Annaes Bibliotheca e archivo público do Pará

232 ANNAES DA BIBLIOTHECA E ARCHIVO PUBLICO mysterioso encontro, qual o governador que interveio no caso, são pontos desconhecidos, que mais corro– boram a insubsistencia do facto, aliás repellido em todos os seus detalhes pelo bom senso e pela razão. Os nossos chronistas, nos rapidos apontamentos sobre a festa de N azareth, quando os dão, não falam . na lenda; referem tão sómente o que é historica– mente sabido. O povo, porém, arraigado ás crenças relig iosas e de corpo e alma entregue a todas as superstições, conservou a lenda como a verídica revelação das pri– meiras manifestações miraculosas da santa, e eil-o até hoje prosternado ante a sagrada imagem, na attitude dos que creem e imploram. * * * Sahindo da inconsistencia ela lenda popular, para rebuscar nos archivos documentos que nos esclareçam com segurança, deparamos em primeiro logar com o officio do governador e capitão general dom Francisco de Souza Coutinho, ao governo portuguez, do qual extrahimos as notas que se seguem. ( 1) Em meiados da era de 1700, morava na estrada do Utinga, um homem de côr parda, chamado Placido, cuja origem e sobrenome são ignorados. Dava-se E1ntão o nome de estrada elo Utinga, a um caminho tortuoso, que levava do largo da Campina, depois da P olvora (2) e modernamente de P edro II, ao ~ngenh_o de Theodureto Soares, na margem direita do 1garape Murutucú. Placido era homem de fé viva, inculto mas honesto; na s ua pobre palhoça h rlYia um tosco snntua rio cuida– dosamente h·atado, contendo uma pequena imagem de Nossa Senhora de Naial'et.h. (1)-SF.CÇÃO DF. )I.\ XUSCRtrTOS OA 111111.IOTIIF.CA F. ARCIIIVO PUllLICO. Corrcspo11dc,!ria dos governadores roma 111ctropolc. (2)-Assun chamado por causa dn casa da polvora que 1t'cllc houve, 1

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