Treze de maio - 1846

[SJ 1 • cunstancias, que seria fastidioso renetir, preéizo he dar a estes capitães, e braços <l'ezempregados occupaçaõ vantajosa na industria fabril, e manu– factureira. Exige-o até o socego do Paiz, que naõ pode ter bazes seguras em quanto á por– çaõ naõ diminuta da populaçaõ faltaõ meios de t.raba!ho que lhes forneça o quotidiano sustento, e satisfaça outras mais urgentes necessidades da vida. Em ou'tros artigos diremos quaes saõ esses trabalhos fabris, e manufactureiros, que c1Jmpre adoptar de preferencia em Pais novo .como esta Província, e IrnpPrio do Brasil onde a escassez de capitaes, carestia summa do trabalho nos im– pede competir com outras-Nações mais habilitaJ das por longa pratica, capitaes i~ensos, popu– laçaõ ahundantissima, e maquinas nH;ito aperfei– çoadas. Entre nós seria damnozo á riqueza pu– blica destrahir da agricultura os poucos eapitaes, e braços que a ella se aplicaõ, mes– mo para se empregarem nos mais bem esco– lhidos ramos industriaes. Quaes estes sejaõ fa– rá objectü de artigos, que escreveremos em se– guida, limitando-nos a fixar agora como regra, que be preferivel á criaçaõ de novas industrias, o melhoramento das existentes, e seus processos, e trabalhos, e aperfeiçoamento das maquinas, utensis, e instrumentós grosseiros de que ain– da se uzaõ. E he esta actua1ment,e a intensaõ do Go– verno Suprema do lmperio e Corp~ Legisla– ti vo, que alteando algum tanto os direitos so– bre os prnductos mais grosseiros, importados de Paizes ~strangeiros tem igualmente por fim o melhoramento das rendas de importiçaõ, e pre– parar meios d.j se produzirem no I mperio es– ses mesmos generos. Terá em rezultado este sistema a diminuiçaõ da iniportaçaõ em contrario aos dezejos daquelles que julgaõ naõ haver excepções ao principio ,, que o excesso da im– portaçaõ sobre a exportaçaõ he sempre ganho para o Paiz,, He regra sustentada pelos Eco– nomistas Politicos porem a que a pratica faz as excepções, que esperamos ter outra occazião de mencionar. Mas ainda alem desta~ razões ha outras em favor da animaçaõ da industria fabril, e ma– nufactureira, que por desconhecida que seja, naõ deixa de ser uma das principaes, e mais applíca– veis ao estado da Provincia, He mais um meio de conirariar o e;~pirito de disuersa.0, n:1e u ,wri– eultura favorece nos Paizes ab\mdan i,c~ de te1~as ferteis, e devolutas, e da qual rezulta princii ·11- mente a pobreza destes Paizes, e seu lk:;.;go,·erno, . como se observa no Imperio, e com especialidade mais frizante nas Províncias mais vastas, e me– nos populozas como o Pa,·á, Goias, Matto Gros– so &e. E provem a dispersão 1 e seus inconveni– ent€s. dasupQsiçaõ erronea em qu,e ~stão , alguns de que a posse de _vastos terrenos, que separa uns dos outros. moradores, e os poem distantes dos mercados, he riqueza p-refe1:ivel á posse de pequeno terreno, contiguo aos outros na vizinhan– ça de mercados abundantes, O rezultado he que - estes habitantes assim diHpersos, quando naõ tem ab-uadancia de escravos, vem-se privados da pos• sibilidade de alugar braços livres, deixados a seus propi-ios esforços, que pouco os fazem adiantar, e naõ tendo a quem vendaü prontamente as sobras do trabalh'.) diario, e sem o incentivo de se esfor..: çnrern nelle para obterem melhores vestidos, ha– bitaçoes mais commodas em competencia com vi– zinhos mais trabalhadores, acabaõ por se entre– g~r totalmente á inercia, e por viverem na rnize– rta. A industria fabril, e manufactureira obrigan– clo seus occupantes a se reunirem entorno das oflicinas, e fabricas, e por tanto nas proximidaàes tambem das Cidades, e Vilhs favorece a coneea– traçaõ dos habitantes, e com eHa a riqueza, e ci vi– lizaça6, que nasce da reuniaõ, e concurso das for– <ps, e iJea:-.:, ·e do melhor emprego destas, e seu completo api·oveitamento. He pois uma razão sem replica para que tambem se tente no Brazil, e especialmente nesta Província melhorar os trabalhos fabris, e industdaes, q ue temos, e ir grndua.lrnen te estabeiescendo outros. Em urria folha periodica da pequena àimen– saõ desta naô he possivc-l mais que tocar de le– ve certas icleas remetendo os cürioms á leitura de memorias que hajaõ sobre a materia; nem mesmo explicar suHir.ie-:-itemente as razões, por que he a dispersaõ contraria aos interesses do Paiz, no entretanto, que uma concentração ex– cessiva lhe seria igualmente damnoza. Estamos em P aiz todo J.e futurn, que o deve ter muito brilhante , e seria perder-lhe µarte das van– tagens se as quizessemos antecipar desde já em grande, Aquelles, que por exemplo aconselhaõ a cultura <le um mesmo terreno todos os annos, acloptados o arado, charruas; e mais instrumgntos da Europa, e o uzo dos estrumes, naó observaõ talvez, que este sistema he antes necessidade de Paizes antigos, e muito povoados, que effeito de escolha; e que abandonar em Paizes novos, como o nosso, terrenos virgens, que sem muito trabalho, daõ abundantissimas colheitas, para despender muito tempo, mui to trabalho, e grandes capitaes na cultura, e ·amar,.ho de terrenos cansados, seria desconhecer a natureza dos lucros. Seria crer que g~star muito para obter muito, equivale a gastar pouco para obter igualmente muito. "S. .P. ~ BILHETE DE BOAS FE;;TAS. Veio-nos á maõ huma copia de bilhete de boas

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