MARANHÃO, Haroldo. Chapéu de três bicos. Rio de Janeiro: Estrela, [1980]. 43 p.

empalamento; sentavam o tremidade de alto pau desgraçado na ex e o puxavam pelos pés até o trespassarem. Cifonismo. As de signaçÕes, nem por serem e.xdrúxulas e inu– suais, lembrava-as com precisão merecedora de registro, em abono da minha reconquist~ da lucidez. Cifonismo: amarrado a uma ár- va re, nu, lambusado de mel, ficava exposto o infeliz ao deleite dos insetos. Cruri- frágios, a fratura das pernasº Carfia: pe~ durav a -se a vítima por ganchos cravados nas mão~ ou nos pés, até a morte,sempre tu do a t é a mo r t e . O laga r: esmagava-se o mártir a golpes de viga, como os ros procedem em relação às uvas. lagarei – A mais hor ripilant e tortura , que n aqu ele instante me sobressaltava e pela qual t emi, a alma eriçada: o esbuI·ga-pernas : botas apertadas eram ca l çadas à força, botas de couro cru, por baixo das quais se acendia fogo lento, que l ent o enco lhia o cour o, assando pé s e pernas; e então, com violênci a , puxavam-se as botas, vindo dentro grudada a p e le, go~ dura, cartilagem, expondo o esqueleto dos pés com restos de carne e sangue. A calei nha de Izabel, lembro bem, enr i jeceu o j~ vem pinto, foi minha primeira, fremente e- ~ moçao. Meses atrás encontrei Izabel sain- 22

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