continuando nas décadas seguintes com artigos também para “O Liberal”, “República”, “Folha do Norte” e “Estado do Pará”. Esta colaboração com os jornais paraenses durou até o fim de sua vida. Depois de deixar a carreira militar em 1930, Ernesto Cruz passou a trabalhar na função de despachante aduaneiro na Alfândega de Belém. Ainda que no início escrevesse sobre temas como o folclore amazônico, sua maior e mais reconhecida produção foi no campo da História do Pará. Nesse sentido, foi um “autodidata”, sem formação superior como já visto antes. Nesse período, das décadas iniciais do século vinte, o “saber histórico” produzido no Brasil era baseado nos estudos autodidatas de pessoas que não possuíam formação específica em História, tais como médicos, advogados, engenheiros etc. Apesar de não possuir formação acadêmica em História, a sua dedicação em pesquisar e escrever sobre os temas históricos do Pará, até então pouco explorados, trouxe para si a autoridade e o respeito da sociedade e dos demais profissionais com quem trabalhou. Tal reconhecimento foi confirmado em 1957, quando recebeu o título de “Historiador da Cidade de Belém”, que fora estabelecido pela CMB (Câmara Municipal de Belém), em 19 de setembro daquele ano, através da Resolução n. 30/57. Ernesto Cruz escreveu muitas obras e artigos para os jornais de Belém. Entre as suas muitas obras podemos destacar: “Procissão dos séculos”, (1952); “Nos bastidores da Cabanagem” (1942); “Monumentos de Belém” (1945); “A água de Belém” (1944); “Ruas de Belém”, (1970), “Noções de História do Pará” (1937) entre outras. Durante sua carreira foi diretor da Biblioteca e Arquivo Público do Pará (BAP), no período de 1947-1976, com alguns intervalos nos anos de 1951 e de 1953. Também foi Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, (IHGP) nos períodos entre 1963-1975. Foi membro do CEC/PA (Conselho Estadual de Cultura do Pará). Também atuou como representante da então SPHAN (Superintendência do Patrimônio Histórico e Artístico

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0