CARVALHO, João Marques de. Contos do Norte. Belém: A. A. Silva, 1900. 139 p.

contra o homem com respeito á lei do uniYerso 1 somente a que em si sente póde ter uma tal ou qual consciencia; d'onde resulta que, ainda quando copía o mundo exterior, é o seu proprio senti– mento que empresta Íls coisas. Por isso o homem persiste em affirmar que os montes são tristes, que choram os mares, que riem as searas, que folgam as a,·es, e não quer yer que nem os montes são tristes 1 nem choram os mares, nem riem as searas, nem folgam as aves e que só elle é triste, chora, ri ou folga 1 porque só elle possue em toda a natureza a ca– pacidadt:: das alegrias supremas compa– rada com o dom das supremas angustias. Da 2."' parte-Objecti°vlSmo, com– mdveram - nos principalmente as duas narrativas A/ater dolorosa e ~-1 filha do Pagti, a historia entristecedora de uma mãe que vê o filho engulido pelo gi– gante rio do .Norte e a de um velho in– dio que chora a filha deshonrada. Estes dois contos confirmam-nos na crença de que é, quando menos, inutil para a arte a distincção entre subjechvlSmo e obje– tz:vlSmo. Se o auctor logra transmittir a quem o lê a emoção espontanea ou re– flexa de que se acha possuido (e é o caso do sr. 1''farques de Carvalho ), a obra é verdadeira; se não logra, a obra é falsa, porque, em todo caso, é sempre o objectidsmo do leitor qne julga em ul– tima instancia.-S. R. 15

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0