Annaes Bibliotheca e archivo público do Pará
HSTAS POPULARE~ DO PARÁ 253 teada dos seus arcos, debaixo do multicôr e farto mon- tão de fitas que a enfeitam. · · Para os devotos, o que alli vae é uma reliquia ·: aquel– la corôa é a mesma que, ha mais de quarenta ann_os, substituiu a primitiva corôa de mirity, deante da qual Martinho João Tavares, Antonio de Belém, Benedicto Manoel dos Santos e os rapazitos da sua edade, can– tavam ladainhas; a pombinha de prata é a mes1!1a _q~e a mulata Maria 'fhereza mandou fazer em retr1bu1çao ao Divino pela sua cura da grave molestia. A procissão dá tres voltas ao redor do mastro e segue a visitar com o Divino as casas dos devotos cujos serviços os tenham tornado benemeritos naquelle culto. De tacs visitas que o povo reputa uma honra e um largo beneficio, gosam o pedreiro Odorico Co_r– deiro da Ponte, por gratidão dos festeiros â memoria de sua irmã Feliciana Leonor de Castro, contempo– ranea do mestre Martinho e do mestre Belém, devota sincera e . esforçada até a morte; o pedreiro Manoel Bernardo dos Santos, que ha dez annos alliou-se expon– taneamente aos promotores da festa, prestando todos os annos um largo cabedal de trabalho, e, finalmente o_ mestre Antonio de Belém 1 conhecido e-respeitado ar– tista, um dos iniciadores do culto. A ceremonia da visita pertence ás meninas;_de– ante de um altar previamente preparado, onde depoem a corôa, cantam singellamente, com acompanhamento de pequena orchestra, estes Yersos: «Entremos, fieis, entremos, Nesta casa de christão, Vamos cantar ao Divino, Pois é nossa obrigação. «Vós que habitaes esta casa, Vinde todos receber, Ao Divino Espírito Santo, Que nos ha de proteger. «Divino Espírito-Santo, Divino consolador, Consolae as nossas almas, Quando d'este mundo fôr.
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