LOBATO, Julio. Notas de um reporter: a vida dum reporter - reportagens nos hoteis e padarias de Belém. Belém, PA: Typ. F. Lopes, 1916. 87 p.

• JULIO LOBATO 7 •dorme cedo, peLo habito adquirido de vêr co– meçar o "dia de amanhã 1 '. E com todo esse trabalho, com toJo esse sacrificio de sua propria sau<le, não possue gloria nem dinheiro. E' pobre como Job ( se é que esse personagem era realmente "prompto"), não pos– suindo nem mesmo o seu ordenado, que ' quando vae receber ao fim do mez já está todo transfor– mado em "valles á gerencia 'i. E ainda ha por ahi quem faça questão de ser empregado de jornal, para go!',ar das rega– lias de iornalista !?.•. No jornalismo não se pode ficar rico... Mesmo que se venda a pena o pagamento não dá para enriquecer e e sabido que só fica rico quem rou– ba ou qnem tira dinheiro no jogo, porque ninguem prova que o trabalho honesto dá fortuna ... * * * Quando entrei para a reportagem, ó secre– tario do jornal fez-me, de sopapo, a seguinte de– claração: «Olhe que o Jogar de reporJer requer uma pessoa diligente e activa ; o reporter não adoece; nao sabe o que é dôr de cabeç.a, rheuma– tismo, etc., trabalha quer chova, quer faça sol ••. » . Comecei a trabalhar. Fui destacado para as • repartições federaes. • Era 'uma afobação dos diabos.. A ultima re- partição em que eu chegava para tirar o expe-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0