ARAUJO, Heraclides Cesar de Souza. A Lepra: modernos estudos sobre o seu tratamento e prophilaxia. Belém, PA: Typ. do Instituto Lauro Sodré, 1923. 102 p.

24 - No dominio da botanica rnedic,t ttmos o oleo de Gurjun, extrahido da planta Dipterocarpw lacvis, empregado sem resul– tado e o extracto hydro-alcool ico de uma planta de Joinville, preparado pelo dr. Hermann Fritz, na Allemanba, e cuja ap– plicação em leprosos de Curityba eu fiscalizei, tendo observa– do a sua aceção cicratizante, sem melhoras dos lepromas flo– ridos, nem do estado geral. Como cicatrizante das grandes ul– ceras leprosas costumo empregar com bom resultado a iuchsi– na de Ziehl, soluto ao miliesirno, em com pressas lmmi<las. No interior do Pará usa-se empiricamente o Assactí desde um pe· riodo anterior a I 846, segundo o geographo Caetano Ü3CU· lati e ot:1tros escriptores. Pesquizadores actuaes affirmam que os derivados do Assacú e do Assacú rana são específicos na cura da lepra. Não conheço esses productos nem a sua acção na cura dessa dermatose. Muito se tem fallado e escripto sobre a acção desses medicamentos depois que cheguei ao Pará, ten– do mesmo alguns jornaes dito que eu nego a sua cfficacia, o que não é verdade. Entretanto até hoje os interessados em verificar a sua acção curativa ainda não me faculta1·am ..:onhecer nem ~xperi– mentar os referidos productos . Resolvi mandar extrahir o producto activo de ambas as plantas, a Hura brasiliensis e a Erytlm11a glauca, pelo chirnico do Serviço de Prophylaxia Rural, e sómente após eu mesmo verificar in vitro, em culturas de gemens do grupo do bacillo da lepra, si elles têm ou não verdadeiramente especifidade é que me decidirei sobre o seu emprego in anima nobili, isto é, no homem leproso. Actualmente é reconhecido como unico especifico efficaz no tratamento da lepra o oleo de Ch:.ulmoogra, extrahido da planta indiana Taraktogenus kurz.ii , da familia das Flacourtia– ceas, ou mellnr, os seus derivados, s;;es ou etberes ethylicos dos seus acidos graxos não saturados. E' sobre elles que escreYerei o meu proximo artigo, fazendo questão de prO\·ar que o medi– camento que desde já o Sen·iço de Prophylaxia Rural empre– ga nos seus doentes tem acção espt:cifica e,·idente. Que é o Chaulmoogra ? \'l _-as In 1 ia· ·hamam de «ChaulmoograJ; a uma planta d.i familia das Fim:, urtiaceas, a qual conta cerca de 200 espc– ci e; tropi -aes. Es~2 familia é um desmembramento das Bixaceas. Como Chaulmoogra descrevem-se seis especies designadas por legitimo e falso cha imoogra, grande e pequeno chaulrnoogra. ·

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